Victoria’s Secret Fashion Show 2025 traz angels mais diversas para a passarela e reacende dúvida sobre inclusão real
A diversidade prometida pelo Victoria’s Secret Fashion Show 2025 ainda divide opiniões. Será que a marca mudou — ou só atualizou o mesmo espetáculo?
Na última quarta-feira (15), o desfile mais comentado (e criticado) do século XXI voltou a dar o que falar no mundo da moda. O Victoria’s Secret Fashion Show 2025 desembarcou em Nova York com apresentações de Missy Elliott, Karol G e Madison Beer, além da presença das brasileiras Adriana Lima e Alessandra Ambrosio.
O evento, transmitido globalmente, misturou nostalgia e debates sobre o que realmente mudou — e o que permanece igual — na marca. Continue lendo a fim de saber mais!
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De símbolo de glamour a alvo de críticas

Criado no fim dos anos 1990, o Victoria’s Secret Fashion Show rapidamente virou sinônimo de espetáculo e fetiche: asas extravagantes, música pop e um elenco de modelos chamadas de “angels” quase sempre brancas, cisgênero e extremamente magras. Dessa forma, por anos, o desfile representou o auge da cultura da beleza ideal.
À medida que o mundo da moda e o público se tornavam mais conscientes sobre representatividade e inclusão, o evento começou a perder relevância. As críticas ao padrão de beleza irreal e à sexualização das modelos se somaram a escândalos internos e à queda nas vendas. Em 2018, o desfile foi oficialmente cancelado.

Durante os anos seguintes, a marca tentou se reinventar. Mudou a direção, lançou campanhas mais diversas e, em 2024, trouxe de volta o show — agora prometendo uma nova era. Mas a tentativa de inclusão foi recebida com reservas: modelos gordas e trans finalmente apareceram, porém, eram a minoria e estavam quase todas cobertas por bodys e macacões. A mensagem parecia clara — a diversidade existia, só que dentro de limites bem definidos.
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O brilho do Victoria’s Secret Fashion Show 2025
Em 2025, a marca tentou corrigir o tom. A edição apostou em performances energéticas — Missy Elliott trouxe o peso do hip-hop, Karol G levou a força latina, e Madison Beer adicionou uma dose de pop contemporâneo. Entre as modelos, veteranas como Adriana Lima e Alessandra Ambrosio dividiram espaço com novos rostos e influenciadoras, em um elenco pensado para reconquistar a atenção do público global.
Visualmente, o desfile parecia mais plural: corpos de diferentes tamanhos, idades e origens cruzaram a passarela. Ainda assim, a “inclusão” pareceu mais estética do que ideológica, mais uma camada de maquiagem sobre uma estrutura que pouco se transformou.

Sem dúvida, ver as angels desfilando ainda é uma experiência fascinante. Há algo hipnótico na forma como elas dominam a passarela — a postura, a confiança, o carisma. As peças são lindíssimas, elaboradas com riqueza de detalhes e brilho, e a ambientação do evento — luzes, cenografia, trilha sonora — cria um espetáculo visual que lembra por que o Victoria’s Secret Fashion Show marcou uma geração.
Acima de tudo, o belo tem um poder próprio: traz leveza, encanta e, às vezes, basta por si só. Talvez essa seja a razão pela qual o público ainda se deixa seduzir, mesmo quando a narrativa por trás continua em disputa.
No entanto, críticos apontam que, ao tentar equilibrar sensualidade e diversidade, o Victoria’s Secret Fashion Show 2025 continua prisioneiro de sua própria fórmula — uma que vende fantasia para o olhar masculino — e tenta atualizá-la com pequenos ajustes visuais. Em outras palavras: o formato pode ter mudado de figurino, mas o roteiro segue o mesmo.

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Inclusão real ou nostalgia com nova embalagem?

A questão que paira após o retorno do desfile é profunda: precisamos mesmo que uma marca valide corpos diversos — corpos que ela mesma ignorou por décadas? Para muitos, a resposta é não. A representatividade não depende do selo de aprovação de uma grife que ajudou a moldar padrões excludentes.
Por outro lado, há quem veja o valor simbólico na mudança. Uma marca tão global assumir a diversidade pode, em tese, ampliar a conversa sobre o tema. Mas isso só faz sentido se houver coerência — no produto, nas campanhas e nas decisões internas.
No fim, o Victoria’s Secret Fashion Show 2025 tenta reviver o glamour que o consagrou, agora com uma narrativa de modernidade. O problema é que, no mundo atual, a nostalgia nem sempre se basta.
















