Um mundo de símbolos

Em um artigo sobre energia na Veja desta semana, o autor afirma que a idade da pedra não acabou por falta de pedra. De fato,…

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Em um artigo sobre energia na Veja desta semana, o autor afirma que a idade da pedra não acabou por falta de pedra. De fato, foi a conquista de novas tecnologias que permitiu aos nossos ancestrais passarem a utilizar outros elementos. Os metais, por exemplo, como estão agora maravilhosamente expostos em São Paulo, na Pinacoteca do Estado, os achados pré-históricos da tumba do Senhor de Sipán, no Peru. O homem, que deveria ser um rei há alguns milhares de anos, vestia-se literalmente de ouro e usava uma sandália de prata! Os acessórios, então cravejados de pedras preciosas, deixariam a H. Stern no chinelo.

Era uma moda que se impunha não pelos símbolos, mas pela própria materialidade dos elementos preciosos, numa evidência que não deixava lugar para a imaginação. O inverso de hoje, quando usamos tantas bijuterias não por falta de ouro ou pedras preciosas, mas pela necessidade de simbolizar situações, percepções, conquistas ou modos de vida tidos como desejáveis.

Cultivamos o gosto pelo rústico e pelo jeans rasgado, que trazem a insinuação de uma vida esportiva, arriscada e cheia de emoção. Através do mundo da moda representamos situações de romantismo ou de risco, simplicidade ou até desleixo que, inexplicavelmente, levam a uma leitura de sofisticação.

Na nova cultura do desejo, o Senhor de Sipán não estaria na moda, ele teria que aprender mil sutilezas para revelar sem mostrar claramente, para fazer perceber em lugar de ostentar. Pois assim como a pedra não acabou, mas sim o seu uso como ferramenta, no nosso mundo não estamos mais em busca desesperada pelas coisas, que hoje existem em abundância, mas pelos símbolos do amor, da amizade, da aventura e do glamour, que mais do que em qualquer outro lugar parecem estar acessíveis no brilho e nas borbulhas da moda.

Nada mais imaterial que um site na Internet – o Fashion Bubbles! – mas não há nada que simbolize tanto a nova cultura do desejo como esta ferramenta essencial para nossa geração, que com poucos toques simboliza tudo e sem a qual já não concebemos a sobrevivência no século vinte e um.

Por Ignez Pitta, historiadora e mãe oficial do site.
Tesouros do Senhor de Sipán
Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, Metrô Luz. Terça a domingo, 10h às 18h.
30/11/2006 a 07/1/2007
R$4,00
Sábado grátis.

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