BBB: O 9º. Pecado Capital – Parte 1

Por Ângela Rodrigues Existem muitas formas de se interpretar reality shows como o já consagrado Big Brother Brasil. As mais banais insistem em perpetuar discursos…

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Por Ângela Rodrigues

Existem muitas formas de se interpretar reality shows como o já consagrado Big Brother Brasil. As mais banais insistem em perpetuar discursos meramente mercadológicos, tentando explicitar o que todo mundo já sabe. Sem contar com o psicologismo muitas vezes levado ao extremo por comentaristas que nunca lerão Sigmund Freud e jamais se darão conta de que já temos o remédio para o mal estar na civilização. O desafio maior agora é encontrar as equações pertinentes! Acertar a dose!

Penso que o programa incomoda a tantos, sobretudo por expor fraquezas que nos assolam indistintamente. E, fraquezas que não são meramente instintivas, são em grande parte alimentadas pelas construções sociais das quais não há como fugirmos. Mais fácil seria se fossem genéticas o que nos isentaria completamente do sentimento de culpa de dar uma “espiadinha”.

Alguém questionaria que a gula, a preguiça, a vaidade, a ira, a luxúria, a inveja, a soberba, e a avareza são inerentes á nossa humanidade? Ousaria afirmar que são facilmente contornáveis e que independem da historicidade da moral, e, por conseguinte das normas socialmente sancionadas?

Penso que um retorno aos conceitos mais freudianos e elementares da psicanálise possa lançar luz sobre esse que se tornou (pelo menos por hora) o 9º. Pecado capital: ver e gostar do BBB. (O 8º já foi apontado pela produtora de moda Marcela Versiani como sendo o Kitsch, no momento oportuno falarei sobre isso).

Independente de serem clássicos ou pós-modernos esses pecados denunciam como nunca nossa humanidade ainda lutando contra aquilo que Freud chamava de ID, ou impulsos inconscientes regidos pela necessidade brutal do prazer no sentido mais amplo do termo.

È claro que não há como nos submetermos a eles, isso todo mundo já sabe, mas também não é interessante nos reprimirmos ao ponto de obedecermos cegamente ao SUPEREGO, ou ao socialmente aceitável, isso todo mundo já sabe há muito.  Nem animais escravos de desejos irracionais nem irracionais submetidos a desejos normativizados!!

Bom, mas e aí? Onde recai a novidade desse raciocínio?  Talvez em lugar algum, mas pode-se pensar que se na pós-modernidade não há espaço para o mal estar na civilização no sentido freudiano do termo, é porque finalmente nos voltamos mais para nosso EGO, esse sim, mediador que nos mantém inteiros, vivos e sabendo (?) discernir até onde cada UM de nós é capaz de suportar. Até que ponto podemos sacralizar nossos desejos mais indecentes.

Penso que o neo-individualismo que surge e que alguns parecem ignorar, pode ser pensado sob essa ótica. Ou seja, hoje o indivíduo usufrui e muito dos seus prazeres, mas não adere meramente ao imediatismo, pois a qualidade de vida requer um prolongamento de um prazer suportável, portanto, administrado pelo próprio sujeito, pois só ele “sabe a dor e a delícia de ser o que é”!! Creio, sinceramente que essa tendência vai se concretizar e aí, talvez, possamos ver, olhar, nos deliciar, avaliar, rir, é simples assim. Não precisamos mais de absolvição.

Abraço a todos,

Ângela Rodrigues.

Conheça o blog  da Ângela: http://corpocomente.blogspot.com/

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Ângela Rodrigues é graduada e mestre em Filosofia pela Unesp. Professora universitária há 8 anos na área de pesquisa científica em vários cursos superiores e pós-graduação dos quais se destacam Moda, Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Computação entre outros. Além de ministrar aulas de métodos de pesquisa, foi orientadora de diversas monografias de final de curso de Moda. Ângela foi também co-autora de dois artigos científicos apresentados e publicados nos Anais do Colóquio de Moda da FEEVALE/RS em 2008. E mantém o blog Corpocomente no qual são postadas informações sobre moda, comportamento, fotografia, cinema e culinária. E-mail:[email protected]

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