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História do Ovo de Páscoa e o significado de outros símbolos como o coelhinho da Páscoa

Sendo hoje em dia considerado como o símbolo máximo do feriado cristão, descubra a história do Ovo de Páscoa além de outros símbolos como o coelhinho da Páscoa e outros.

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Seja por puro consumismo ou como verdadeiro símbolo da data que representa, a História do Ovo de Páscoa se tornou comum não só no Brasil como em vários países do mundo.

Entretanto, ao longo do tempo e nas diferentes localidades, a Páscoa incorporou outros símbolos e costumes. Por exemplo, sabia que nem sempre os ovos foram feitos de chocolate?

Para estar por dentro do tema, conheça aqui a História do Ovo de Páscoa e de outros símbolos pascais, e entenda melhor o que ele representa dentro da festa cristã.

 

 

Cartão postal com ovos de Páscoa, c. 1915.
Cartão postal de Páscoa, c. 1915. Fonte: Wikimedia commons.

 

 

O Ovo, um Símbolo da Vida

 

O costume de enfeitar os ovos surgiu antes da própria difusão do cristianismo. Afinal, já os chineses e os povos do mediterrâneo, como os gregos, tinham como hábito dar ovos uns aos outros em comemoração a mudança do inverno à primavera.

Por exemplo, na antiguidade também os egípcios e os persas costumavam tingir ovos com cores primaveris para, assim, presentear os seus conhecidos.

Acima de tudo, para os povos antigos o ovo simbolizava o nascimento. Não por menos os persas tinham a imagem de que a Terra nascera de um ovo gigante.

 

 

Ovo de Páscoa ortodoxos da Bulgária.
Ovos de Páscoa ortodoxos da Bulgária. Crédito: Ikonact. Fonte: Wikimedia commons.

 

O Ovo de Páscoa colorido

 

Para deixá-los coloridos, cozinhavam-nos com beterrabas ou outros corantes naturais.

Contudo, as pessoas não necessariamente consumiam esses ovos ornamentados. Eles serviam apenas como um presente que simbolizava o início da vida.

Afinal, a tradição de homenagear a primavera foi muito importante ao longo dos séculos, tendo-se mantido entre os povos pagãos da Europa durante a Idade Média.

Entre as diferentes mitologias e suas divindades, uma das figuras mais celebradas era Ostera, a deusa da primavera na mitologia nórdica e germânica. Ela era representada como uma mulher rodeada de flores, que às vezes segurava um ovo, e que observava um coelho próximo aos seus pés. O coelho é ele mesmo um símbolo de fertilidade.

 

Ostara, ilustração publicada em 1901.
Ostara, ilustração publicada em 1901. Crédito: Johannes Gehrts. Fonte: Wikimedia commons.

 

A transformação do Ovo em símbolo cristão

 

Com o passar do tempo e a popularidade desses símbolos, os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a Páscoa, festividade que celebra um dos seus acontecimentos mais importantes: a ressurreição de Jesus Cristo.

Na época, pintavam os ovos – que podiam ser tanto de galinha, como de gansa ou codorna – com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria.

 

Ovo de Páscoa tradicional da Grécia.
Ovos de Páscoa tradicionais da Grécia. Crédito: Reinhard Kirchner. Fonte: Wikimedia commons.

 

Entretanto, ao longo dos séculos a pintura acabou por tomar características particulares em cada lugar. Em geral, todas eram muito coloridas.

Além disso, a Páscoa vinha logo após a Quaresma, o período de quarenta dias no qual os fiéis praticavam o jejum. Ou seja, o costume ganhava mais sentido já que os ovos são um alimento muito rico.

Existem registros do ato de presentar ovos de Páscoa inclusive entre a realeza. Por exemplo, em 1290, o rei Eduardo I da Inglaterra mandou cozinhar e colorir (ou recobrir em folhas de ouro) ao todo 450 ovos! Posteriormente, o rei Henrique VIII recebeu um ovo de Páscoa dentro de uma caixa de prata do próprio Vaticano (CRUMP, pp. 62-63).

 

 

História do Ovo de Páscoa de Chocolate

 

Um mulher asteca despejando chocolate, c. 1553.
Um mulher asteca despejando chocolate, c. 1553. Crédito: Museo de América de Madrid. Fonte: Wikimedia commons.

 

Foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, confeiteiros franceses tivessem a idéia de fazer os ovos com chocolate. Afinal, a iguaria só havia aparecido na Europa dois séculos antes, sendo originária da América.

O chocolate surgiu por volta de 1500 a.C. na região do golfo do México, sendo  considerado sagrado pelas civilizações Maia e Asteca. Essas populações o consideravam muito valioso, tal qual o ouro. Aliás, tanto que os astecas o usavam como moeda.

 

Uma mulher a beber chocolate, de Jean-Étienne Liotard, c. 1744.
Uma mulher a beber chocolate, de Jean-Étienne Liotard, c. 1744. Crédito: Rijksmuseum. Fonte: Wikimedia commons.

 

Como aconteceu com as especiarias em geral (principalmente o cravo, a canela, o gengibre e a pimenta), a partir do século XVI o chocolate se tornou rapidamente popular na Europa. Popular pois era muito requisitado, não por ser barato ou abundante – na verdade, esse foi por muito tempo um artigo de luxo.

O chocolate era o resultado de uma mistura de sementes de cacau torradas e trituradas com água, mel e farinha. A princípio, as pessoas o consumiam como bebida, sendo então considerado um alimento afrodisíaco e que dava vigor.

Assim, dado o seu alto valor e as propriedades que a ele eram associadas, o chocolate foi por muito tempo reservado aos governantes e àqueles mais abastados.

Ou seja, os bombons e os ovos de Páscoa como os conhecemos se popularizaram apenas no século XX. Aqui, acima de tudo, a publicidade e propaganda das empresas de alimento tiveram um papel fundamental.

 

Ovo de Páscoa de chocolate.
Ovos de Páscoa de chocolate. Fonte: The British Corner Shop.

 

 

O Coelho da Páscoa

 

 

Mas, se o ovo se tornou o principal símbolo da Páscoa, porque ele é associado ao coelho?

A figura do coelho está simbolicamente relacionada à data por representar a fertilidade. Afinal, para além de a festa celebrar a ressurreição de Jesus, ou seja, a vida, ela também coincide com o início da primavera no hemisfério norte.

 

 

O coelho se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e de melhores condições de vida – o índice de mortalidade era altíssimo.

Mas, o que a reprodução tem a ver com o significado religioso da Páscoa? Tanto para os judeus como para os cristãos, a data se relaciona à esperança de uma vida nova.

 

Ilustração de uma "caça ao ovo de Páscoa", de 1889.
Ilustração de uma “caça aos ovos de Páscoa”, de 1889. Fonte: Wikimedia commons.

 

A figura do coelho da Páscoa foi finalmente levada para os Estados Unidos da América pelos imigrantes alemães, que entre o final do século XVII e início do XVIII iam tentar a vida no “novo mundo”.

Dessa forma, nem preciso dizer que foi nos Estados Unidos que a figura do coelho se projetou de vez. Desde então, em alguns lugares as crianças começaram a montar os seus próprios ninhos, onde acreditavam que o coelhinho deixaria os ovos de Páscoa.

Em uma versão mais contemporânea, as crianças passaram a  procurar os ovos de Páscoa que eram escondidos pela casa, prática que também se popularizou no Brasil.

 

O Cordeiro

 

The Ghent Altarpiece de Jan van Eyck, 1432.
The Ghent Altarpiece de Jan van Eyck, 1432. Crédito: Saint Bavo Cathedral. Fonte: Wikimedia commons.

 

Todavia, a festa vai muito além da história do ovo de Páscoa!

Dentro do pensamento cristão, o cordeiro é símbolo do sacrifício de Jesus Cristo para salvar os homens. Assim, tendo em conta que a Páscoa celebra justamente a ressurreição de Jesus no domingo após a sua morte, o cordeiro é um dos símbolos pascais mais antigos entre os cristãos.

Mas, de onde vem a ideia do sacrifício de um cordeiro e não de outro animal? Até então, os judeus realizavam o sacrifício de um cordeiro para a celebração da Páscoa judaica, que caía exatamente nessa mesma altura do ano.

 

O Peixe

 

Ichthys, símbolo do cristianismo.
Ichthys, símbolo do cristianismo. Crédito: Fibonacci. Fonte: Wikimedia commons.

 

O peixe é um dos símbolos mais antigos do cristianismo. Assim como o ovo de Páscoa e o coelho, ele representa a vida. Nos primórdios do cristianismo os fiéis utilizavam secretamente o peixe para identificar quem eram os cristãos.

Além disso, o peixe é um animal de destaque na Bíblia, tendo sido referido em diversos evangelhos, como na passagem da multiplicação de peixes e pães que serviu para alimentar uma multidão.

Desse maneira, os cristãos criaram o costume de comer peixe na Sexta-feira Santa, data em que se reflete sobre a morte de Jesus. No Brasil, o peixe mais consumido nessa data é o bacalhau.

 

O Pão e o Vinho

 

"A Última Ceia", pintura do século XIII.
“A Última Ceia”, pintura do século XIII. Fonte: Wikimedia commons.

 

Na Quinta-feira Santa, durante a “Última Ceia”, em um dos seus gestos Jesus compartilhou o pão e o vinho com os 12 apóstolos. Antes de mais nada, a eucaristia é um dos atos mais representativos dentro da liturgia católica: ela é a cerimônia pela qual o pão e o vinho se transubstanciam no corpo e no sangue de Cristo.

Dessa maneira, esses dois elementos se tornaram um importante símbolo da vida eterna e da ressurreição de Jesus.

 

A História do Ovo de Páscoa de Luxo

 

Por fim, contamos aqui um poquinho da história do ovo de Páscoa mais fascinante de todos – e caro!

Em 1885, o então czar russo Alexandre III decidiu encomendar um presente especial à czarina Maria Feodorovna: ele pediu a Peter-Carl Fabergé, um importante joalheiro de São Petersburgo, que criasse um ovo de ouro que deveria ser ricamente enfeitado com pedras preciosas.

 

"Ovo da coroação" de Fabergé, de 1897. Ovo de Páscoa de luxo.
“Ovo da coroação” de Fabergé, de 1897. Fonte: Rainhas Trágicas.

 

Afinal, os soberanos russos eram conhecidos pela sua fortuna, e parece que a imperatriz era especialmente apreciadora de joias e diamantes.

Desde então começou uma tradição que se estenderia por anos entre a família imperial russa, que a cada Páscoa encomendaria novos projetos ao famoso joalheiro.

 

 

"Ovo dos lírios do vale" de Fabergé, 1898. Ovo de Páscoa de luxo.
“Ovo dos lírios do vale” de Fabergé, 1898. Fonte: Rainhas Trágicas.

 

Assim, por vários anos, Fabergé elaborou ovos de Páscoa que eram verdadeiras joias, sendo feitos com o maior requinte e de maneira criativa a partir dos materiais mais ricos que havia.  Além de tudo, cada ovo trazia dentro uma “surpresa”, que podia ser desde um porta-retrato a um objeto mais elaborado.

A histório do ovo de Páscoa é mesmo muito interessante, mas esses são especialmente espetaculares. Entretanto, eles nunca foram e nem serão para qualquer um.

 

Uma festa de todos

 

Ovos e coelho de Páscoa.
Crédito: Giftpundits.com. Fonte: Pexels.

 

Em tempos de pandemia, ainda mais para quem tem filhos pequenos, o melhor é explorar o que de melhor existe na decoração de Páscoa e, quem sabe, provar algumas receitas de chocolate diferentes.

Contudo, não nos esqueçamos do princípio fundamental dessa época: sendo ou não cristão, se trata de refletir sobre a vida e a boa convivência com aqueles que nos são próximos.

 

Boa Páscoa!

 

Por Mariana Boscariol.

 

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Fontes: Sua Pesquisa.com, Wikipédia.

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