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Jorge Gelati – Entrevista e trajetória de um dos modelos brasileiros de maior sucesso no exterior

O modelo brasileiro Jorge Gelati está entre os mais famosos modelos brasileiros no exterior. Ele já protagonizou campanhas para as principais marcas internacionais, como Armani…

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O modelo brasileiro Jorge Gelati está entre os mais famosos modelos brasileiros no exterior. Ele já protagonizou campanhas para as principais marcas internacionais, como Armani e Dolce&Gabanna.

Em uma breve passagem pelo Brasil, o modelo visitou o Fashion Bubbles para uma entrevista exclusiva e  contou sobre sua carreira, que já tem mais de 20 anos de sucesso, revelando alguns segredos para quem está começando e pretende ganhar o mundo.

Atualmente Gelati vive na Europa, é casado e tem dois filhos. Jorge passou alguns anos no exército  antes de começar a ganhar a vida com flashes e passarelas. A carreira de modelo começou no início dos anos 90 em Porto Alegre. Pouco tempo depois já na capital paulista, Gelati lembra que desfilou na primeira edição do São Paulo Fashion Week.

Lá fora fez trabalhos de passarela para marcas como Dolce&Gabanna, Givenchy, Hermes, Yves Saint Laurent, Zegna e também já dividiu the cat walk com as übers Gisele Bündchen, Naomi Campbell  e  Claudia Shieffer entre outras.

Agora Gelati está no seleto grupo dos quarentões, mas o modelo sempre teve esse charme de homem maduro por conta dos cabelos grisalhos que  ostenta desde seus 19 anos. Entretanto, Gelati lembra que no começo da carreira não enxergavam isso como algo positivo. “Foi um diferencial, mas no início da minha carreira em São Paulo, uma das primeiras reações que eu recebi em uma agência foi negativa. Disseram que se eu quisesse ser modelo deveria pintar o cabelo, coisa que não fiz “.

Hoje, além de continuar trabalhando como modelo, Gelati também atua como fotógrafo, que sempre foi seu hobby .

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Leia na íntegra a entrevista exclusiva de Jorge Gelati:

Como você começou a carreira de modelo?

Comecei em Porto Alegre com a Kromak. Trabalhei quase três anos e vim para São Paulo. Na época cheguei sem ter agência. Conheci o pessoal da Class, que hoje em dia é a Ford Models, que me adaptou em São Paulo. Isso foi no ano de 91. Aqui demorei uns seis meses para realmente entrar no mercado.

De onde surgiu a ideia de ser modelo?
Digamos que eu não escolhi, eu fui escolhido! (risos). Desde a época do exército as pessoas me falavam para ser modelo.

Quais foram os maiores desafios do início da carreira?
No início foi uma experiência nova para mim. Eu estava saindo de uma carreira militar – passei quatro anos no exército antes de começar trabalhar como modelo em Porto Alegre. Vim para São Paulo onde não conhecia quase ninguém. São Paulo era uma cidade muito grande, então teve todo esse desafio de chegar a um lugar desconhecido sem ter realmente certeza do que vai acontecer.

Acho que o maior desafio  é a paciência e a espera, uma das partes mais angustiantes do business de modelo, a ansiedade, a angústia de não saber o amanhã. Você pode ter várias opções de trabalho com vários clientes, mas nada vir a ser confirmado. De repente tudo isso pode ir água abaixo e não ter nada certo…

Como lidava com os “nãos”?
Acho que tive sorte desde o início. Sempre tive “nãos”, mas as respostas eram mais positivas na maior parte dos meus castings.

Quais os tipos de trabalhos que fazia no começo da carreira?
Comecei com fotos, depois passei a desfilar e fazer editoriais. Ao mesmo tempo apareceram algumas campanhas como Fórum, Timberland e Itaú. Artex foi a campanha que me lançou nacionalmente.

Sentiu dificuldade por começar a carreira depois dos 20 anos?
Existe um escalonamento de idade por mercado. Por exemplo, o mercado de desfile exige modelos jovens, para os homens deve ser pelos 17, 18 anos e para as meninas, que começam ainda mais jovens, com 14 e 15 anos, o que eu acho um absurdo, deveriam começar a partir dos 16.  Um dos últimos desfiles que fiz eu era o único grisalho no meio de garotos de 20, 19 anos. No entanto, quanto mais a idade vai passando, você amadurece no mercado e passa para uma categoria mais comercial, mais clássica. Jovens são mais fashion, mais para editoriais. A diferença entre o editorial fashion e o comercial clássico é a remuneração. A parte de editorial e de desfile do início de carreira é onde você constrói a sua imagem .

A carreira de modelo do homem tem mais durabilidade que a carreira feminina?

Com certeza. Porquê, eu não sei.

Quando sua carreira se tornou internacional?
Eu saí de São Paulo em 93 com um convite de uma agência de Paris para trabalhar lá.

Qual a diferença entre o mercado brasileiro e o internacional?
A principal diferença é que lá fora você tem possibilidade de fazer um trabalho com abrangência mundial. No Brasil os trabalhos são locais. Lá fora, se você está em Paris, Nova York ou Milão, existe a possibilidade de pegar uma campanha  que será divulgada no mundo inteiro.

Quais trabalhos mais impulsionaram sua carreira?
Meu primeiro grande trabalho foi Paco Rabanne.  Fiz Givenchy perfume , Jaguar, Azarro  Chrome, Gaultier, HäagenDazs, GAP .  Dolce & Gabanna também foi uma etapa muito legal na minha carreira. No Brasil fiz campanhas para TNG, Vivara, Daslu, entre outras.

 

Com quais fotógrafos renomados já trabalhou?

John Rankin Waddell, Michel Comte, Steven Meisel,Michelangelo di Batista, Michael Thompson, Ellen Von Unwerth, Terry Richardson entre outros.

Que tipo de campanha busca o seu perfil?
Hoje em dia campanhas que requeiram uma imagem mais bem sucedida como relógios, bancos, carros e até roupas e perfumes.

Prefere desfilar ou fazer fotos?
Atualmente  eu prefiro fotos, mas a passarela tem uma energia, uma magia. Quando você faz um desfile tem uma certa adrenalina.

Quais fatores favoreceram sua carreira?
Estar no lugar certo, na hora certa com certeza é uma coisa que conta muito nesse mercado; ter uma boa relação com os clientes; ser profissional, ou seja, não ter uma atitude negativa, ser você mesmo e não ser “estrela”, clientes não gostam disso.

Conta muito também ter um bom agente e uma boa agência. Melhor que isso: ter um booker que acredita em você. No meu caso tive a sorte de encontrar a Ina Sinisgalli hoje com sua própria agência.

Na minha carreira um ponto decisivo para o sucesso foi criar conexões, ou seja, além de minha agência-mãe, hoje também trabalho com várias agências no mundo inteiro. Eu sou da Ford em Nova York e LA, mas estou com a Models1 em Londres, Bananas em Paris, Dmanagment em Milão , Louisa Models na Alemanha, etc.

Ter desenvolvido este network junto com minha agência principal foi muito importante. Para construir essa rede tem todo um trabalho de castings, ir lá, acompanhar clientes, ter o material certo, enviar seu material, etc.

Alguma dica para quem está começando?

Acho que tem que acreditar em si em primeiro lugar. É preciso ter persistência, que é uma coisa que falta pra muita gente que vai para fora do Brasil. Às vezes eles vão para Paris, por exemplo, ficam dois ou três meses e voltam porque acham que não está dando certo, entretanto, é necessário um certo tempo para que as coisas aconteçam. É preciso ter um esforço pessoal, não esperar que tudo aconteça a partir da sua agência. A agência não cuida só de um modelo, mas cuida de muitos, por isso você precisa fazer sua parte.

Outro ponto importante é fazer investimento, investimento financeiro mesmo, em deslocamento por exemplo, se você está baseado em Paris,  mas não está acontecendo em Paris, é importante ir para Nova York, Milão passar um tempo lá, rever clientes, etc.

Isso já aconteceu com você?

Muitas vezes aconteceu comigo.  Eu mesmo tive que ir aos lugares, tive que buscar oportunidades. O mercado atualmente está mais concorrido e agressivo, há menos dinheiro.

Jorge Gelati

Ina Sinisgalli Produções Artísticas

www.inasinisgalli.com.br

Veja mais fotos de Jorge Gelati

Hoje Gelati vive na Europa com a esposa e dois filhos

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Gelati no desfile do Verão 2012 de Alexandre Herchcovitch (Fotos Osvaldo F.)

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Via Bananas Models

Fonte Imagens: Unique , Um certo olhar , Mis modelos favoritas , Gosee

Entrevista Realizada por Denise Pitta, Marina Domingues e Samantha Mahawasala

Texto: Samantha Mahawasala

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