Os Satyros apresenta nova versão de “Vestido de Noiva”

A Companhia de Teatro Os Satyros apresenta a partir de 8 de fevereiro, em São Paulo, uma nova versão de “Vestido de Noiva”, de Nélson Rodrigues, com participação da convidada Norma Bengell.

A história é bem simples: a personagem Alaíde é acusada de roubar o namorado da irmã, é atropelada e envolve-se com uma cafetina do início do século 20. Daí pra frente, é um mergulho sem censuras na alma humana, como só Nelson Rodrigues seria capaz de realizar.

Essa peça, encenada pela primeira vez em 1943, inaugurou uma nova era no teatro brasileiro. Pela primeira vez se via simultaneamente realidade, memória e alucinação, tudo ao mesmo tempo no palco. Era demais para um público acostumado com uma narração linear e interpretação naturalista.

O texto foi alçado imediatamente à condição de clássico e a montagem, com direção do polonês Zibgniew Ziembinski (1906-78) e cenografia do paraibano Tomás Santa Rosa ajudaram a demarcar a fase de modernidade no teatro brasileiro. Para demarcar cada plano (realidade, memória e alucinação)

Ver uma obra revolucionária fora do seu contexto histórico nem sempre é uma experiência prazeirosa. Muito pelo contrário… Normalmente as inovações trazidas por ela já foram absorvidas pelas obras posteriores e nós, expectadores contemporâneos, não conseguimos entender o porquê de tanta importância atribuída à obra original. Assim foi quando tentei ver Gláuber Rocha (achei chatíssimo) ou mesmo Cidadão Kane (achei regular).

Mas Vestido de Noiva realmente merece a denominação de Clássico. Cinquenta anos depois de escrita ainda conserva todo o vigor que uma obra de arte deve ter, não é uma peça de museu. Vi uma versão encenada pelo Grupo Tapa há alguns anos, no Teatro da Aliança Francesa, e fui totalmente arrebatado.

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Não vou perder por nada esta nova versão!

Saiba mais:

Estadão – Os Satyros encenam ‘Vestido de Noiva’ 

Estadão – O impacto da montagem de Ziembinski

  Imagens

Vestido de Noiva

Onde: Itaú Cultural – teatro (av. Paulista, 149; tel. 2168-1777)
Quando: estréia 8 de fevereiro; serão dez apresentações, todos os dias, às 19h30; até 17/2
Quanto: entrada franca (ingressos distribuídos meia hora antes)

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