Recapitulando os 15 anos da SPFW

Por Laïs Pearson

O aniversário dos 15 anos da São Paulo Fashion Week (30ª edição) não correspondeu às expectativas. Não foram lembrados nem convidados para a festa os familiares que geraram os primeiros movimentos de moda no Brasil, muito antes de nossa jovem SPFW nascer. Que pena!

A memória do Homem é curta, principalmente quando é conveniente. Não se pode negar que a faraônica nova entrada para o Pavilhão da Bienal estava estonteante com sua compridíssima passarela – deck parecendo flutuar sobre o espelho d’água que refletia as esguias colunas laterais. Cenário perfeito para a entrada triunfal de um potentado egípcio ou de um general romano em sua cidade natal, após uma bem sucedida campanha bélica turbulenta!… “Mise-en-scene” ostensiva para uma aniversariante de tenros 15 anos.

Talvez o aparato todo tenha sido dedicado aos heróicos jornalistas que há tantas temporadas cobrem o evento.

Depois de preencher um questionário para credenciamento virtual, no prazo estipulado pelos organizadores, com infindáveis informações …  a maioria das credenciais não ficou pronta. O credenciamento teve que ser feito na hora, na sala de imprensa externa, que mudou de lugar, sem que houvesse aviso prévio da nova localização, desconhecida, inclusive, pelo staff do evento. Isto sem mencionar profissionais conceituados, há vários anos na imprensa de moda, aos quais foram negadas credenciais, sem explicações plausíveis.

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A equipe responsável pelo credenciamento deve estar apta para separar “o joio do trigo”. Não se justifica credenciar blogueiros gênero “ti ti ti” e deixar de fora os ícones de comunicação de moda no Brasil.


Foto: Vila Boa

Outro aspecto que necessita ser urgentemente revisado é a entrega de convites para os desfiles; ou as assessorias de imprensa de cada designer respondem por e-mail a todas as solicitações dos jornalistas, ou enviam os convites por correio, mensageiro, office-boy etc, a tempo hábil, para os endereços indicados, como era feito anteriormente. O balcão da sala de imprensa não funciona, apenas cria confusão; obriga os jornalistas a comparecerem diariamente ao evento, para verificar se receberam ou não os convites para os desfiles daquele dia.

Quem implantou esse sistema esdrúxulo deve fazer um curso de lógica, isto é, estudar quais as operações que são válidas/úteis, e quais as que não o são. Uma solução viável para esse problema seria liberar a entrada nas salas de desfile para os elementos credenciados da mídia –  impressa, televisiva, virtual, falada etc. E que sejam credenciados apenas aqueles que comprovadamente atuam e revistas, jornais, TV, sites, blogs, que contribuam para divulgar o trabalho de nossos designers e da moda “made in Brazil”.

Por Laïs Pearson

Laïs Pearson: Laïs é jornalista de moda.

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