Imagem de um jovem da comunidade LGBTQIA+.

Movimento Queer, o que é? Teoria, significado e características

A Teoria Queer, consolidada por Judith Butler na obra Problemas de Gênero, é representada por indivíduos “estranhos” ou fora dos padrões sociais. Para conferir todos os detalhes desta jovem corrente ideológica, confira o texto a seguir!

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No âmbito da sexualidade, o Movimento Queer tem tido bastante relevância por causa de sua na luta por direitos da comunidade LGBTQIA+.

Em suma, trata-se de um movimento recente, iniciado na década de 1980, através de estudos acadêmicos sobre gênero, sexualidade e corpo.

Apesar de ainda estar em desenvolvimento, poucas pessoas conhecem realmente seu objetivo.

Por isso, confira o texto a seguir e descubra todas as peculiaridades do Movimento Queer.

Entendendo alguns conceitos importantes

Qual a origem do termo Queer?

Existem alguns conceitos que devemos explorar para a melhor compreensão do Movimento Queer. Primeiramente, o termo Queer em si.

Antigamente, a palavra Queer, característica em países de Língua Inglesa, possuía um tom pejorativo, o equivalente a “bicha” em português.

Imagem de uma mulher ruiva segurando uma placa.
Fonte: Canva.

Posteriormente, a comunidade LGBTQIA+ e as correntes teóricas que estudam o movimento sob uma perspectiva histórica ou de gênero a ressignificaram.

Agora, o significado da palavra Queer varia conforme a perspectiva adotada em cada estudo.

Mas, de forma geral, o conceito serve como um termo guarda-chuva para abarcar as orientações sexuais que se desviam da heteronormatividade.

LGBTQIA +

A sigla LGBTQIA+ surgiu nos Estados Unidos durante a década de 1970, claro que não com as siglas atuais.

Inicialmente, seu objetivo era unificar orientações sexuais e identidades de gênero, criando um senso de comunidade. Nesse contexto, também criou-se a bandeira Queer.

Antes de tudo, o termo “gay” era utilizado para se referir a todos que se encaixam na atual sigla. Porém, o foco em uma única orientação fez com que as demais se sentissem invisibilizadas.

Imagem de um casal feminino LGBTQIA+.
Fonte: Canva.

Por consequência, houve a criação da sigla GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), que não compreendia uma diversidade tão ampla de orientações e identidades.

Posteriormente, ela foi modificada para LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) e,  gradualmente, o Q (Queer), o I (Interssexual) e o A (Assexual) foram incorporados.

Sexo biológico

Embora o significado de sexo biológico pareça óbvio, fazer esse tipo de conceituação é primordial para evitarmos conflitos com outros termos importantes.

Em resumo, o sexo biológico é determinado pelo genital no ato do nascimento de uma pessoa.

Dessa forma, existem apenas dois sexos: masculino e feminino, designados e não passíveis de escolha, já que estão ligados à biologia.

Imagem de um homem e uma mulher representando o sexo biológico.
Fonte: Canva.

Em outras palavras, o sexo biológico está associado aos cromossomos passados para o embrião ainda na fecundação.

Entretanto, o Movimento Queer o enxerga como uma imposição que, por vezes, discorda de uma série de questões identitárias.

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Gênero

Imagem de um casal apagando símbolo de gênero na parede.
Fonte: Canva.

Apesar de o gênero ser frequentemente confundido com o sexo biológico, trata-se de um conceito muito mais complexo e abrangente.

Em resumo, ele inclui questões como os papéis sociais, comportamentos e características individuais.

Segundo o Movimento Queer, ele pode ou não estar alinhado ao sexo designado no momento do nascimento.

  • Depois, veja também ótima matéria para entender Identidade e Gênero – As diferenças entre corpo biológico, gênero, orientação sexual e expressão de gênero

Cisgênero, transgênero e genderqueer

Quando há o alinhamento da pessoa ao sexo, surge a denominação cisgênero. Em situações de discordância, os indivíduos são considerados pessoas transgênero.

Além disso, há um terceiro gênero, atualmente reconhecido pelo termo genderqueer ou gênero Queer.

Imagem de casais cis, trans e genderqueer.
Fonte: Canva.

Nessa categoria, estão presentes as pessoas não identificadas ao sexo biológico ou oposto.

Portanto, elas preferem não se definir, adotando identidades fluidas.

Identidade de gênero

A identidade de gênero é totalmente subjetiva, em que diz respeito à forma como a pessoa se sente em relação ao próprio gênero.

Dessa maneira, fatores como a autoimagem são importantes para definir a percepção que um indivíduo tem sobre si e delimitar sua identidade.

Imagem de duas mulheres presentes em uma manifestação.
Fonte: Canva.

Além disso, também são parte da identidade de gênero a forma como a pessoa se percebe em sociedade e a forma como ela se expressa, seja através do vestuário ou aparência.

As situações de conflito surgem quando uma determinada pessoa destoa do que é imposto ao seu sexo biológico.

Como resultado, passa a performar com outra identidade de gênero, que, por vezes, pode ser interpretada como não condizente ao que é socialmente aceito.

Orientação sexual

Outro conceito importante para compreender o que é Queer é a orientação sexual.  Em resumo, ela está relacionada à forma de se relacionamento afetivo e sexual de cada indivíduo.

Assim, podemos afirmar que o termo “orientação sexual” substituiu o conceito de “opção sexual”.

Imagem de variadas bandeiras sobre orientação sexual.
Fonte: Canva.

O motivo para essa troca é que o termo “opção” passava a ideia de escolha da sexualidade, reforçando alguns aspectos bastante nocivos ao gênero Queer e à comunidade LGBTQIA+.

Entre eles, a ideia de que a homossexualidade poderia ser revertida através de tratamentos médicos.

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O que é o Movimento Queer?

O Movimento Queer é uma ramificação do movimento LGBTQIA+, mas que acrescenta a cultura, a arte e a Academia em seu escopo.

A princípio, o movimento nasceu em um campo teórico e, devido a uma série de estudos, passou-se a se questionar as noções sociais de que os únicos gêneros existentes são o masculino e o feminino.

Imagem de uma militante do movimento Queer falando em um megafone.
Fonte: Canva.

Portanto, além dos direitos políticos e sociais da população LGBTQIA+, o Movimento Queer também visa a inserção cultural e o reconhecimento de manifestações artísticas feitas por e para pessoas Queer.

Além disso, deseja ampliar as discussões a respeito do significado de Queer enquanto algo que se desvia da norma cisgênera socialmente imposta.

Por este viés, o movimento se faz muito presente em ambientes acadêmicos.

Como surgiu o movimento Queer?

O Movimento Queer surgiu durante a década de 1980. Na época, estudiosos presentes em ambientes acadêmicos passaram a olhar para a população LGBTQIA+ e se dedicaram a entender o que é Queer.

Em seguida, ocorreu a produção de vários estudos sobre corpo, gênero e sexualidade que, posteriormente, foram fundamentais para questionar o binarismo de gênero.

Imagem da filósofa e escritora Judith Butler.
Fonte: Canva.

Quando se pensa teoria Queer na educação, um dos nomes mais importantes é Judith Butler, autora de Problemas de Gênero ,e atualmente, uma das escritoras mais lidas por estudiosos do assunto.

Na obra, Butler delimita algumas características Queer, mas deixa claro que o termo serve para designar tudo o que destoa dos padrões sociais.

Logo, não existe uma única forma de ser uma pessoa Queer na visão da autora.

Quem são as pessoas que fazem parte do Movimento Queer?

Devido à abrangência do termo Queer, qualquer pessoa que se desvie da heteronormatividade pode fazer parte do movimento.

Após os avanços da teoria Queer na educação, especialmente das publicações de Judith Butler, a palavra perdeu a sua conotação ligada exclusivamente à homossexualidade.

Imagem de uma Parada LGBTQIA+.
Fonte: Canva.

Como resultado, passou-se a considerar a palavra Queer como algo “estranho” socialmente.

Atualmente, o significado de Queer está fortemente ligado à ideia de choque ou surpresa.

Portanto, tudo o que desafia o conservadorismo através da sua expressão de gênero e sexualidade pode ser categorizado enquanto Queer, independente da orientação sexual.

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Qual a relação do movimento Queer com a política?

O Movimento Queer tem relações diretas com a política, já que visa ganhar as ruas ao naturalizar as sexualidades que se desviam da norma.

Assim, as características Queer enquanto movimento são de contestação por um lugar na sociedade equiparável ao das pessoas heterossexuais.

Imagem de um grupo de jovens em uma manifestação LGBTQIA+.
Fonte: Canva.

Portanto, direitos políticos também fazem parte das suas lutas.

Inclusive, caso a faceta politizada e social do movimento não existisse, não haveria a necessidade de agrupá-lo em torno de uma sigla e de criar símbolos.

Também vale destacar que a própria ideia de liberdade está diretamente associada às políticas de segurança para a população LGBTQIA+, alvo de agressões físicas e sociais constantes.

Como é se identificar como integrante do Movimento Queer?

Embora muitas pessoas acreditem que existem características Queer que a ajudem a se identificar com o movimento, não há um manual sobre “como saber se é Queer”.

Trata-se de um processo interno de autodescoberta, que pode ser amparado por pesquisas e conceitos tratrados até aqui.

Imagem de um casal lésbico.
Fonte: Canva.

Também devemos destacar que é algo mais marcado pela subjetividade. Ou seja, questões sociais que vão desde o vestuário até envolvimentos afetivos.

Mais do que procurar um guia de “como saber se é Queer”, cada indivíduo deve se conhecer.

Queer Art

É possível descrever a Queer Art como um movimento não oficial que surgiu nos Estados Unidos e na Europa durante os anos 80.

No centro da sua abordagem estão as questões ligadas à sexualidade.

Imagem do quadro Louis Fratino.
Fonte: Artsy.

Nota: essa expressão artística é bastante marcada pelo erotismo. Entretanto, existem artistas Queer que optam por se alinhar a uma arte mais conceitual.

Uma década após seu surgimento, a Queer Art já chamava a atenção da crítica especializada internacional.

Como resultado, houve sua popularização em várias frentes, como as artes plásticas, fotografia, música, cinema e teatro.

Movimento Queer nas artes plásticas 

Após a Queer Art conquistar seu espaço nos anos 90, além de funcionar como uma ferramenta de expressão da homossexualidade, se transformou em instrumento de denúncia.

Por vezes, esse movimento artístico expôs uma faceta socialmente engajada e politizada.

Assim, vários artistas passaram a abordar questões pertinentes ao contexto sociohistórico da época em seus trabalhos.

Imagem de um artista plástico do movimento Queer.
Fonte: Canva.

Além disso, usaram a arte para questionar a negligência do Estado no combate à AIDS, doença que assolava o mundo durante os anos 90.

Além disso, era ignorada pela OMS por sua associação com a comunidade gay, visão estreita e preconceituosa.

Principais características da Queer Art

As principais características da Queer art estão diretamente ligadas às duas correntes.

Primeiramente, a arte politicamente engajada (também chamada de contextual ou conceitual) e os trabalhos homoeróticos.

Imagem de um quadro Queer.
Fonte: Etsy.

Assim, vale expor as características de ambos:

Politicamente engajados

  • Abordam a homofobia e o preconceito;
  • Usam sangue e excreções humanas em sua composição;
  • Fazem uso de objetos fálicos e bizarros;
  • Incluem instrumentos de tortura nas obras pra representar a dor.

Homoeróticos

  • Retratam cenas que podem despertar o desejo sexual em quem vê;
  • Podem ser explícitos ou delicados, voltados a subjetividade.

Luta contra o preconceito – Queermuseu

O Queermuseu foi uma exposição de arte que ocupou o Santander Cultural de Porto Alegre e gerou polêmica.

Na época, uma série de acusações de pedofilia, ofensas à religião e zoofilia surgiram.

Imagem de uma exposição no Queermuseu.
Fonte: Gay.blog.br.

Tais acusações ocorreram pela internet e foram encabeçadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL), cujo discurso foi o suficiente para gerar uma espécie de pânico moral na educação de crianças e jovens.

Como consequência, o Santander cancelou a exposição.

Em 2018, um financiamento coletivo resgatou a exposição, sendo reinaugurada no Parque Lage, no Rio de Janeiro.

Conclusão

O Movimento Queer é algo diverso e abrangente, que acontece em várias frentes.

A sua importância se faz notar devido à necessidade latente de normatizar o que é Queer, visto que essa é mais uma maneira de quebrar preconceitos sociais e garantir a segurança de pessoas LGBTQIA+.

Portanto, as abordagens sobre o Movimento Queer e o reconhecimento da sua importância são fundamentais para garantir uma sociedade mais igualitária.

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