Quem foi Cacá Diegues? Cineasta morre no RJ aos 84 anos: “Partida deste gigante”
Cacá Diegues estava internado no RJ para uma cirurgia. O diretor foi responsável por grandes filmes brasileiros, como Xica da Silva (1976) e Deus É Brasileiro (2003
Um dos maiores cineastas brasileiros faleceu na madrugada desta sexta-feira, 14: Cacá Diegues. De acordo com informações do G1, Cacá sofreu complicações após ser submetido a uma cirurgia. Todavia, a família preferiu preservar informações sobre motivo da cirurgia e hospital em que o diretor estava internado.
Aos 84 anos, Diegues foi um dos expoentes do chamado, “Cinema Novo”(na década de 60), junto com Glauber Rocha, Leon Hirszman e outros grandes nomes. Após reconhecida jornada no mundo das artes, Cacá foi eleito e ocupava a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras.
Que foi Cacá Diegues?
Cacá Diegues nasceu em 19 de maio de 1940 em Maceió, Alagoas. Pioneiro do movimento característico do cinema nacional, ele produziu grandes longas-metragens como: “Ganga Zumba” (1964), “A Grande Cidade” (1966) e “Os Herdeiros” (1969) que deram origem ao Cinema Novo.
Na sequência, o cineasta foi obrigado a se exilar em países como Itália e França, devido às perseguições da ditadura militar. Assim que retornou ao Brasil, com o país caminhando para a democracia, Cacá produziu mais dois filmes: “Quando o Carnaval Chegar” (1972) e “Joanna Francesa” (1973). Contudo, uma de suas maiores obras foi “Xica da Silva” (1976) – que marcou o fim do autoritarismo e a abertura política para discussões.
Com o final da ditadura ele dirigiu: “Chuvas de Verão” (1978) e “Bye Bye Brasil” (1980). Na sequência, em 1981, foi membro do júri do Festival de Cannes. Em 1984, dirigiu o épico “Quilombo”. Com a chegada da era Collor, todos os incentivos à arte foram retirados. Ainda sim, Cacá conseguiu realizar obras chamadas de “transição” como, “Um Trem para as Estrelas” (1987) e “Dias Melhores Virão” (1989).
Após a derrubada de Collor, o cinema brasileiro ganha uma nova retomada. Nesse momento, Cacá realiza longas como: “Tieta do Agreste” (1995), “Orfeu” (1999), “O maior amor do mundo” (2005) “Deus é brasileiro” (2003) e “O grande circo místico” (2018), inspirado na obra do poeta Jorge de Lima.
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Homenagem
Em 2016, a escola de samba Inocentes de Belford Roxo homenageou o cineasta como tema de seu desfile. Cacá Diegues desfilou no último carro: “Estou muito feliz, para mim é uma honra ser enredo de uma escola de samba”- disse ele em entrevista ao Globo.
“Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mantendo-se sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema”- disse a Academia Brasileira de Letras em nota.
“O Brasil perde… O cinema brasileiro perde… A cultura perde… Todos nós perdemos com a partida deste gigante… APLAUSOS de pé a Cacá Diegues………..”- disse o atro Claudio Cinti.
Por fim, ainda não há informações sobre velório e sepultamento.
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