Novos Boêmios: Viver a Vida – Parte 1/2

A burguesia boêmia não é uma classe ociosa de dândies abastados. Eles não recusam o taylorismo e nem viram as costas para o labor e…

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GreyGoose

A burguesia boêmia não é uma classe ociosa de dândies abastados. Eles não recusam o taylorismo e nem viram as costas para o labor e o lucro. Trabalham mais, são multitasked e worklovers. Sobram-lhes, em grande medida, pouco tempo para a família e sua vida afetiva emocional. Talvez, seja por isso mesmo que gastem mais com a residência, com lazeres, restaurantes e viagens, carros e aparelhos eletrônicos, vestuário, cuidados pessoais, embelezamento e rejuvenescimento.

Eles estão preocupados em aumentar o tempo para se dedicar aos seus interesses individuais, se cuidar e se gratificar através do uso de produtos, serviços e conveniências. Os cuidados de si vão do rejuvenescimento físico às cirurgias plásticas de correção, da redução do stress através dos lazeres e aventuras e esportes radicais.

Apreciam viagens exóticas e flertam com o perigo. Outros buscam a meditação, terapias corporais ou cuidados espirituais. Os produtos de cuidado e indulgência pessoal de alto nível proliferam: dos spas de luxo aos chocolates artesanais de luxe, dos eletroeletrônicos de ultima geração à qualidade dos tecidos e da assinatura das roupas de cama.

O excesso de trabalho, stress e dedicação profissional servem como um fator de desculpabilização pelo excesso de prazeres físicos, auto-indulgências e luxurificação.

Querem ter tempo livre e sossego para poderem ‘se curtir’ ou aproveitar ao máximo com aqueles que amam. “O que você fez por você esta semana” é um slogan que reflete este estado de coisas, assim como o slogan de L´Orealporque eu mereço’.

Para Silverstein, autor de best sellers renomados na área de Consumer Insights este consumidor do novo luxo procura novas experiências e se envolve emocionalmente na hora de escolher ou se tornar cliente de uma marca. Não importa de pagar mais para satisfazer seus desejos e quer a toda prova autenticidade, bom gosto e discernimento. É um tipo de consumo que envolve alto grau de envolvimento e está relacionado ao auto-conceito da pessoa e sua projeção no conceito da marca ou do seu design. E o conceito e o design estão em todo lugar, sensualizando formas e inovando nas funções, agregando bom gosto estético e estilístico. A febre do design de luxo assinado está presente das modernas garrafas de água mineral ás arrojadas garrafas de destilados, do luxo eletrônico de um Bang & Olufsen ao mobiliário assinado por Brown Jordan, dos acessórios de moda aos ‘highend lifestyle accessories’.

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O frasco do perfume Chrystal de Versace se inspira nas formas de um diamante negro e o vidro do Black Code da Armani com seu vidro laqueado azul escuro, lembra as lapelas de cetim de um smoking Giorgio Armani. Estes produtos por seu design artístico e de vanguarda exalam magnetismo e poder, se tornam chamarizes e erotizam os consumidores que se deixam influenciar pela extravagância, originalidade e erotismo das formas destas peças.

São prosumers fascinados pela apresentação e aparência, com um marketing pessoal, um estilo de vida dinâmico e intenso e uma identidade sedenta de novas experiências. Desejam ser mais do que são e concebem o sucesso e a realização profissional como objetivo central de suas vidas, e o conforto e o bem estar como propósitos da boa vida. Esta busca do sucesso, distinção pessoal e uma vida mais aberta e estilizada marcam em relevo a nova sensibilidade destas classes afluentes.

Esta obsessão crescente frente aos temas da estilização da vida e a exploração emocional do presente conferem, à sociedade contemporânea, sua feição. A vida estética é a vida eticamente boa. Acreditam que a vida estética é fruto de escolhas e de satisfações de necessidades e de intensificação de experiências e prazeres. A identidade do homem urbano médio instruído muitas vezes é interpretada como um conjunto de ‘quase-eus’ e que estamos todos, irremediavelmente condenados à modelagem estética de nossas existências a partir da experimentação de papéis e descobertas de ‘novos eus’.

A legitimidade deste modo de vida hedonista é a própria felicidade. Nesta sociedade de mercado e rápido consumo de tudo, neste hiper ‘supermercado de estilos’,“nada de regras, apenas escolhas”, como dizem os lemas pós-modernos.

Leia também: Novos Boêmios: Viver a Vida – Parte 2/2.

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Por Sérgio Lage

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