Reflexões sobre os anos 60 e 70 – Há algo em comum entre os anos 70 e os 2000?
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Temas para a Primavera-Verão 2008/2009
1)Moda dos anos 70 2)Primavera – Verão 2008/2009
Quem presenciou a década de 70 e o final dos anos 60, pôde ver ou até mesmo participar de algumas transformações sociais, tais como: o movimento “anti moda” hippie”, a discoteca, a revolução sexual feminina, a era punk, o surgimento da androginia, e especialmente uma grande transformação na moda.
Até então, a moda era denominada de alta costura, onde as maisons e a figura dos costureiros eram responsáveis pelas “tendências”. Entretanto, nesse período surgiu um novo conceito – o prêt-à-porter parisiense (pronto para vestir), comandado pelo criador de moda e sua grife, palavra francesa que significa marca comercial. A partir daí as tendências não são mais exclusivamente ditadas por costureiros, a alta costura começa a sofrer influência da moda de rua, processo que aliado à mudanças sociais desencadeia uma das mais profundas transformações culturais – o surgimento do conceito de Moda Jovem, que se mantém predominante até hoje.
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Os movimentos musicais também tiveram um papel fundamental para as transformações sociais desse período. Por aqui, tivemos ainda as novelas (Dancing Day’s, As Locomotivas, Malu Mulher, etc), que sem dúvida inspirou a população feminina e feminista no processo de mudanças comportamentais.
Há algo em comum entre os anos 70 e os 2000?
Nos anos 70, após uma guerra sangrenta na década anterior (Vietnã), a juventude tentava se livrar de uma série de conceitos e idéias sócio-culturais e sobretudo políticas. Como não havia muitas armas para essa batalha, começaram por “florear” o mundo com suas roupas “hippies”; vestidos floridos, calças jeans bordadas com flores de diversos tamanhos, calças boca- de- sino, estampas indianas e de qualquer outra etnia, patchwork; enfim, buscavam praticidade na maneira de vestir. E ainda tinham o lema “Paz e Amor”, enquanto se drogavam e rejeitavam todo e qualquer tabu sexual.
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A década de 2000 será marcada pelo terrorismo e guerra do Iraque. O aquecimento global gerou reflexões sobre consumo e sustentabilidade, começa-se aos poucos a tomar consciência que os recursos do planeta são limitados. O mundo está rico como nunca esteve antes, mas a destruição ambiental leva a questionamentos sobre os novos rumos do consumo e a responsabilidade pela preservação do planeta, passa a ser também individual.
As mulheres dos anos 70 buscavam igualdade com o sexo oposto. Queriam trabalhar fora, usar calças compridas, fumar – era o famoso “direitos iguais”. Hoje a situação se inverte – os homens lutam para ter os direitos iguais aos da mulher, ou seja, direito à uma pensão alimentícia (acho que já tem), à guarda dos filhos, a ter nos supermercados e drogarias cremes e outros produtos específicos para seu tipo de pele e cabelo. Lutam até mesmo pelo direito de usar algumas peças e acessórios do nosso guarda-roupa (maxi-bolsa, leggings, meia-calça e até peças íntimas com enchimento!), tudo isso sem que a sua masculinidade seja questionada.
Longe de mim criticar ou julgar qualquer momento da história, muito menos fazer apologia ás drogas ou á rebeldia, também não sou “feminista roxa”. Criticar a moda? Nem pensar, adoro a moda e todos os seus conceitos. O que pretendo, é fazer com que cada um reflita como a moda é cíclica, assim como as nossas atitudes.
O momento da moda anda de mãos dadas com o momento do mundo, o vestir pode e deve ser uma forma de protestar ou alertar uma sociedade. Pense nisso, enquanto busca pelas tendências das passarelas, cria ou usa os seus looks para a próxima estação.
E quanto ao Verão 2008/2009, muitas flores para você!
Por Leonize Maurílio
(Leonize atua como Compradora de Tecelagem em uma confecção no bairro do Bom Retiro. Desenvolve coleções como estilista free-lance. É formada em Moda pela Universidade Paulista desde 2004. Possui conhecimentos contábeis e administrativos e atuou em empresas de grande e médio porte por mais de 15 anos. E.mail: [email protected] )
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