O que é dismorfia financeira? Você pode estar sofrendo com isso sem perceber
Descubra como emoções e redes sociais afetam sua relação com o dinheiro e entenda os sinais e como evitar a dismorfia financeira
Você já gastou como se tivesse mais dinheiro do que realmente tem? Ou então deixou de comprar algo que queria muito só para economizar, mesmo tendo uma boa reserva no banco? Já se sentiu pobre ao ver nas redes sociais pessoas viajando, comprando roupas de marca ou trocando de carro com frequência? Se você respondeu “sim” a alguma dessas perguntas, talvez esteja lidando com a dismorfia financeira.
Isto é, uma percepção distorcida da sua própria situação econômica. Mas calma: ainda não é motivo para alarde. Isso porque ao longo desta matéria, vamos te explicar o que é essa condição, como identificar seus sinais e o que fazer para manter uma relação mais saudável com o dinheiro. Então, continue lendo e confira.
O que significa dismorfia financeira?
Você já parou para pensar se a forma como você enxerga sua situação financeira corresponde, de fato, à realidade? A dismorfia financeira é justamente essa desconexão: um distúrbio da percepção econômica que faz com que a pessoa veja sua própria vida financeira de forma distorcida.
Ou seja, acreditando que tem mais dinheiro do que possui ou se sentindo extremamente inseguro, mesmo com as contas em dia. Assim, o termo surgiu para descrever esse fenômeno crescente, especialmente entre jovens adultos.
Nesse sentido, uma pesquisa feita pela empresa norte-americana Credit Karma revelou que 43% da geração Z (1995 – 2010) e 41% dos millennials (1980 – 1995) afirmam ter dificuldades em enxergar com clareza sua situação financeira.
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Gastos excessivos

Com o celular na mão, é fácil transformar o desejo em compra — e a compra em dívida. Em um mundo digital onde anúncios personalizados, vitrines virtuais e influenciadores exibem novos produtos todos os dias, o consumo virou hábito e distração.
A dismorfia financeira pode levar a um comportamento impulsivo, onde a pessoa acredita que pode arcar com compras muito além do seu orçamento.
Essa percepção equivocada costuma estar associada à supervalorização de uma suposta estabilidade financeira: o indivíduo se sente confortável ao parcelar uma viagem internacional ou comprar um celular caro, ignorando que não tem margem para essas despesas.
A facilidade de acesso ao crédito digital intensifica essa ilusão — bastam alguns cliques para contratar empréstimos, cartões ou financiar produtos.
Sem planejamento ou limites claros, essa liberdade vira armadilha. E, muitas vezes, o prejuízo só aparece quando as dívidas já ultrapassaram a capacidade de pagamento.
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Medo de gastar

Na outra ponta, há quem sofra com o medo constante de gastar, mesmo tendo uma situação financeira equilibrada. Esse comportamento também pode ser sinal de dismorfia financeira, quando a percepção do indivíduo é de escassez absoluta, mesmo diante de uma boa reserva de emergência ou salário estável.
Muitas vezes, esse padrão está ligado a experiências anteriores de insegurança, como dificuldades financeiras na infância, desemprego na família ou momentos de crise econômica. Mesmo quando essas situações já foram superadas, o medo persiste.
Resultado: a pessoa evita consumir até itens básicos, como cuidados com a saúde, lazer e alimentação adequada, por acreditar que está “exagerando”.
Esse tipo de autocontenção pode prejudicar a autoestima, a qualidade de vida e os relacionamentos. A dismorfia, nesse caso, alimenta uma ideia de que nunca se tem o suficiente — o que pode levar ao sentimento de culpa por qualquer gasto e à crença de que não se é merecedor de conforto ou bem-estar.
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O que pode causar a dismorfia financeira?
Assim como acontece com outros distúrbios de percepção, a dismorfia financeira não tem uma origem única — ela é construída a partir de experiências pessoais, crenças, contexto social e até fatores emocionais. Por exemplo, a falta de educação financeira.
Sem entender como funciona o próprio orçamento, é muito fácil subestimar ou superestimar a própria situação econômica. Pessoas que não acompanham seus gastos, não sabem o quanto ganham ou quanto devem, tendem a operar no escuro — o que abre espaço para interpretações distorcidas da realidade financeira.
Ademais, frases como “quem tem muito dinheiro não é feliz” ou “o dinheiro nunca dá” podem parecer inofensivas, mas moldam a forma como muitas pessoas lidam com suas finanças.
Quem cresce em um ambiente onde o dinheiro é fonte constante de conflito ou escassez pode internalizar um medo crônico de gastar ou desenvolver uma relação de culpa com qualquer tipo de consumo. Por outro lado, há também quem busque compensar essas privações com excesso.
A saúde mental também tem um papel direto na forma como lidamos com o dinheiro. Sentimentos como ansiedade, medo de fracassar ou necessidade de aprovação social podem levar a decisões financeiras impulsivas ou restritivas demais.
Desse modo, a dismorfia financeira pode surgir como reflexo dessas emoções mal processadas: o dinheiro passa a representar controle, segurança, autoestima — ou a ausência disso tudo.
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Papel das redes sociais

Se há um terreno fértil para a dismorfia financeira, esse lugar certamente são as redes sociais. Afinal, hoje, grande parte da nossa percepção de sucesso, estilo de vida e até autoestima passa por elas.
Não é raro abrir um aplicativo e se deparar com imagens de viagens internacionais, jantares chiques, carros de luxo e roupas de grife — tudo registrado para parecer natural e alcançável.
O problema é que, por trás dessas postagens, raramente se conhece o contexto real. Esses indivíduos podem ter dívidas escondidas, parcelamentos longos, ou mesmo uma renda que não condiz com o exibido.
Mesmo assim, esse tipo de conteúdo gera comparação automática. E o efeito pode ir para dois extremos. Por exemplo, há quem gaste mais do que pode para tentar acompanhar esse padrão — muitas vezes como forma de validação social.
Por outro lado, há quem guarde cada centavo de forma obsessiva, acreditando que só será “suficiente” quando alcançar aquele nível de conforto visto online. O paradoxo é ainda mais evidente quando percebemos que pessoas com rendas semelhantes podem viver experiências completamente diferentes.
Uma delas pode estar sacrificando sua saúde mental e sua estabilidade para sustentar uma aparência nas redes, enquanto outra, mesmo com boa reserva financeira, evita qualquer gasto por medo de parecer “irresponsável”.
Ademais, quando os algoritmos nos bombardeiam com conteúdos de desesperança econômica ou consumo extremo — como vídeos que dizem que sua geração nunca vai comprar uma casa, ou aqueles que mostram que uma bolsa de grife é “investimento obrigatório” —, o resultado é um ciclo de frustração.
Assim, a percepção do que é normal, saudável ou viável financeiramente se embaralha. Nesses casos, a realidade é substituída pela comparação, e o valor do dinheiro passa a ser medido não pelo que ele representa na sua vida, mas pelo que ele aparenta nas telas alheias.
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Como identificar dismorfia financeira?
Reconhecer os sinais da dismorfia financeira é o primeiro passo para lidar com ela. Muitas vezes, os sintomas não estão diretamente relacionados à falta de dinheiro, mas sim à forma como a pessoa enxerga suas finanças.
Por exemplo, o medo de não conseguir pagar as contas ou de “perder tudo”, mesmo sem evidências reais de risco, como estabilidade no emprego ou reservas financeiras é um “sintoma”.
Ademais, há a dificuldade em gastar, mesmo com necessidades básicas, em que a pessoa sente culpa ao fazer compras simples e pode adiar gastos importantes por medo de “ficar no vermelho”.
A comparação constante com os outros também é um indicativo. Ao ver a rotina financeira de colegas ou influenciadores, a pessoa sente que está “atrasada” ou em desvantagem — ainda que ganhe bem ou tenha estabilidade.
Algumas pessoas também evitam convívios sociais, viagens ou eventos por receio de gastar — mesmo quando esses momentos são acessíveis —, o que pode afetar a saúde mental e emocional.
Outro indício é o pensamento distorcido de que nunca haverá dinheiro suficiente ou de que a pessoa não merece ter uma vida financeiramente tranquila.
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Como evitar dismorfia financeira?

Prevenir a dismorfia financeira envolve tanto o cuidado com os hábitos de consumo quanto a forma como se pensa sobre dinheiro. É essencial prestar atenção aos pensamentos automáticos que surgem ao lidar com as finanças.
Ideias como “nunca vou conseguir guardar dinheiro” ou “não posso gastar nada” podem ser sinais de distorções cognitivas que precisam ser trabalhadas.
Observar os comportamentos também é importante. Ao avaliar as compras do dia a dia, vale questionar se elas atendem a necessidades reais ou se surgem por impulso ou comparação.
Ademais, desenvolver o hábito de estudar sobre finanças também ajuda. Nesse sentido, aprender sobre orçamento, investimentos e consumo consciente contribui para decisões mais seguras e para uma relação mais equilibrada com o dinheiro.
Organizar as finanças de forma prática também é benéfico. Isso porque anotar ganhos e gastos com regularidade permite visualizar a realidade financeira com mais clareza. Monitorar o extrato bancário com frequência evita surpresas e reforça o controle sobre a situação.
E, se mesmo com essas medidas a ansiedade continuar presente, buscar apoio profissional pode ser um passo importante. Psicólogos e planejadores financeiros estão preparados para ajudar a compreender e mudar comportamentos prejudiciais ligados ao dinheiro, promovendo mais segurança e tranquilidade no dia a dia.
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Conclusão
Enfim, a dismorfia financeira é uma distorção na forma como vemos o próprio dinheiro. Para lidar com isso, é preciso autoconhecimento, educação financeira e equilíbrio emocional. Afinal, dinheiro deve servir à sua qualidade de vida, e não o contrário.
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