Amazon Tears: o artista Alexandre Mavignier transforma carvões de queimada em obra que simboliza o choro da Amazônia devastada

A escultura Amazon Tears, do artista Alexandre Mavignier, fala das consequências da degradação da Amazônia e conscientiza sobre a necessidade de mudança. Entenda ainda porque a floresta corre perigo e os impactos da sua destruição, em uma emocionante jornada.

Foto: Divulgação


O artista Alexandre Mavignier tem presença destacada na Bienal de Arquitetura de Veneza. Em parceria com a Saphira & Ventura Gallery, levou para a exposição sua escultura intitulada Amazon Tears, ou Lágrimas Amazônidas, em português. Além de  quatro obras da série de “Carbografias”- “Mulheres
Gigantes”. As obras permanecem expostas na cidade italiana entre 23 de maio e 25 de novembro de 2021.

Mavignier é artista da renomada galeria Saphira & Ventura Gallery de NY que juntamente com a NYICAS (New York International Contemporary Art Societ) em colaboração com ECC (Eropean Cultural Center)
apresentam: Time Space Existence – 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza em 2021.

A obra é de encher os olhos e a história por trás de sua construção expõe a triste realidade dos incêndios criminosos na Amazônia. Evocando ainda, as consequências para as águas e para o clima do planeta. Assim, tem o propósito de conscientizar através da arte.

Denise Pitta, Laís Rodrigues e Vinícius Moura, em nome do Fashion Bubbles e da  Saphira & Ventura Gallery, entrevistaram o artista e, em seguida, você conhecerá um pouco dos bastidores de sua carreira e do seu processo criativo. Confira!

 

 

Quem é Alexandre Mavignier?

 

Alexandre durante sua viagem a Amazônia em busca de testemunhar incêndios e colher resíduos de vida incendiada

 

Um artista multidisciplinar, Alexandre Mavignier é paulistano envolvido com artes plásticas desde os 14 anos de idade. Autodidata até os 22 anos, ingressou na Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1988, onde conheceu sua musa, a arquiteta e urbanista sustentável Patrícia O‘Reilly.

Patrícia é uma grande referência nacional, bem como mundial em arquitetura e urbanismo sustentável (mas, esta é uma outra história).

Os símbolos são constantes em suas obras, ou suas obras são constantes em muitos símbolos. De fato, eles permeiam todos os seus processos: desde as matérias-primas, suas transformações, como os busca, e as ferramentas que constrói para libertá-las a partir de sucatas. Desta forma, seu fazer artístico se encontra em diversos tipos de resíduos dos quais se utiliza, entre eles temos:

  • RCDs (resíduos de demolição e construção);
  • RCCs (resíduos da construção civil);
  • RSUs (resíduos sólidos urbanos);
  • E, os por ele nominados RVIs (resíduos da vida incendiada) e “(RVAs resíduos de alma), em universos de possibilidades material e imaterial”, como diz.

 

RVIs – resíduos da vida incendiada – carvões dos incêndios florestais amazônicos. Foto: Alexandre Mavignier

 

Alexandre acredita que a arte tem um significado maior:

“… a verdadeira obra é o que não é ela, é o que ela mesma não pode dizer plenamente, é aquilo que a própria imagem jamais dirá de si mesma …”.

A emoção aconteceu “como pensamento sentido”, foi batizada na obra “Amazon Tears” de “pensafetos”, vendo-os  infiltrar na percepção a consciência de estarmos todos envolvidos, queiramos ou não.

A urgência da presença do outro na arte é premente, ou seja, é do ser, é o que constrói, é o que transforma…”, afirma Alexandre Mavignier .

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Ao mesmo tempo, Mavignier se dedica ao empreendedorismo. É responsável pelo núcleo de arte, tecnologia e comunicação do Atelier O´Reilly Architecture & Partners – Sustainable Strategies, bem como do Atelier Mavignier.

 

Siga Alexandre Mavignier no Intagram: @mavignier_art

 

 

Por que a utilização de resíduos como matéria-prima para suas obras?

 

Ao ser perguntado por que utiliza em sua arte prioritariamente resíduos, a resposta apresenta a conta de uma série de sombras de um momento perturbador:

 

Alexandre Mavignier trabalhando nos resíduos para a construção da obra Amazon Tears que será apresentada na Bienal de Arquitetura de Veneza 2021

 

Uma conta que não fecha

 

“… Até o ano de 1.800 éramos 1 bilhão, de 1.800 até 2.021 ultrapassamos 7,874 bilhões de sombras de seres humanos no planeta. Estima-se que tínhamos 6 trilhões de árvores na Terra, que atualmente estão reduzidas a 3 trilhões.

Assim, precisamos plantar 1.2 trilhões de árvores para tentar conter o aquecimento global, com objetivo de conseguir reduzir drasticamente o excesso de dióxido de carbono na atmosfera (associado a um conjunto de outras medidas).

Nesse ínterim, 15 bilhões de árvores são removidas por ano, e, cinco bilhões são plantadas…

Em 2021 precisaremos de 1,6 planetas Terra para suprir nosso consumo, mas só temos um.” Alerta Alexandre.

 

A Terra e sua capacidade de regeneração em risco

 

“A melhor maneira de exemplificar este momento é você se imaginar no meio do oceano, em uma noite sombria, sem salva vidas, em um barco com muitos furos. Ou seja, indo a pique, onde a maioria dos passageiros seguem furando-o mais, enquanto uns poucos tentam desesperadamente tapá-los, e ou conscientizar aos demais para que deixem de furar o barco, já que não tem mais dedos para tampar tantos furos.

Nosso consumo sobrecarregou a Terra. Portanto, conseguimos o impensado: ultrapassamos a capacidade de regeneração do planeta desde 1970, saldo negativo que só cresce.

Por essa razão, meu ofício fosse qual fosse, seria repensado, e, principalmente reduziria meu consumo, reutilizando e reciclando materiais…

Não existimos sós, nem com o que apenas nossos olhos alcançam ver, existe um universo de responsabilidades, materiais, intenções, relações, vínculos, estruturas, histórias… As tais coisas invisíveis, que o devir deseja revelar …” . Explica.

 

Tudo sobre a obra Amazon Tears e seu pedido de socorro

 

 

Amazon Tears: a obra em processo de  finalização no ateliê do artista. Foto: Alexandre Mavignier

 

A Amazon Tears consiste em uma instalação de teto feita com pedaços de carvões amazônicos. A ideia foi, por analogia, representar as lágrimas negras da Amazônia com 994 pendentes.

A escultura apresenta como forma, a torção de uma ondulação construída com carvões oriundos dos incêndios florestais, coletados pelo próprio artista. Possui dois metros de diâmetro e um metro e trinta de altura, pesando 70 kg, inspirada nos rios voadores amazônicos.

A obra é uma representação orgânica abstrata carregada de símbolos, paramétrica, construída com 994 pedaços de carvões trazidos de incêndios florestais amazônicos, que denunciam a violência do homem contra ele mesmo e contra a natureza.

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Expõe a dor da Amazônia em devastação, presente na trama material e imaterial que arrasto da entropia e da distopia “amazônica” com uma mão, e da utopia amazônida com a outra.” (explica Alexandre)

 

Foto: Alexandre Mavignier

O que representa a obra Amazon Tears?

 

“Os aspectos simbólicos da obra expressados pelas figuras do carvão, da linha de pesca, da base construída com tábuas de palafitas onde estão penduradas 994 linhas de pesca com carvões em lugar de iscas,  resultando em uma imagem forte e passível de várias interpretações.

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

“  A Amazon Tears representa o choro da floresta que se vê morrendo pelas mãos dos homens , a quem mantém.

Uma obra com forte vigor filosófico que propõe na compreensão da própria experiência estética, um conflito ético e moral envolvendo 994 pedaços de arvores carbonizadas, devastadas por uma espécie destruidora, em que cada carvão flutua preso a extremidade de uma linha de pesca, remetendo à ideia de risco à vida que espreita por trás de toda isca.” (Alexandre Mavignier)

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Luta, esperança e renascimento

 

São figuras que no conjunto da obra nos dão a ideia da luta, ao mesmo tempo,  representam o recomeço. Bem como a esperança, o ressurgir das cinzas, um rio voador e seu Gavião Real para sempre juntos nas alturas.”

A simetria entre Amazon Tears e sua sombra apresenta sua congruência nas distorções da perspectiva, que esticam e agigantam a sombra de um rio voador, feito de carvões.  Ao mesmo tempo, projetam uma espécie ameaçada de extinção – a harpia amazônica (Gavião Real), para sempre nas alturas.

 

Amazon Tears se baseia na utopia distorcida de sua sombra, visto  que projeta de volta às alturas o voo gigante do Gavião Real da Amazônia. A ave está na lista de espécies amazônicas ameaçadas de extinção pela ação das queimadas, desmatamento e caça. Foto: Divulgação

 

Ao mesmo tempo, cada pedaço de carvão foi posicionado no mobile Amazon Tears com objetivo imitar o movimento dos rios voadores da Amazônia. Os rios voadores referem-se a um fenômeno em que vapores atmosféricos concentrados formam fluxos invisíveis.

Saiba mais sobra a importância e formação dos rios voadores, no decorrer do artigo.

 

Como se tudo ali estivesse pedindo clemência

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

Desse modo, Mavignier questiona quais razões profundas conduzem nossa espécie a destruir a natureza, e, a auto destruir-se. Soa a ele insatisfatória a perspectiva mais à mão da simples cobiça e do consumismo.

“Trata-se do nosso ninho desfeito, o que nos impõe uma análise e uma atitude bem mais perspicaz e profunda. Nos empenhamos em construir ninhos que de fato não aconchegam, mas, que nos extenuam” . Diz Alexandre.

“Esse trabalho torna-se impensável se não houver esperança, sem a presença consciente no nível ontológico, na significação do que é o objeto artístico, enquanto registro desta época”, comenta Mavignier.

O que o fez propor, do ponto de vista filosófico, duas linhas de abordagem, de tal forma que os símbolos emaranhados somados gritam: “PAREM O MASSACRE”.

Desta forma, segundo ele, a primeira vertente, é aquela que admite a Amazon Tears, enquanto obra, que se dirige intencionalmente como meio de alerta e faz reviver as perdas da floresta. Sustentando assim,  a ferida, que afugenta a poesia, que por vezes causa repulsa, e que amealha de fatos reais um vínculo direto, forte e explícito de revolta.

Já a  segunda vertente, transita entre a estética da distopia e da utopia, na dimensão do circuito intersubjetivo, na relação alma a alma, na esperança, íntima desta obra que é “bela e difícil”, diz.

 

Foto: Alexandre Marvignier

 

Os próximos passos da obra Amazon Tears

 

Amazon Tears ficará exposta de 23 de maio a 25 de novembro na 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza – time, space, existence na Itália. Logo após, será exposta na Saphira & Ventura Gallery de Nova York de dezembro de 2021 a maio de 2022.

Surpreendentemente, a obra ganhou destaque no mapa oficial da Bienal de Veneza, que apresenta os endereços dos palazzos, pavilhões na cidade, com uma atração principal de cada um em destaque. Sendo que a  atração oficial do Palazzo Mora é a Amazon Tears.

Saiba mais sobre a Representação brasileira durante a Bienal de Arquitetura de Veneza – time, space, existence. O mapa é distribuído nos 2 aeroportos, hotéis e outros locais da cidade.

 

A obra Amazon Tears em destaque no mapa oficial da 17º Bienal de Veneza em 2021.

 

Em seguida, participará da 1ª Bienal da Amazônia em Belém do Pará em 2022. Será, então, definitivamente custodiada pelo New York Pro Art Society Museum, seu quarto e último destino. Isso porque o A.O.R. doou a obra ao IBA (Instituto Bienal da Amazônia), com o intuito de que seja vendida para arrecadar fundos para a Bienal da Amazônia.

A escultura está tokenizada em 2.000 unidades NFT ETH. O leilão dos tokens será promovido pela NYICAS (New York International Contemporary Art Societ) em setembro de 2021, durante sua exposição na 17ª Bienal de Veneza– time, space, existence.

Para entender sobre os tokens veja  ArtCoin, um tipo de BitCoin que pode ser usado para negociar arte  e se destaca no futuro desse mercado.

 

Foto: Filipe Mavignier

 

O que foi necessário à produção de Amazon Tears?

 

“A produção envolveu 12 mil quilômetros percorridos; bem como uma equipe especializada em selva amazônica (Jack tour de Manaus); 7 dias de acampamento na selva; um monomotor turbo-hélice Cessna Caravan; duas lanchas rápidas com motores de 500hp; dois pilotos nativos; dois práticos de navegação fluvial nativos; mantimentos; varas de pesca; um guia de selva e produtor (Jackson); 27078 processos manuais e 2.000 horas de trabalho aplicados diretamente na escultura ao longo de noventa dias.

E ainda, anjos ajudantes o auxiliaram em alguns momentos do processo, somando-se ao
artista nas etapas de pré-montagem, montagem, embalagem e logística. São eles: Patrícia O´Reilly, Isabel Saad, Alcinda Saphira, Louis Ventura, Celso Ieiri, Mila Maluhy, Filipe Mavignier, Lucas Levy, Jack Tour da Amazônia, Jackson Alencar, Clarinda Alencar, Helena de Jesus, Claudio Miranda, Elem Fernandes, Paulo Torres, Stefani Faria, Agatha Liz, Pikeno Pss, Jéssica Santana, Jéssica Máximo, Débora Ifp, Agatha Liz, Neli Miranda, Instituto Favela da Paz, Rita Caruzzo, Sonia Botture, Altamir Francisco, Hélio Henrrique, Cleiton Pereira e Mayron de Castro”, enumera o artista.

 

Foto: Divulgação

 

Qual foi a inspiração para Amazon Tears?

 

Depois que voltou da expedição na selva amazônica, Mavignier armazenou em seu ateliê os pedaços de carvão que coletou, aguardando o momento certo para usá-los.

“A inspiração para Amazon Tears aconteceu ainda em 2019, quando a obra foi idealizada. Ano em que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil registrou o recorde de 72.843 incêndios na Amazônia brasileira, um aumento de 80% em relação ao ano anterior. Entretanto, esse mesmo recorde foi superado em 2020, ultrapassando 89.604 focos de calor na Amazônia detectados pelos satélites monitorados pelo INPE.

 

Sobre a experiência com a “chuva preta”

 

No entanto, a gota d’água – literalmente – que o levou a construir a escultura com esses materiais aconteceu em 19 de agosto de 2019. Neste dia, o dia virou noite por volta das três horas da tarde, quando a fumaça das queimadas e dos incêndios da Amazônia foi transportada pelos rios voadores chegando até São Paulo. Ou seja, o fenômeno da “chuva preta” aconteceu na cidade de São Paulo pela primeira vez, por causa dos incêndios amazônicos.

“A impressão que tive foi a de que os rios voadores espalharam um alerta de proporções continentais. Pois, fizeram chover sobre nossas cabeças um pedido nítido para que parássemos o massacre. Lágrimas Amazônidas carregadas de luto e impotência. Uma chuva de tristezas carregada de resíduos e partículas tóxicas de incêndios florestais amazônicos.

“A água que caiu do céu naquele dia, tinha cor escura e mal cheirosa, as gotas de chuva eram como lágrimas amazônicas, formadas em parte por grande quantidade de partículas provenientes das queimadas na Amazônia trazidas pelos rios voadores.” explica Alexandre.

 

Foi a inspiração que o artista precisava para criar o mobile com as 994 lágrimas amazônicas. Juntas, elas simulam o movimento das nuvens que envolveram as cinzas e as carregaram para a região Sudeste.

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

“Foi amedrontador, o dia virou noite… Do lado de fora do Atelier chovia água preta, transportada por rios voadores 4.500 km. Do lado de dentro, estavam os carvões de incêndios florestais amazônicos colhidos e transportados do mesmo lugar, e, com a mesma finalidade. Somando todas as revoltas e aos berros dos trovões, Amazon Tears foi idealizada.”

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Qual é a ideia por trás da escultura Amazon Tears?

 

“O fato é que o problema envolve a todos, queiramos ou não! A impressão que tive foi a de que os rios voadores espalharam um alerta de proporções continentais, fazendo chover sobre nossas cabeças um pedido nítido para que parássemos o massacre.

Lágrimas Amazônidas carregadas de luto e impotência… Isto é, uma chuva de tristezas carregada de resíduos e partículas tóxicas de incêndios florestais amazônicos.”

 

Fotografia: Alexandre Mavignier

 

O que é chuva preta?

 

Na opinião de Mavignier deveria chamar-se “chuva de luto”. Em síntese, tecnicamente a chuva preta acontece quando as gotas das nuvens se formam em meio a uma alta saturação de fumaça, envolvendo as partículas que a compõem como hidrocarbonetos (tóxicos), fuligem e partículas das queimadas.

A chuva dessas nuvens é tóxica e escura, tem ainda em sua composição gás carbônico (CO2), metano (CH4), monóxido de carbono (CO), óxido nitroso (N2O), ozônio (O3), clorofluorcarbonos (CFCs), gases traços liberados na queimada das matas que não entram no processo de fotossíntese e que, portanto, se acumulam na atmosfera.

 

Imagem: Queimadas/CPTEC/INPE

 

O que são rios voadores?

 

Cada pedaço de carvão foi posicionado no mobile Amazon Tears com objetivo de imitar o movimento dos rios voadores da Amazônia.

Os  rios voadores referem-se ao fenômeno que acontece na floresta, em que vapores atmosféricos concentrados formam fluxos invisíveis.

Isto é, a água das chuvas cai, penetra o solo e é bombeada pelas árvores de volta para atmosfera através de um processo chamado de evapotranspiração. Além disso, toda essa massa de umidade presente no ar, é propelida pelo vento.

Por consequência, a Amazônia funciona como uma bomba d’água. Essas correntes carregam umidade desde
a Bacia Amazônica até as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

 

Foto: Patrícia O´Reilly

 

A importância dos rios voadores

 

São, portanto, os rios voadores que garantem o regime de chuvas e ajudam a regular o clima das regiões por onde passam. Afinal, a vazão desses cursos invisíveis é igual ou superior à do Rio Amazonas, transportando mais de 200m³ de água por segundo.

Por isso a importância de preservar a floresta. Com sua devastação, as consequências incluem inegavelmente queda no volume de água, e, consequentemente desabastecimento. Além de ar mais seco e clima mais quente. Isso acontece sobretudo nas áreas mais próximas da Linha do Equador.

Caso a fronteira agrícola do país continue se expandindo, as consequências poderão ser extremamente severas. Aliás, para a própria agricultura, de tal forma que não contará mais com o mesmo regime de chuvas para o abastecimento da produção.

“A crise hídrica que vem nos acompanhando no estado de São Paulo, dentre outros motivos, pode ser reflexo das crescentes épocas de seca amazônica, que passaram a existir como resultado de queimadas e desmatamentos. Desta forma, São Paulo descobriu os rios voadores entre 2012 e 2014 vendo escassear água nas torneiras.

É preciso parar o massacre da floresta, a menos que desejemos penetrar um ponto sem possibilidade de retorno”, alerta Mavignier.

 

 

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O que as árvores têm a ver com isso?

 

Evapotranspiração, isto é, as somas da evaporação da água pela superfície do solo, junto com a transpiração das plantas, por conseguinte são a chave para a formação dos rios voadores.

Calcula-se, por exemplo, que uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro seja capaz de bombear, diariamente 300 litros de água para a atmosfera. Desse moda, uma árvore de 20 metros bombeia mais de 1.000 litros de vapor de água.

Posto que dos seis milhões de quilômetros quadrados de Floresta Amazônica, 60% estão localizados em território brasileiro, por consequência sob nossa responsabilidade.

Em 2013, depois que mais de cem especialistas de 88 instituições no mundo contribuíram para a realização de 1.170 inventários para um recenseamento inédito sobre a floresta amazônica, descobriu-se por fim que possuímos aproximadamente 390 bilhões de árvores de 16 mil espécies diferentes.

Esse acervo de árvores constrói uma estimativa de volume de vapor de água lançado na atmosfera e transportado pelos rios voadores gigantesco. Estima-se, portanto, ser maior do que o volume da vazão de água do próprio Rio Amazonas de 200.000 m³ por segundo.

 

“Rios voadores” na Amazônia. Foto: Alexandre Mavignier

 

Só para ilustrar, a floresta funciona como uma espécie de bomba de água e acontece em algumas etapas:

  •  Em primeiro lugar, absorve os vapores de água do oceano, volume este de umidade que se precipitará em chuva,  às margens da floresta;
  • Em seguida, essa água oriunda da chuva, se infiltrará no solo favorecido pelas raízes das árvores, e, será consumido por elas;
  • No entanto, através da evapotranspiração do solo e das árvores, essa mesma água se transformará novamente em vapor, que vai retornar à atmosfera, alimentando assim, a umidade para a próxima chuva.
  • Esta nuvem de vapor, é empurrada pelas correntes de vento fazendo com este ciclo de repita. Em suma, ao se deslocar a massa úmida, faz chover sucessivamente, em um corredor que vai do oceano até barreira natural da cordilheira dos Andes;

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

O choro e o Rio

 

Mavignier conta ainda que outra inspiração para a obra Amazon Tears está relacionada ao contraponto que a lenda indígena narra sobre a história da criação do Rio Amazonas, contada a ele pelo cacique Jaime (saiba mais sobre ele, no decorrer do artigo).

Na lenda, o sol e a lua estão apaixonados – ela dona da noite, e ele dono do dia, Assim viviam a tristeza de nunca se encontrar. Dessa união impossível, o lamento da lua convertido em lágrimas por um dia e uma noite fez correr água sem fim. O choro fez escavar na terra, vales, serras e um curso de água para inundar a terra de amor.

 

Os rios voadores abastecem o Rio Amazonas?

 

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

Em outras palavras, alguns pesquisadores apuraram que os rios voadores contribuem diretamente na formação das nascentes dos cursos d’água que formam o grande Rio Amazonas. Posto que toda essa umidade gerada pela floresta é transportada pelos ventos em direção à Cordilheira dos Andes.

Portanto, o imenso “paredão” de quase 4.000 metros de altitude, funciona como uma espécie de barreira para as frentes úmidas, onde também nasce o Solimões.

Esse fenômeno abastece o Rio Amazonas, a umidade que sobe, é transportada até a Cordilheira dos Andes e lá fica retida. De tal forma que se precipita na forma de chuva ou de neve.

Contribuindo, assim, para a formação de várias nascentes que dão origem ao maior rio do mundo em extensão e volume de água.

 

Foto: Conexão Planeta em artigo sobre como o desmatamento nas grandes florestas que ameaçam a existência dos “rios voadores”

 

Contexto ambiental atual promove destruição

 

“Quisera não encontrar carvões de incêndio florestal em nenhum lugar”, diz Mavignier.

Por outro lado, em 2019 o Brasil e os EUA lideravam retrocessos ambientais, apontados por um estudo que abrange mais de um século. O Brasil desde então vem batendo todos os recordes em números de focos de queimadas, áreas desmatadas e outros crimes ambientais, ano a ano, desde 2019.

Recentemente em 2021, o governo brasileiro reduziu o orçamento destinado ao meio ambiente a níveis praticamente não operacionais. Inviabilizando, desta forma, ações de controle e gestão ambiental por parte de seus órgãos competentes.

Consequentemente, fez cair por terra o discurso brasileiro na Cúpula dos Líderes sobre o Clima, o que mantém o Brasil sofrendo com os horrores do aumento avassalador do desmatamento e das queimadas amazônicas.

Da mesma forma acontece nos demais biomas brasileiros, vulneráveis cada vez mais a impunidade, ao mesmo tempo em que a capacidade do Ibama de fiscalizar e penalizar está cada vez mais desaparelhada, em uma triste realidade.

O que se observa, nesse processo, é o desenvolvimento de uma consciência da preservação.  Pois, caso a fronteira agrícola do país continue se expandindo, as consequências serão extremamente severas, inclusive, para a própria agricultura, que não contará mais com o mesmo regime de chuvas para o abastecimento da produção.

Com a devastação, as consequências incluem períodos de seca prolongados, cada vez mais secos, desabastecimento de água, ar mais seco e clima global mais quente. Isso acontece principalmente nas áreas mais próximas da Linha do Equador.

 

Seca do rio Aracá na Amazônia. Foto: Alexandre Mavignier

 

Voltando a Amazon Tears: Como foi coletar a matéria-prima para a obra Amazon Tears

 

De acordo com Alexandre Mavignier, vivemos atualmente uma distopia em relação à Amazônia. Enquanto a utopia esperava que os recursos da floresta fossem acessados de forma positiva, hoje o mundo se preocupa com a possibilidade de ela deixar de existir.

Assim sendo, o artista decidiu viajar até o local para ver de perto a devastação da natureza, e, também para a coleta de materiais que foi feita em duas etapas.

 

O artista Alexandre Marvignier na Amazônia em coleta de resíduos das queimadas que se transformaram depois na impressionante obra Amazon Tears. Foto: Patricia O´Reilly

 

Na primeira etapa, em 2019, o artista percorreu 9.000 km ida e volta até a foz do rio Curuduri, selva amazônica a dentro, com a finalidade de testemunhar incêndios e colher resíduos de vida incendiada: carvões, terras, etc.

Assim sendo, ele e a esposa, a arquiteta e urbanista Patricia O’Reilly, saíram de São Paulo em março de 2019 e foram de avião até Manaus. Lá, encontraram o guia Jackson, com a equipe especializada em missões de selva Jack Tour.

Na sequência, tomando acento em um monomotor Cessna Caravan, voando baixo e por horas sobre a floresta densa, até pousar em Barcelos. A cidade foi a primeira capital do Amazonas, cidade que apenas se acessa por água ou por ar. Por isso é uma pequena e última base avançada dentro da selva, onde trocaram de transporte.

 

Foto: Divulgação

 

Subiram o Rio Negro em duas lanchas rápidas (pequeno barco de alumínio com motor potente), que contam ainda com o piloto e o prático nativo. O primeiro é responsável pelo motor e o segundo conhece o rio e a localização de seus bancos de areia. Juntos, eles sabem como navegar de acordo com as regras de segurança pelos afluentes do Rio Negro, o Demini, deste o Araká e deste o Curuduri.

O trajeto de lancha perdura seis horas, sem vestígio de sinal de celular já nos primeiros quilômetros. Com o propósito de chegar na foz do Rio Curuduri em seis horas onde por fim montarão o acampamento.

Navegam atentamente com o intuito de ao longo do trajeto, se acaso encontrarem sinais de queimadas fazerem uma parada.

 

Fotografia: Alexandre Mavignier

Degradação da floresta

 

Pararam as margens do Araká, após horas de navegação com intuito de averiguar uma suspeita de queimada, uma vez que de dentro do rio, os sinais são de ausência de massa por detrás da mata ciliar.

No momento em que subiram um drone com a finalidade de inspecionar, uma triste surpresa, tratava-se de uma área degradada de grandes dimensões pela qual decidiram caminhar.

 

Se nada for feito, quanto a degradação da floresta, a Amazônia corre o risco de se transformar em uma savana. Para ter a dimensão do problema, Mavignier levou um drone que sobrevoou a área. Foto: Jack Tour

 

“Os carvões são as lápides da floresta com nossos epitáfios”, segue dizendo Mavignier. Desta área devastada, o artista recolheu para o barco resíduos de vida incendiada (RVIs), que hoje estão em Amazon Tears. Os carvões também fazem parte das Carbografias, técnica batizada por Mavignier com que pintou a série “Mulheres Gigantes Exaustas”, logo que retornou.

Ambos, Amazon Tears e Mulheres Gigantes, estão presentes na 17ª Bienal de Veneza de Arquitetura – Time Space Existence, de maio a novembro de 2021 e já selecionadas para estarem na 1ª edição da Bienal da Amazônia em 2022.

 

 

 

O caminho de volta:

 

Após permanecerem 7 dias acampados na foz do Curuduri retornaram.

“ Nesse ínterim da nossa viagem de retorno, a cerca de duas horas de onde permanecemos acampados por sete dias, chegamos à aldeia ‘Terra Preta’. Fica na margem direita do Araká, sentido Barcelos. Era para ser uma visita rápida, de algumas horas, quando veio a chuva.

Por consequência, ali pousamos uma noite, embalados pela sabedoria do Cacique Jaime, sua fascinante concepção de mundo e da correlação entre história pessoal e destino coletivo que ensina.

além disso, ouvi a voz da pluralidade que as sociedades indígenas têm incluído em sua constituição, enquanto “nós”. Mas, sem abolir o “eu” dessa mesma pluralidade.

 

Enterrei meu coração na curva do rio

 

“Cacique Jaime estava de mudança, partiria para dar suporte a uma aldeia recém-formada. Era distante o suficiente para que ficasse longe da sua esposa por meses, o que a angustiava. Demoraria até que pudessem se reunir novamente.

Perguntei a ele:

– Quando vai partir?

Me respondeu:

– Quando ficar pronto o barco.

De tal forma que me convidou para ver o que estava construindo sozinho, apenas com seu conhecimento vernacular, autóctone (isto é, da sua região))… ou seja, o barco era o seu relógio. Explicou que entrava sozinho na floresta, como fazia pra escolher a árvore, derrubá-la e trazê-la, também sozinho… Dessa maneira, abria a tora e em seguida, fazia as tábuas a olho com a enxó. Disse que a única coisa que não fazia era prego. Isso, comprava pronto.” Vai contando Alexandre.

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

“Perguntei a ele com que martelo pregava aquelas tábuas enormes no barco, só para
ilustrar seu sacrifício. Quando, me mostrou um martelinho quase igual a um de bater carne, muito leve…”

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

“Então, sem dúvida, dei a ele meu martelo de titânio, com centro de gravidade balanceado, profissional, posto que é específico para construção pesada com madeira. Nesse sentido, uma ferramenta boa, que tinha acabado de trazer dos EUA e que levei pra Amazônia, sem bem saber exatamente o porquê. Talvez apego, intuição… Mas, apesar do apego, percebi que não o havia comprado pra mim. Ficou com ele, com muito gosto.” Conta o artista.

 

Cacique Jaime logo após ganhar seu martelo novo. Foto: Alexandre Mavignier

 

A convivência na aldeia

 

Mavignier continua: “Já que era dia de torrar farinha. Não apenas, jogamos futebol com as mulheres da aldeia, como também levei um baile. Tomei banho de rio, jantamos frutas, tapioca com peixe ensopado, pirão e farinha fresca. Cantamos, por fim nos reconhecemos.

Antes de dormir numa rede, logo após o jantar, ao lado da Pati, vimos a lua cheia sair do rio, simples, grande e grátis.

Pela manhã, começou tudo outra vez, assim como a vontade de ficar também. Cacique Jaime nos convida a não irmos embora. Me chama de lado, disse que em virtude da sua partida, precisaria de alguém para ficar em seu lugar, me perguntou se eu poderia… Deixei meu coração na curva do rio.”

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

Cerâmica Terra Preta

 

“Dos ‘Terra Preta’, trago comigo importantes lições: tanto quanto as lendas que aprendi, são as memórias afetivas transformadoras e as  inspirações que pertencem ao universo imaterial. Não apenas para a obra Amazon Tears e a série Mulheres Gigantes Exaustas, mas para a vida.

Trouxe da aldeia o fogareiro feito de massa de terra, misturado com fibras naturais que uso em meu atelier para realizar o processo de secagem de terras, do mesmo modo que fazem. Método para retirar delas o pigmento com os quais, depois, irei fazer minhas próprias tintas.  Arte é vida”, diz.

 

Foto: Alexandre Mavignier

 

As consequências da viagem à Amazônia

 

Logo após a viagem, a experiência fortaleceu-se em ação. De volta a São Paulo, Mavignier passou a pintar exclusivamente com tintas feitas de terra, que chegam a ele enviadas por amigos mundo afora e carvões de queimadas. Passou a fazer suas ferramentas, pigmentos, tintas, a repensar tudo, reduziu seu consumo, reutiliza e recicla ao máximo.

Alexandre não apenas se propôs a reduzir o consumo em seu ateliê, como também passou a produzir tudo o que pudesse: desde as telas até as tintas, só para ilustrar, chega as raias da alquimia. Ao mesmo tempo, começou a coletar resíduos da construção civil para reaproveitar e aumentar o ciclo de uso dos produtos, posto que os transforma em pigmentos, tintas, suportes, ferramentas e etc.

 

A segunda etapa de coleta de materiais para Amazon Tears

 

Em março de 2021, de quarentena em São Paulo e sem deixar seu atelier há um ano, Mavignier telefonou para Jackson (recém recuperado de Covid-19). Afinal, o proprietário da Jack Tour era o único guia de missões de selva capaz de ajudá-lo, por ser bem equipado, não temer desafios, e, de maneira idêntica, ser um defensor da floresta, bem como conhecer seus labirintos na palma da mão.

Alexandre, com o propósito de voltar a selva, o consultou sobre a viabilidade de, em meio ao momento de pandemia, mobilizar sua equipe para entrar novamente na floresta e colher mais resíduos de vida incendiada. Ou seja, não apenas mais carvões, como também uma malhadeira abandonada (rede de pesca ribeirinha) e 18 tábuas de marombas de casas de palafitas ribeirinhas deixadas para trás.

Uma vez que Jackson aceitou o desafio, partiu nesta missão remota. Logo após, fez chegar ao Atelier Mavignier os complementos materiais, que somados aos carvões da expedição anterior, deram forma a Amazon Tears.

 

 

Foto: Jack Tour

 

Como se deu a parceria com a galeria de New York Saphira & Ventura Gallery?

 

Conforme se conheceram em profundidade, os galeristas Alcinda Saphira e Louis Ventura, e o artista Alexandre Mavignier, igualmente decidiram trabalhar juntos.

“Louis, Alcinda, Patricia e eu somos pessoas de perfis semelhantes, que apoiam o novo, abraçando a expansão, criando sempre novos horizontes. Além disso, somos guerreiros que se encontram do mesmo lado na trincheira.

Temos trabalhado juntos, raro em galerias, ombrado, como dizemos por aqui, com o mesmo ímpeto de desafiar e realizar de uma nova maneira, diferente de como as coisas convencionalmente são feitas no setor”. Comenta Alexandre.

“Integrar o casting de artistas da galeria é uma honra, ao mesmo tempo estar representado por Louis Ventura, assim como estar sob o incrível olhar curatorial de Alcinda Saphira.

Destaco ainda o diálogo franco e aberto, que tem contribuído imensamente com o meu trabalho.  Sou muito grato a ambos e a toda equipe da Saphira & Ventura gallery”.

A dedicação dos galeristas e a profundidade com que mergulham, através das curadorias que realizam, é fenomenal.  Abriram portas importantes, o que resultou na participação da 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza, em que Alexandre está expondo, além da sua seleção para outras importantes bienais internacionais em 2022.

Alcinda e Louis reinventam dentro e fora das paredes da Galeria, neste momento, em que estamos presos no Brasil por falta de vacinação, eles estão pessoalmente recebendo uma caixa pesando 150 kg  e montando na 17ª Bienal de Veneza – Time, Space Existence,  uma escultura flutuante de 2 metros de diâmetro. São 994 pingentes contendo carvões embalados um a um pendurados, cada um deles com uma altura e posição diferente”…

 

Foto:  Alexandre Mavignier

 

Como tudo começou?

 

“Através da curadoria realizada para a Bienal de Arquitetura de Veneza, que selecionou o projeto incrível da Patrícia O`Reilly, “Nova Sede para o Instituto Favela da paz”, no qual figuro como artista participante. Assim, tivemos oportunidade de nos conhecer, de conhecerem meu trabalho, conceitos e obras,
e vice versa.

O início da relação foi marcado por uma aproximação intensa. Ambas as partes procuravam alcançar o que aprendi com o Cacique Jaime Terra Preta. Ouvir a voz da pluralidade que as sociedades indígenas têm incluído em sua constituição enquanto ‘nós’, sem abolir o ‘eu’ dessa mesma pluralidade”, explica Alexandre.

De um lado, tive o privilégio de vivenciar a curadoria da Alcinda, que promove reflexões críticas e estéticas sobre questões contemporâneas, antes de serem vistas andando pelo mercado. Ela, não só é curadora, como também uma grande artista, o que faz toda a diferença. Por outro lado, Louis tem o pragmatismo, constantemente adaptado ao clima contemporâneo, sempre fértil, o que estimula o mercado.

De um lado, a curadoria da Alcinda promove reflexões críticas e estéticas sobre questões contemporâneas antes de serem vistas andando pelo mercado. Ela é não só curadora, como também uma grande artista. Por outro lado, Louis tem o otimismo, constantemente adaptado ao clima contemporâneo sempre fértil que estimula o mercado.

“Juntos, buscam remontar a arte contemporânea às produções de vanguarda. Cumprem, assim, um papel significativo no sentido de promover a ação de seus artistas. Isso através de uma presença global e regular em feiras de arte”, finaliza Mavignier.

 

Agenda do artista com a galeria

 

A Saphira & Ventura Gallery configura um forte vínculo entre galeria, colecionadores e artistas, essencial ao desenvolvimento da produção artística de valor e expansão de mercado.

Um dos primeiros frutos da relação foi a presença do artista no The Palm Beach Show ,
com sua série de obras intituladas de Mulheres Gigantes Exaustas. A luxuosa mostra de joias, arte e antiguidades aconteceu entre 11 e 16 de fevereiro de 2021 nos Estados Unidos.

Outra importante exposição está em curso até novembro de 2021, Amazon Tears está exposta na 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza. O projeto tem como sequência, a exposição da obra na galeria de Nova York, seguindo posteriormente para ser exposta na BIENAL AMA+ZÔNIA 2022 –  evento internacional que reunirá profissionais de diversas áreas para discutir o futuro da floresta amazônica.

Por fim, obra Amazon Tears tem parte de sua renda doada para o instituto IBA (Instituto Bienal da Amazônia) e está sendo negociada pela Saphyra & Ventura.

 

Artigo  baseado em entrevista feita por Denise Pitta, Laís Rodrigues e Vinícius Moura do Fashion Bubbles.

Saphira & Ventura Gallery: Especializados em arte moderna e contemporânea, buscamos divulgar e expor os artistas de vanguarda da atualidade com peças de mestres atemporais. Nossa coleção varia de artistas consagrados a Mestres como Frida Kahlo, Georgia O'Keefe, Keith Haring, Salvador Dali e Jackson Pollock.

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