Carnaval 2023: Meninos Rei assina estampas para a ala das baianas da escola de samba Mangueira

Oxum e o segredo das quartinhas foram inspirações da Meninos Reis para ala considerada o coração da escola de samba Mangueira

Fonte: Instagram @soueu_ceu. Foto: Daniel Pinheiro @danpinheirofoto. Montagem: Laila Lopes

A Meninos Rei foi a responsável por desenvolver as estampas da ala das Baianas da Estação Primeira de Mangueira. Escola desfila no grupo especial, dia 19 de fevereiro de 2023, no carnaval do Rio de Janeiro.

Trazendo como tema ‘As Áfricas que a Bahia Canta’, a verde e rosa revisita a história do povo preto, cantando Bantu, Haussá, Gegê, Iorubá, e tantas Áfricas que na Bahia aportaram.

O que é a ala das baianas?

Composta por 80 mulheres da comunidade, a ala das baianas é considerada uma das mais importantes da escola.

Criado por volta de 1930, esse título surgiu especialmente para homenagear as ‘tias do samba’.

Além disso, é uma forma de agradecimento às senhoras que abrigavam os sambistas em suas casas, quando o ritmo ainda era tido como marginal.

Fonte: Instagram @mangueira_oficial

Como serão as estampas da Meninos Rei para a escola de samba Mangueira?

No carnaval da Estação Primeira de Mangueira, a parceria com a Meninos Rei vai reverberar tamanha força e verdade da cultura afro-brasileira.

Ela será mostrada no sambódromo através das alegorias, narrativas, enredo e baianas. Além da participação dos irmãos Céu e Júnior, convidados para fazer parte do desfile.

Para a produção especial, os Meninos se inspiraram no poder feminino que rege o universo. Imprimiram nas estampas o axé que essas mulheres possuem e carregam do seu berço ancestral.

Céu e Junior Rocha, da Meninos Rei. Foto: Daniel Pinheiro @danpinheirofoto
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“Para nós, é uma honra fazer parte desse momento, é um presente para a marca. Desenvolvemos duas estampas para a ala que nos representa muito.

A primeira foi inspirada em Oxum, mãe da fertilidade e da doçura, aquela que com seus olhos de sabedoria nos guia, nos alerta e nos encaminha na batalha do dia a dia.

Já a segunda, é baseada no segredo das quartinhas, objeto sagrado essencial nos ritos e cerimônias do Candomblé. A execução da ideia para o digital ficou por conta do designer Levi Cintra”.

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Junior e Céu Rocha

A importância da parceria

O desfile foi concebido esteticamente utilizando como referência a multiplicidade da arte baiana e consequentemente, de seus artistas.

Conforme o carnavalesco da escola, Guilherme Estevão, a importância dessa parceria é conseguir prestar uma homenagem a esses artistas baianos. Além disso, transcender a homenagem para além do âmbito do desfile, através da arte de Céu e Junior.

“A Meninos Rei representa uma visão contemporânea da moda baiana, sempre muito referenciada na ancestralidade e legado artístico da Bahia.

Rejuvenesceram a estética de estamparias da Bahia, característica muito forte da região e dialogam perfeitamente com nosso carnaval, que busca construir uma narrativa que perpassa por diversos momentos da história afro-baiana”.

Guilherme

O que a Mangueira irá apresentar no Carnaval em 2023?

Cantando a dor que gerou o Salvador e seu carnaval e a realidade dos guetos, trazendo a herança rítmica das negras procissões, em 2023 a Mangueira vai reverenciar os blocos afros que reconstruíram a identidade do povo baiano.

Como o vulcão da Bahia, a qual é o tambor do Ilê Aiyê, a pulsação de Muzenza, do Olodum e do Badauê, além da Didá e a dança do Malê Debalê.

Para os Meninos, que entendem a importância ancestral e cultural que a Bahia representa, fazer parte desse momento tem um propósito muito maior.

“Sem dúvida será um marco para a nossa história. Reverenciar os mais velhos é uma premissa da nossa religião e assim faremos com todo respeito e amor a essa ala, que para nós é o coração da escola. Crescemos pedindo a benção aos nossos avós, é cultura do nosso povo, da nossa gente, e que até hoje alimentamos esse respeito e amor aos que agora chegaram”, completa Céu e Junior Rocha.

No carnaval de 2023 a Estação Primeira de Mangueira vai desfilar a diversidade e a pluralidade de construções, imaginações e recriações de África, através dos cortejos negros do carnaval baiano.

Destacando a centralidade da musicalidade e o forte protagonismo feminino, a escola irá retratar diferentes organizações afrocarnavalescas.

Laila Lopes: 26 anos, mineira (atualmente morando na região serrana do RJ) e amante de seus bichos: 2 cachorros e muitos peixinhos. Redatora digital há 4 anos, com mais de 2000 artigos publicados na internet

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