Natural Cotton Color: tecido brasileiro estreia em desfile de Milão

Confira como são feitas as roupas de algodão colorido da Natural Cotton Color e saiba quando será o desfile da marca em Milão

A marca de moda sustentável Natural Cotton Color estreia em passarela internacional durante a Semana de Moda de Milão. O evento acontece de 21 a 27 de setembro, em Milão, na Itália. A realização é da Brasil Eco Fashion Week – BEFW, em parceria com a Fashion Vibes, de Milão.

A coleção “Ipês do Brasil: do Cerrado ao Sertão” é uma obra criada por Francisca Vieira, CEO da marca, e pelo consultor e designer Rafael Lemos. A modelagem foi desenvolvida por Raquel Grassi. Como resultado, ao todo, a coleção reúne 16 looks. Entre eles, 12 são femininos e quatro masculinos. O desfile será no dia 25 de setembro, as 18 horas, no Orto Botanico di Brera, em Milão, na Itália. Saiba mais em seguida!

 

Tecidos da Natural Cotton Color

 

Foto: Wellington Jan

 

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Além dos tradicionais trabalhos artesanais, feitos com rendas e bordados, a coleção se destaca pela inovação e variedade de tecidos com base na mesma fibra natural. Por exemplo, o Denim 100% orgânico possui cor, mas sem nenhum tipo de tingimento, o jacquard de algodão com seda e tecidos desenvolvidos com fios que fundem o algodão com resíduos de seda e de linho.

“O design surpreende com clássicos masculinos reinventados, como o terno produzido em moletinho de algodão com seda. Tem também o smoking que deixa de ser black tie para se apresentar marrom, cor natural do algodão colorido orgânico”, revela Francisca.

O objetivo do desfile é posicionar a Natural Cotton Color no mercado internacional. De acordo com Rafael Morais, diretor executivo do BEFW, “trata-se de nutrir o crescente interesse global por moda ética e sustentável. Por isso, garantimos a oportunidade de apresentar desfiles de algumas marcas em Milão, reafirmando o Brasil como referência neste segmento da indústria da moda.

Além disso, para Yulia Palchykova, diretora do Fashion Vibes e realizadora da mostra BEFW em Milão, a moda brasileira chama a atenção do mercado mais atento à sustentabilidade em oposição ao fast fashion.

“O Brasil é rico em matérias-primas, mas também em criatividade baseada na diversidade cultural. Nosso objetivo é evidenciar o desenvolvimento nesta direção, promovendo designers que valorizam em suas coleções as suas raízes, a sua cultura”, disse.

 

Círculo S/A

 

Foto: Wellington Jan

 

Além disso, a Círculo S/A é uma das parceiras nesta coleção com os fios de algodão que foram usados pelas artesãs para a confecção dos bordados e crochê de detalhes e peças. “A Círculo S/A já é nossa parceira há algum tempo e oferece um algodão de qualidade em seus fios, que me permite tingir o fio com tinta vegetal mantendo a mesma qualidade do material, resultando em trabalhos artesanais incríveis”, comenta Francisca Vieira.

Como resultado, ela afirma que essa união foi muito importante neste projeto. Afinal, os novelos doados pela marca para o desenvolvimento de toda a coleção permitiram que o investimento que teria sido feito neste material, caso comprado, fosse direcionado para incluir ainda mais artesãs nas produções.

 

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Sustentabilidade na moda: arranjos produtivos locais

 

Foto: Wellington Jan

 

A Natural Cotton Color produz moda com base no algodão colorido com certificado internacional de produto orgânico. Por isso, a matéria-prima é cultivada com contrato de compra garantida por meio da agricultura familiar em assentamentos rurais e comunidades quilombolas. Além disso, o preço pago por quilo é o maior do Brasil.

A espécie já nasce em tons de bege, marrom e verde. Ou seja, não é necessário o uso de aditivos ou corantes. O processo produtivo do campo até a indústria economiza 87,5% de água, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolvedora da semente.

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Ao mesmo tempo, a marca tem como identidade a inserção do trabalho artesanal com inovações no design para maior produtividade. Por exemplo, na coleção “Ipês do Brasil: do Cerrado ao Sertão” foram envolvidos dois arranjos produtivos: os bordados foram produzidos pelos artesãos de Brasília no projeto Moda Connect. Já as rendas e crochês, pela Associação das Rendeiras de Renda Renascença do Cariri Paraibano (Renasci).

As ações da Natural Cotton Color estão alinhadas a vários dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Por exemplo, os objetivos:

  • 2: Promover a agricultura sustentável;
  • 8: Trabalho decente e crescimento econômico;
  • 9: Promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação;
  • 12: Garantir padrões de produção e consumo sustentáveis.

 

 

Parcerias para a coleção Natural Cotton Color

 

Foto: Wellington Jan

 

Por outro lado, o desfile da Natural Cotton Color em Milão possui apoio do Centro de Tecnologia Têxtil do Senai da Paraíba por meio da consultoria do designer Rafael Lemos.

Além disso, as peças do desfile foram produzidas com tecidos feitos em parceria com as indústrias têxteis Ecosimple e Unitextil. Já os looks serão apresentados com bolsas da Makano e calçados femininos In-soul Shoes, produzidos com matéria-prima da Rato Roi com desenhos de Flavia Vanelli. Por fim, os calçados masculinos foram fabricados pela Plantae.

A escolha da “modelo de prova” para o evento em Milão também seguiu princípios sociais. Afinal, Luana Silva é moradora no centro histórico de João Pessoa na comunidade do Varadouro, onde fica a sede da Natural Cotton Color. Luana é uma jovem talentosa, descoberta por Francisca Vieira.

 

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Trilha sonora do desfile

 

Francisca Vieira, CEO Natural Cotton Color. Foto: Marvimm

 

Por fim, a Natural Cotton Color procura reforçar a identidade da marca. Dessa forma, reproduz no desfile a música mais popular de um ícone da Paraíba e do Brasil: Jackson do Pandeiro. Conhecido como “O rei do ritmo”, Jackson foi um cantor, compositor e multi-instrumentalista. Na música “Chiclete com Banana”, reflete uma preocupação em manter o samba brasileiro puro, livre da influência de ritmos estrangeiros.

Assim sendo, as músicas escolhidas foram:

  • “Eu só boto Bebop no meu samba”;
  • “Quando o Tio Sam tocar num tamborim”;
  • “Chiclete eu misturo com banana”;
  • “Quando ele pegar no pandeiro e na zabumba”;
  • “Quando ele aprender que o samba não é rumba”;
  • “Aí eu vou misturar Miami com Copacabana”;
  • “E o meu samba vai ficar assim”;
  • “Tururururururi bop-bebop-bebop”;
  • “Olha aí, o samba-rock, meu irmão”;
  • “mas em compensação eu quero ver um boogie-woogie de pandeiro e violão”;
  • “Eu quero ver o Tio Sam de frigideira numa batucada brasileira”.

 

Mais fotos da coleção

 

Conjunto feminino de regata e calça. Foto: Wellington Jan

 

Roupa masculina em tons claros. Foto: Wellington Jan

 

Vestido longo feminino. Foto: Wellington Jan

 

Vestido branco de manga curta. Foto: Wellington Jan

 

Fontes: Patrícia Wippel – Head de Conteúdo e Sandra Vasconcelos – Maximize Marketing Digital

Diana Diniz: Diana Diniz é jornalista apaixonada por novas experiências. Possui uma bagagem de conhecimento adquirido na Universidade do Algarve, em Portugal. Através do MBA em Marketing Digital e Especialização em Saúde pôde se aperfeiçoar na redação de artigos para blogs com embasamento científico e unir a experiência da profissão com sua paixão: a escrita.
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