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Amor e relacionamento – O xaveco: É possível resistir?

Lisiane me escreveu contando sobre alguns episódios do seu dia a dia e terminou com a seguinte pergunta: “Você acha que eu caio em xaveco…

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Lisiane me escreveu contando sobre alguns episódios do seu dia a dia e terminou com a seguinte pergunta: “Você acha que eu caio em xaveco barato?”

Nenhuma pergunta é tola. E nenhuma resposta é completa o suficiente se não encontrar dentro daquele que pergunta algo que faça sentido. Sendo assim, tento responder buscando o que exatamente o sujeito quer dizer com isso. É como se a pergunta pedisse uma tradução que a própria pessoa que a formulou desconhece, pelo menos conscientemente, existe uma angústia e ela busca compreender o que exatamente a aflige.

Uma forma de “acalmar” estas angústias de nossas dúvidas é nos voltarmos para nossas questões internas. Palavras que escuto aqui fora, com aquilo que ouço dentro de mim, tendem a encontrar algo que combine e me esclareça questões, fazendo sentido no meu quebra-cabeça interno.

Nossas dúvidas são geralmente emocionais  e acabamos confusos com estas questões que parecem simples e que a razão poderia responder facilmente. Entretanto, as respostas nunca são tão simples e os enigmas por mais bobos que possam parecer, vem geralmente do nosso interior escondido e desconhecido para nós mesmos. É aí que se arma a confusão, por isso acho que uma resposta sim/não torna a questão superficial.

Um cara no metrô ressalta aos olhos, outro na fila do banco pergunta sobre o trabalho, no restaurante surge um comentário sobre a tattoo na perna, na internet alguém me chamou de gostosa e desandou a falar obscenidades e assim segue dia após dia. Valeu um beijo e a fila anda. Os resultados dessas cantadas são curiosamente desastrosos. Será coincidência? Ela não sabe escolher os parceiros? Aceita qualquer conversinha?

Lisiane me relatou alguns resultados dos seus rápidos casos: o bombeiro tinha mau hálito, o do metrô não conseguia articular uma conversa sobre nada, o cara do banco só queria transar, o da internet era casado…

Se a cada caso que se apresenta, há também um fim desastroso – e previsto, o que é pior – porque sucumbir a estes convites? “Porque caio em xaveco barato?”. A mim, parece que ninguém “cai” no xaveco. A conversa, na maioria das vezes, não é assim tão boa para realmente te convencer de algo que você não queira fazer. O que eu penso é que já se está propenso a aceitar seja lá qual for o papo. O xaveco é só a abertura da oportunidade que está instalada, você já caiu antes de ele ter dito qualquer coisa.

É claro que as pessoas nos surpreendem, possuem charme, esbanjam sensualidade ou por qualquer outro motivo aceitamos uma “cantada”. Cair no “xaveco barato” é parte da nossa busca estratégica por algo que ainda não está consolidado, neste caso um relacionamento.

Há da mesma forma, pessoas tão bem consigo mesmas ou com seus parceiros que estas cantadinhas do cotidiano passam despercebidas, elas escutam e o elogio pode afagar o ego, mas não pensarão, nem por um segundo, na mínima possibilidade de aceitar o convite.

Esta pessoa que não aceita o convite ou a cantada seria então de boa moral? O alguém perfeito, a pessoa certa para casar? Não é uma pessoa assim que você queria encontrar? Não são curiosas estas perguntas?

O que acontece é que este suposto personagem é apenas alguém que “invejamos” por nos parecer uma pessoa definitivamente completa. Tem um estado de espírito tão calmo e sereno que eu sonho e almejo um dia alcançar. O que provavelmente não deve ser verdade, mas isso é outra história…

Se a pergunta para Lisiane fosse: O que busca num parceiro? Aquele parceiro que te encantaria a ponto de não mais ter dúvida sobre aceitar ou não as paqueras. Sua resposta provável seria “Fidelidade, um homem carinhoso, bem financeiramente…” Pelo menos são estas as respostas que mais se repetem nas pesquisas… Mas como encontrar alguém fiel, se você mesma tem dúvidas sobre si mesma?

Por mais terrível e absurdamente inaceitável que possa parecer, nossos parceiros geralmente são pessoas que se encaixam perfeitamente nos nossos defeitos. Encontro um traidor porque aceito ser traída. Encontro um viciado porque reprimo em mim o vício. Encontro um sujeito vagabundo porque aceito trabalhar para sustentá-lo… Você não aceitou o sujeito do mau hálito, porque, com certeza, você não tem. Não aceitou transar com o casado, porque você não queria só uma vez. Entende como as coisas encaixam?

Lisiane, você possivelmente cai em cantadas baratas porque está se “vendendo” barato demais. A culpa destes relacionamentos desastrosos não é por conta destes trastes que você reclama de ter acidentalmente encontrado. De quem será esta culpa, então?

Como você já deve estar suspeitando, a responsabilidade não é deles e sim sua. O que você quer exatamente aceitando estas propostas de pessoas que, como você mesmo diz, não darão em nada?

Não tem certo nem errado, se o interesse é “pegar” o certo e fazer o que convém. Mas, quando quiser um compromisso sério, vai necessitar uma definição na conduta. Não pense que esta forma de agir, “que ninguém mais além de você sabe”, vai passar sem ser notada na nova busca.

Aceitar o xaveco barato como você mesma disse é, em outras palavras, aceitar alguém exatamente como você. Ruim? Não, definitivamente não. Apenas confusa em suas escolhas.

Fotos: AskMen

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