É só uma lembrança – Artista mostra a vida em suas obras
A arte depende da vida, e é esta que me proporciona a essência do meu trabalho: viver e observar todos que vivem, pensar e repensar,…
A arte depende da vida, e é esta que me proporciona a essência do meu trabalho: viver e observar todos que vivem, pensar e repensar, amadurecer e retratar. A criatividade me possibilita a abstração do que a vida me proporciona. Gosto de retratar momentos, sentimentos e situações vivenciadas por mim e por pessoas conhecidas e desconhecidas que me cercam.
Algumas de minhas esculturas remetem momentos que marcaram minha infância, como a “É só uma lembrancinha…”. Nesta escultura, busquei inspiração nos presentes que ganhava de minha avó quando era criança, ela sempre me dizia ao dar o presente: “Não repare, é só uma lembrancinha”. Os presentes eram bastante humildes, às vezes eu gostava, às vezes não, afinal, eu era só uma criança e não entendia o sentimento que aquele simples presente representava.
Na obra, a mão representa quem presenteia, a maçã o presente, a flor que a maçã está dando referencia o esforço do presente em agradar, o sentimento inserido nele. O tempo passou, e o melhor, ainda ganho presentes de minha avó.
“O Bipolar” é uma obra com um motivo crítico, ela não se trata exatamente do distúrbio psicológico de bipolaridade. Ela representa os conflitos que as pessoas vivem todos os dias por influência da sociedade, sejam eles pessoais ou profissionais.
Quantas pessoas não se sentem pressionadas a fazer algo contra a sua vontade ou seus valores por obrigação ou por dependência. Sorrir quando se quer chorar. Os conflitos têm diversas formas e motivos, mas é movido pelo choque de interesses e sentimentos na sociedade que nos envolve.
Gosto de contar as histórias dos meus trabalhos, elas reforçam, esclarecem, motivam e cativam aos que se interessam por cada uma das peças, e acima de tudo, as histórias se propagam.
Uma escultura pode ser de propriedade de uma ou de outra pessoa, mas os significados, os sentimentos e as histórias são de quem se identificar, pois refletem momentos comuns de todos.
Artista trabalhando na obra “Bipolar”
Por Israel Macedo