Evolução do Jeans: o mercado por décadas – História do Jeans – Parte 2/4

Tendo surgido no século XIX e se popularizado em meados do século XX, veja a evolução do Jeans ao longo das décadas.

Yara Shahidi, Priyanka Chopra, e Wiz Khalifa em uma campanha da GAP de 2017 sobre celebrar a diversidade. Fonte: Divulgação GAP / InStyle.

Não há como contestar, o Jeans é mesmo um dos maiores ícones da moda contemporânea. Entretanto, sabia que ele surgiu já há muito tempo? Em seguida, veja a evolução do Jeans década por década desde o final do século XIX até 1980.

 

A Evolução do Jeans por Décadas

 

Por volta dos anos 1880 o Jeans original da Levis era uma completa novidade. Fonte: Money.

 

Apesar das grandes transformações sofridas ao longo do tempo, é bem fácil analisar a evolução do jeans no mercado década por década.

 

1880

A Fábrica da pioneira Levi Strauss & Co estava montada na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, onde nasceu o famoso 501.

 

1890

O jeans, que antes era fabricado na cor marrom, começa a ser feito na cor azul. Desde então, essa é a cor que o definirá.

 

1910

A partir desse período, surgem os bolsos traseiros.

 

 

Modelos vintage da Lee. Fonte: Acorda Bonita.

 

1920

O jeans começa a ficar popular nos Estados Unidos. Afinal, os milionários da Costa Oeste imitavam os cowboys da Costa Leste por conta do estilo despojado e moderno, feito com calças de índigo e camisas de flanela xadrez. Como resultado, quando retornavam à cidade, causavam impacto e conseguiam popularidade entre os amigos – que também queriam o “look vaqueiro”.

 

1940

O zíper como abertura modernizou as calças jeans em 1947, substituindo, assim, os botões. Entretanto, a Blue Bell, empresa que fabricava o jeans Wrangler, já o usava antes da descoberta da Levi’s.

 

Ziper. Crédito: Pixabay. Fonte: Pexels.

 

1950

Desde então começou a massificação da moda jeans. Assim, jaquetas, calças, macacões, saias e outras peças lançam moda por todo o mundo. Acima de tudo,  o seus principais promotores eram as telas do cinema e os palcos de música.

 

1960

A evolução do jeans trouxe os primeiros modelos com lavagem. A moda pegou rapidamente, já que era uma variante para a explosão do índigo no mundo. Além disso, novos materiais começaram a se mesclar com o jeans, como, por exemplo, o elastano, que deu mais conforto.

Ao mesmo tempo, o movimento Hippie projetado pelo Festival Woodstock também esteve associado à essa descoberta. Em outras palavras, ele não só causava uma prazerosa sensação de conforto como protagonizou o maior festival de música da década.

 

1970

Posteriormente, formas mais ousadas aparecem na modelagem das calças jeans. Nesse sentido, a sensualidade aflorada provocava o impulso de mudança nas charmosas calças.

Assim, sendo largas, estreitas, curtas, amplas, com ou sem bolsos, azuis ou pretas, lavadas e destonadas, as calças estiveram nas paradas de sucesso nas ruas, em casa e no trabalho.

 

Modelos Jeans da década de 70. Fonte: Elle.

 

1980

Por fim, a tecnologia entrou com mais força no mercado do jeans. Calças com um toque mais macio, por conta do stone washed (lavagem com pedras), eram usadas para dar ainda mais efeito às peças.

Os Yuppies (do inglês Young Urban Professional, ou Jovem Profissional Urbano) vestiam com terno e gravata para dar mais força ao estilo próprio. Cada vez mais marcas de jeanswear surgiam no mundo.

 

 

Curiosidades sobre a evolução do Jeans

 

No início, o jeans tinha uma linguagem anti-social. Afinal, no final da década de 40 as gangues de motociclistas aterrorizavam as cidades pequenas da Califórnia, e, posteriormente, a chegada dos “cowboys” do século XX reforçou uma mensagem de rebeldia a violência.

Seja como for, nas várias décadas, o jeans cobriu todos os níveis do mercado, representando coisas diversas para consumidores diferentes.

 

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Pôster com James Dean vestido em Jeans para o filme “Rebel Without a Cause”, em 1955. Fonte: Wikimedia commons.

 

No início da década de 50, a popularidade do jeans como uniforme da juventude foi tomando conta da América. Um dos seus principais impulsionadores foi o cinema, com filmes como “The Wild One“, com Marlon Brando, “On The Water Front“, e “Rebel Without a Cause“, com James Dean (1955).

Essa publicidade só ressaltava o processo de expansão nos Estados Unidos e ajudava a exportar a moda para a Europa. Afinal, já na década de 30, Hollywood convenceu os europeus de que a América era a casa do romance e da aventura.

Nesse sentido, foi aí que o jeans ganhou uma nova imagem, totalmente sexy.

Como resultado, no final dos anos 50, mesmo já existindo a fabricação do jeans entre os europeus, as marcas de jeans americanas eram as preferidas.

 

Hollywood, a evolução do Jeans e os novos tempos

 

Marylin Monroe na gravação do filme “Misfits”, em 1961. Fonte: Classiq.

 

Marilyn Monroe (1926-1962), que encarnava o desejo das mulheres americanas, mostrou que a calça jeans não era apenas para trabalho, mas sim para todas as horas. Por sua vez, Elvis Presley (1935-1977) usou uma calça de brim em uma cena de um filme e fez com que a imagem do jeans e o Rock´n Roll nunca mais se separassem.

Já na metade da década de 60, com a ascensão do movimento hippie em São Francisco, o jeans assumiu o papel de cobertura ideal para o corpo. Afinal, era barata e funcional, permitindo a que as pessoas pudessem expressar a sua própria identidade.

 

Elvis Presley vestido em Jeans. Fonte: Globo.

 

Assim, com a filosofia hippie de quanto mais velho melhor, iniciou-se uma nova história na evolução do jeans. Dessa maneira, em Saint Tropez, centro de moda da época, o jeans começou a ser reciclado em bolsas, sapatos e capas.

Em outras palavras, as pessoas se tornaram criativas com respeito ao estilo. Desde então, a indústria aumentou os experimentos com qualidades diferentes, lavagens diversificadas, novas cores e várias modelagens. Nesse meio tempo, outro desenvolvimento importante foi o jeans unissex, que vestia a todos com um bom caimento.

A superprodução do jeans gerou por volta de 100 marcas no Reino Unido logo em 1962.

Por fim, essa realidade gerou uma enorme preocupação para o mercado. A solução veio da Levi´s, que trouxe o jeans de volta para o modelo básico e transformou o 501 numa marca de massa.

 

 

 Por Queila Ferraz.

Editado e atualizado por Mariana Boscariol.

 

Em seguida, leia também:

 

*Artigo originalmente publicado em 2010.

 

O movimento Hippie no Festival Woodstock no final dos anos 60

 

 

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Queila Ferraz: Queila Ferraz é historiadora de moda e arte, especialista em processos tecnológicos para confecção e consultora de implantação para modelos industriais para a área de vestuário. Trabalhou como coordenadora Geral do Curso de Design de Moda da UNIP, professora da Universidade Anhembi Morumbi e dos cursos de pós-graduação de Moda do Senac e da Belas Artes.

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