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A força do vínculo e a necessidade separar-se para crescer – Livros e Reflexões

É possível viver sem vínculos? “ Não, porque ninguém pode existir sozinho. Cada qual precisa do outro para se construir e se conquistar, para se…

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III simposio de psicanalise de niteroi

É possível viver sem vínculos?

“ Não, porque ninguém pode existir sozinho. Cada qual precisa do outro para se construir e se conquistar, para se tranquilizar às vezes, e para compartilhar momentos, ideias e desejos. O outro é precioso na medida em que representa uma abertura para o mundo. Por isso é que deveríamos sempre nos indagar sobre a natureza do vínculo que nos liga mutuamente.

Etimologicamente, a palavra “lien” (liame) vem do latim, liganem, “que serve para atar”. O francês antigo utilizava palavra “lien” nos casos em que hoje se usa a palavra “laisse” (trela).

Portanto, segurava-se o cão pela “trela” para impedi-lo de escapar quando ele tinha veleidades aventureiras e vontades de grandes espaços. Depois, a palavra “lien” adquiriu o sentido de entraves (peias) de um prisioneiro. Nota-se que, na origem, o liame é coação e impede a liberdade, ao menos a liberdade de movimento.

Foi apenas no século XII que a palavra passou a ser empregada em sentido figurado tendo, conforme o contexto, “valor do que une afetiva ou moralmente” e de coerção resultante de um voto”, qual seja os laços do casamento. Na época clássica, o laço tornou-se “aquilo que mantém uma estreita dependência, em servidão”, designando a escravatura amorosa; depois, de modo um pouco atenuado, a palavra adquiriu o sentido de “relação afetiva”, tal como na expressão laços de amizade”.

Ou seja, é uma palavra carregada de sentidos. O laço ata, aprisiona, coage, submete, etc.

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Felizmente, existem outros que associam, aproximam, seguram o tempo necessário, mas conseguem afrouxar e distender quando é preciso. Quando se navega, aprende-se a fazer uma série de nós náuticos, um dos quais é chamado “nó de cadeira”. Uma maneira específica de entrecruzar as pontas torna esse nó extremamente sólido: na tempestade, quando o navio balança e puxa, o nó aperta para impedir o naufrágio; contudo, por mais apertado que esteja, basta um leve gesto para que ele se desfaça sem oferecer resistência. O navio pode então retomar sua rota…

Prender-se, desprender-se, voltar, sair novamente, encontrar, abandonar… toda a nossa vida segue este movimento permanente, e isso desde os seus primeiros meses. Para que serve o apego? Paradoxalmente, para nos ensinar tanto a criar laços como encontrar as forças para nos desprender deles. É porque esse laço original nos ancora à vida e aos outros que irá nos permitir nos fazer ao largo. Podemos então largar as amarras, com a certeza de poder voltar ao porto.

Desprender o laço, mas não rompê-lo. E se prender de novo, aqui ou acolá, sem se deixar aprisionar. Muitos repetem – a começar pelos psiquiatras – que todos nós sonharíamos em recuperar a fusão original. Creio, no entanto, que dessa fusão cada qual guarda também a saudade da vontade de conquistas a que ela deu origem; cada qual sonha ao menos na mesma medida em se libertar de certos laços que, pressente, às vezes acorrentam.

Basta ver a fascinação e a admiração que suscitam certas vidas de eremita ou certos conquistadores do impossível que se arriscaram sozinhos a tomar de assalto os picos… A corrida ao redor do mundo em vela é mais cativante se for feita sozinho; em equipe, ela perde parte de seu poder de atração, como se todos invejássemos um pouco aqueles que conseguem, por certo tempo, separar-se de tudo para enfrentar sozinhos os desafios que lhes são lançados. Aqueles que conseguem estar frente a frente consigo mesmos e contar apenas com si próprios, o que não os impedirá de, na volta, estar com outros de quem, sem dúvida retirarão a força necessária para partir novamente.

Solitários, mas não misantropos; seguros de si, mas não megalomaníacos. Todos os pais do mundo deveriam sonhar com que seu filho se torne um dia um navegador solitário, sinal de que, desempenharam seu papel com benevolência e distância suficientes para ajudá-lo a encontrar o caminho da independência. Amar um filho é ajudá-lo a encontrar a auto-estima necessária para que ele nos deixe assim que se sinta pronto para isso.”  (Me Larga! – Separar-se para crescer de Marcel Rufo)

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Trecho do maravilhoso livro Me Larga! – Separar-se para crescer de Marcel Rufo traz uma profunda reflexão sobre como se separar sem dor  e sem drama. Marcel explica que ao nascer,o bebê e a mãe fazem um só. É o tempo da fusão, indispensável, em que ele vai ganhar segurança e força. No entanto, é preciso crescer e, para isso, distanciar-se para poder ganhar novos territórios de autonomia e liberdade.

Nossa evolução aparece como uma sequência de ligações e desligamentos, de conquistas e separações.  Para Marcel quando os laços se tornam exclusivo demais, eles ameaçam nos sufocar. É preciso conseguir afrouxá-lo, soltar-se para encontrar a justa proximidade entre os outro e si mesmo.

O livro Me Larga! trata de questões como: É possível se separar sem sofrer? Por que a separação faz nascer em nó um sentimento de abandono? O que é o trabalho do luto e será que ele alguma vez termina? Para que servem as lembranças? Sentimos realmente saudade da fusão primeira com a mãe?

Fica a dica de um ótimo livro para quem quer compreender os processo de separação e vínculo.

2013-10-24_222740No Submarino você encontra o livro  por apenas 22,20

 

 

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