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Por que consumo só, não sacia? Desejo, felicidade e a busca de sentido em nossa vida

 “No momento preciso em que descobri o sentido da vida, a vida mudou. ” (George Carlin)

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O sentimento de falta de sentido é uma constante nas sociedades pós modernas. Entre as principais causas, uma mudança violenta provocada por uma grande transição cultural. Há ainda, ao lado do declínio das religiões tradicionais, indícios cada vez maiores de uma desorientação psíquica geral.

Mundo em transição

Para Edward F. Edinger, no livro Ego e Arquétipo,  estamos passando por uma reorientação psicológica coletiva equivalente em magnitude ao surgimento do Cristianismo das ruínas do Império Romano. Perdemos nossas bases.

A Falta de sentido

Nossa relação com a vida ficou ambígua.  O grande sistema de símbolos que é o Cristianismo organizado já não parece capaz de motivar a plena dedicação dos homens, nem de atender-lhes as necessidades fundamentais. O resultado disso é um forte sentimento de falta de sentido e de alienação com respeito à vida.

No momento presente, os que tem consciência do problema, se veem obrigados a empreender sua própria  busca individual por uma vida mais significativa.

Busca por significado

Perguntas como: Qual o significado da minha vida? estão estreitamente ligados ao sentimento de identidade pessoal. É quase como perguntar Quem sou eu ? evocando questões puramente subjetivas que só podem vir de dentro da pessoa.

Entretanto desde o enfraquecimento das religiões não temos tido aprovação coletiva para uma vida introvertida, subjetiva. As várias pressões da sociedade ocidental instam o indivíduo, sutilmente a buscar o significado da vida nas coisas externas, na objetividade, no consumo.

Objetividade X subjetividade

Mas, é a subjetividade ímpar, particular e não-duplicável de cada indivíduo, a consciência dessa unicidade e o autoconhecimento que constituem a verdadeira fonte de significados humanos. O que não é suscetível de uma abordagem objetiva, estatística, e tem sido sistematicamente rejeitada pelos construtores de nossa visão de mundo contemporânea.

O que você usa e consome é resultado desta subjetividade na construção de um estilo próprio, caso contrário você será apenas uma marionete tentando se adaptar à última moda e desesperadamente procurando suprir com coisas, um vazio muito maior.

Procura-se sentido humano onde ele não está; nas coisas externas, na objetividade.

O  livro o Mapa da Alma de Murray Stein comenta a postura relativista do homem moderno e como o próprio ego está radicalmente inflado.  O ego torna-se o único árbitro de certo e errado, verdadeiro e falso, belo e feio.

Não existe fora do ego nenhuma autoridade que o supere.  Deus já não está mais “lá fora”, secretamente, sou eu… O que para Jung é uma atitude perigosa por causa do seu potencial para a megalomania. Vale tudo!!! Se quero fazer uma coisa e se me afigura que posso levar meu intento avante e escapar sem problemas, por quê não? Esse talvez fosse o Super-Homem  de Nietzsche, e essa arrogância, esse excessivo orgulho, estão refletidos nas várias catástrofes sociais e políticas do século XX, até mesmo na crise americana de 2008.

Dimensão simbólica da existência X Sintomas

Mas voltando às reflexões de Edinger, enquanto estivermos inconscientes da dimensão simbólica da existência, experimentaremos as vicissitudes da vida como sintomas.

Os sintomas são estados mentais perturbados que somos incapazes de controlar e que essencialmente, não tem sentido, – isto é, não contêm valor ou significação. Os sintomas são, na verdade, símbolos degradados, degradados pela falácia redutivista do ego. E, são intoleráveis porque não têm sentido, nos tornando Zumbis!

Consumidores famintos, dominados pela angústia e ansiedade, como descrevem bem alguns filósofos da moda. Podemos superar quase todas as dificuldades se soubermos discernir seu significado.  Nossos prazeres, assim como nossas dores, serão sintomas quando não tiverem importância simbólica. Portanto a direção da cura está na descoberta da vida simbólica, que liberta o homem de uma “vida angustiante”, esmagadora e banal.

A importância do  autoconhecimento

Daí a importância do autoconhecimento, da descoberta do seu papel simbólico e de estar engajado na construção de um legado, trazendo um sentido maior à vida, libertando-a da falta de sentido. É no processo de individuação, isto é, do amadurecimento e da evolução constante, que descobrimos nosso destino.

O caminho da cura está em encontrar um significado maior dentro da criação.

Consumo só não sacia, é preciso cultura, arte, autoconhecimento. É preciso ter perguntas mais profundas, só elas podem trazer um sopro de frescor e mudança para nossa vida.

Sentido X Desejo

O livro de Melinda Davis, a Nova cultura do Desejo, define bem:

” A maioria de nós não tem a menor ideia do que deseja realmente. Sabemos que desejamos alguma coisa – e a desejamos com ansiedade e paixão, até ferocidade. Mas simplesmente não sabemos que coisa é essa. Essa incapacidade parece especialmente estranha no momento presente, quando a espécie humana está muito atenta à questão da satisfação, própria ou alheia, e quando a lista das coisas que desejamos e precisamos adquirir, fazer, experimentar e alcançar é maior e mais indispensável do que nunca.

Nossa cultura nos induz a pensar nossos desejos a cada minuto do dia: quero isso, isso e isso. Mesmo assim, no fundo de nossas mentes, há sempre uma pontada de angústia, alguma ansiedade enigmática, uma sensação de que aquilo que realmente nos traria satisfação ainda não foi identificado nem inventado. ”

Leia também:Moda e Consumo: Reflexões – A moda como objeto de estudo.

Ele comprou um carro, um apartamento, um trator. Viajou para Paris, foi a restaurantes, comeu lagostas, trocou seu guarda roupa… Mas tudo isso aliviava aquele sensação apenas por míseros  instantes. Logo o pesado vazio novamente se instalava… O que ele fazia aqui? Qual sua vocação? Qual o verdadeiro motivo de ainda continuar vivo? (Denise Pitta)

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(Reflexões dos livros Ego e Arquétipo de Edward F. Edinger e Mapa da Alma de Murray Stein sobre as teorias de Jung e das discussões realizadas no  Instituto Humanae dirigido por  Marcos de Santis.)

Leia também: Perdendo tudo, o que resta?

Por Denise Pitta

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