O retorno das “roupas erradas”: a estética do exagero como rebeldia fashion
Em um cenário onde o minimalismo reinava soberano, a estética do exagero ressurge como maneira de se expressar. Entenda!
Durante décadas, a moda buscou se afastar do que era considerado tacky, cafona ou simplesmente “errado”. Assim, a busca por sofisticação e minimalismo dominou passarelas e guarda-roupas por um longo tempo. No entanto, parece que uma nova geração de criadores e consumidores virou esse jogo: roupas que antes seriam ridicularizadas estão voltando com força — agora como símbolo de autenticidade, ironia e crítica cultural.
Crocs com meia branca, óculos gigantes com armações neon, jaquetas acolchoadas em pleno verão, conjuntos com estampa de oncinha da cabeça aos pés… Tudo isso não só está em alta, como também é celebrado por celebridades e influenciadores. O “feio” se tornou fashion. Mas o que isso revela sobre o nosso momento cultural?
Estilo como narrativa, não como beleza
Mais do que buscar “ficar bonito”, a moda atual privilegia o storytelling. Desse modo, cada look é uma declaração — de humor, ironia, sarcasmo ou autoafirmação. Ao escolher algo que foge do convencional, o usuário não está simplesmente rompendo com normas estéticas: ele está dizendo algo sobre si mesmo e seu lugar no mundo.
É o caso das chamadas ugly trends (tendências feias), que, ao contrário do que o nome sugere, não têm nada de desleixadas. Pelo contrário: são construídas com atenção e, muitas vezes, com orçamento alto. O exagero virou argumento estético. Plataformas como o TikTok amplificam essa onda, transformando então o “look bizarro” em ativo visual e forma de performance social.
A lógica da estética do exagero como resposta à monotonia
Se antes o “menos é mais” era o mantra da elegância, agora o “mais é mais” serve como provocação. O mundo atravessa um período de saturação de imagens e discursos: tudo é rápido, filtrado, massificado. Por isso, a escolha de um visual propositalmente fora do padrão torna-se uma forma de resgatar o controle narrativo e destacar-se.
Além disso, o visual maximalista também permite brincar com códigos de pertencimento. Celebridades como Doja Cat, Harry Styles e Bella Hadid usam a estética do exagero para transitar entre gêneros, subculturas e tempos históricos, embaralhando referências e criando um estilo único e provocador. A moda, então, deixa de ser apenas um reflexo de tendências e passa a ser ferramenta de interferência estética e política.
Quando o “brega” vira statement
O retorno do que já foi considerado brega tem uma função além do estilo: ele revisita memórias coletivas, contextos históricos e estigmas sociais. Usar um look inspirado na estética dos anos 2000 ou em ícones da cultura popular — como o estilo das “patricinhas” de shopping ou dos personagens de novelas mexicanas — é, às vezes, uma forma de homenagear identidades que foram marginalizadas pelo gosto dominante.
Inclusive, essa apropriação estética se reflete em outros campos da cultura pop. Algumas experiências visuais adotam esse mesmo contraste entre o kitsch e o funcional para propor imersões diferentes — como é o caso da interface lúdica do https://www.vbet.bet.br/pb/, que incorpora elementos visuais vibrantes e saturados para criar um ambiente digital que mistura nostalgia e modernidade de forma intencional e calculada.
Microtendências e o papel das redes sociais
Sem dúvida, as redes sociais contribuíram para pulverizar os critérios do que é “bonito” ou “feio”. Microtendências surgem e desaparecem em semanas, permitindo que pessoas experimentem estilos extremos sem compromisso com a longevidade. Estéticas como clowncore, weird girl, blokette ou grandpacore surgem como colagens visuais com referências díspares — e todas são válidas dentro do ecossistema da moda digital.
A liberdade de testar visuais considerados “errados” funciona como válvula criativa em uma indústria que, por muito tempo, valorizou corpos padronizados, paletas neutras e silhuetas previsíveis. Agora, a estética do exagero virou símbolo de inteligência de moda — quem sabe misturar e provocar, ganha destaque.
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E no Brasil, como a estética do exagero se manifesta?
A estética do exagero encontra terreno fértil no Brasil, já que o país sempre teve uma relação vibrante com a cor, o brilho, a mistura de tecidos e estampas. De Carmen Miranda a Anitta, passando pelo axé dos anos 90 e o funk atual, o estilo nacional nunca teve medo de ousar. O que muda agora é a forma como essas escolhas são ressignificadas: o que antes era motivo de crítica, hoje é celebrado como vanguarda.
Marcas independentes brasileiras, como Amapô, Isaac Silva e Martins, estão entre as que desafiam o gosto tradicional com criações ousadas, irreverentes e profundamente conectadas às raízes culturais. A moda exagerada aqui não é só estética — é também política e afetiva.
Para onde vai o “erro fashion”?
Talvez a pergunta mais interessante não seja “isso é bonito?”, mas sim “isso é honesto?”. A moda vive um momento em que o look estranho, barulhento ou descoordenado tem mais a dizer sobre autenticidade e coragem do que sobre tendências. E talvez seja exatamente isso que a torna tão fascinante neste momento: a liberdade de vestir o que quiser, do jeito que quiser — mesmo (ou especialmente) se parecer um erro.
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