Dia do Solteiro: será que ainda é impossível ser feliz sozinho?

15 de agosto é Dia do Solteiro! Então, a terapeuta Camila Custódio explica por que a felicidade é muitas vezes associada aos relacionamentos

Fonte: Radu Daniel/Pexels

Em 15 de agosto, comemora-se o Dia do Solteiro. Com origem desconhecida, a data serve de oposição para o Dia dos Namorados e é um momento para pessoas que não estão comprometidas celebrarem sua liberdade, sua singularidade e seu amor-próprio.

Por isso, a terapeuta Camila Custódio, colunista do Fashion Bubbles, fala mais sobre a data comemorativa e explica por que, muitas vezes, a solteirice é associada à solidão. Continue lendo e veja também dicas do que fazer para ser feliz solteiro!

É possível ser feliz solteiro?

Embora os contos de fadas, os filmes, as músicas e os poemas digam que é impossível ser feliz sozinho, a realidade hoje e as pesquisas indicam exatamente o contrário. Segundo Paul Dolan, professor de ciências comportamentais da London School of Economics, na Inglaterra, mulheres solteiras compõem a parcela mais feliz da população.

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Dolan é autor do livro “Felizes Para Sempre” e cita um estudo realizado nos Estados Unidos, a Pesquisa de Tempo de Uso Americano (ATUS), que comparou níveis de felicidade e tristeza em pessoas solteiras, casadas, divorciadas, separadas e viúvas.

As últimas evidências mostram que os marcadores usados para medir o sucesso antigamente não se correlacionam com felicidade – particularmente o casamento.

Infelizmente, muitas pessoas ainda enxergam a solteirice como sinônimo de fracasso. Sem dúvida, isso é resquício de uma sociedade patriarcal e machista, que ainda associa ter um parceiro à felicidade.

A cobrança da sociedade

É um grande erro achar que encontraremos a felicidade apenas quando estivermos acompanhadas de alguém.
Ter um relacionamento deve ser a soma de pessoas inteiras e felizes, e não uma condição para a pessoa sentir-se completa.

Mas, se você é uma mulher solteira, com mais de 30 anos, com certeza você já foi julgada e afetada por esse julgamento. Afinal, algumas pessoas fazem com que você se sinta mal com esse “estar solteira”.

E essa cobrança não é nem um pouco sutil: é sempre pauta entre amigos, pergunta constrangedora nos almoços de família, olhar de pena daquela tia… É como se, independente da sua carreira, vida acadêmica, condição financeira, de saúde ou resultados conquistados, se você não está em um relacionamento amoroso, não atingiu a felicidade.

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Existe uma cobrança em nossa sociedade para estar sempre acompanhado. E precisamos falar sobre a complexidade que vivemos nesse momento nos relacionamentos, para além de liberdade feminina, empoderamento e sexualidade.

Isso sem contar o desafio na comunicação, no comprometimento, na conexão emocional e nos relacionamentos através dos aplicativos. O que já não era fácil ficou ainda mais difícil nos últimos tempos, principalmente após a pandemia.

Precisamos nos munir de um arsenal de informações e muita terapia para lidar com curving, ghosting e tantos outros termos nesse glossário de relacionamentos em tempos de aplicativos de paquera. Afinal, são relacionamentos que ainda levam muitas à frustração quando saem do ambiente virtual para o real.

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Não é surpresa que algumas mulheres são taxadas de difíceis ou complicadas, simplesmente por serem mais seletivas e não quererem se envolver com qualquer pessoa. Isso por estarem machucadas, vulneráveis ou se sentirem desesperançosas com os homens.

Homem solteiro x mulher solteira

Navegar na vida amorosa está mais assustador para as novas gerações, mas hoje a perspectiva entre os namorados heterossexuais passou a assumir uma forma menos divertida.

A autora Christine Emba chama isso de “heteropessimismo”, uma forma de sentimento geralmente expressa como arrependimento, constrangimento e desesperança sobre a experiência hétero.

Falando somente sobre a perspectiva feminina, olha só quanta coisa dificulta a vida das solteiras hoje! Sem falar do preconceito quando se fala em solteirice. Pois, frente à sociedade, homem solteiro, tudo certo. Mulher solteira ainda é sinônimo de uma mulher solitária.

Fonte: vkstudio/Canva

Ainda precisamos desconstruir, desmistificar esse estigma que pesa sobre a mulher. Afinal, se fundamental é mesmo o amor (como dizia o poeta), então que esse amor seja o próprio!

A máxima “antes só do que mal acompanhada” nunca fez tanto sentido. E que bom que as pessoas estão mais conscientes a respeito do seu bem-estar emocional e mental quando o assunto é relacionamento.

O que fazer para ser feliz solteiro?

Infelizmente, nossa cultura ainda preza pela constituição da família e a vida tradicional a dois. As crenças relacionadas a isso encorajam quem está solteira a se sentir mal por ser feliz sozinha.

No entanto, não podemos esquecer de que a felicidade é uma mistura da satisfação de necessidades e do encontro com pessoas e experiências que cultivam nosso bem-estar.

E essa experiência não necessariamente vem de um relacionamento amoroso. Pode vir de muitas experiências da vida, como trabalho, amigos, lazer, viagens, estudos, sexo, sua saúde, sua família, suas conquistas e tantos outros prazeres que a vida e suas escolhas podem lhe proporcionar.

Fonte: Samotrebizan/Canva

Se você está solteira e está feliz assim, ótimo! Agora, se você está em um relacionamento só para não ser julgada ou pelo medo da solidão, então, liberte-se. A felicidade não está no outro, e sim dentro de você. Fundamental é mesmo o amor e é possível ser muito feliz sozinha também.

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Sobre a colunista

Fonte: Divulgação

Camila Custódio é idealizadora do Consultório Emocional – @consultorioemocional nas redes sociais. Camila é Assistente Social, Terapeuta de Família e Casal, Terapeuta Relacional Sistêmica, Psicanalista e Coach. Além disso, é Especialista em Gestão da Emoção e Consultora em Desenvolvimento Humano.

Escreve sobre saúde emocional, relacionamento e empoderamento feminino para sites, revistas e blogs. Atende pacientes online de todo o Brasil e do exterior.

Camila Custódio: Camila Custódio é idealizadora do Consultório Emocional - @consultorioemocional nas redes sociais. Camila é Assistente Social, Terapeuta de Família e Casal, Terapeuta Relacional Sistêmica, Psicanalista e Coach. Especialista em Gestão da Emoção, Consultora em Desenvolvimento Humano. Escreve sobre saúde emocional, relacionamento, empoderamento feminino para sites, revistas e blogs. Atende pacientes online de todo o Brasil e do exterior.

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