Chip da beleza: o que é, como funciona e para quem é indicado o implante hormonal
O chip da beleza é um tratamento que promete emagrecimento e ganho de massa magra. Saiba quais são os efeitos colaterais e quem pode colocar
Com o recente depoimento da cantora e ex-BBB Flay sobre o efeito colateral do chip da beleza, muitas dúvidas sobre o tratamento surgiram na internet.
O chip da beleza tem ganhado cada vez mais destaque no cenário atual, prometendo melhorar a aparência e o bem-estar de seus usuários. Contudo, é essencial entender os riscos e as precauções que se deve tomar antes de aderir a essa tendência.
Conheça quais os benefícios e efeitos colaterais desse implante hormonal que ganha cada vez mais espaço no mercado.
Como funciona o chip da beleza?
O chip da beleza consiste em um implante hormonal. Esse implante contém gestrinoma, que é um hormônio masculino.
Inicialmente, o Dr. Elsimar Coutinho desenvolveu o tratamento para controlar doenças relacionadas ao ciclo menstrual, como endometriose, e auxiliar a contracepção. Entretanto, a popularidade fez o procedimento ser usado para outros fins.
O médico nutrólogo e endocrinologista Dr. Ronan Araujo esclarece que o nome “chip da beleza” não é o mais correto, pois trata-se de algo que oferece benefícios muito maiores do que puramente estéticos. Na verdade, trata-se de um pequeno implante hormonal que é inserido sob a pele e libera hormônios no organismo de maneira controlada.
O que faz o chip da beleza?
Assim, o chip da beleza é um pequeno tubo de silicone de cerca de 3 cm, que é implantado na parte subcutânea, gordura abaixo da pele. O hormônio gestrinoma é liberado constantemente e pode ser combinado com outros tipos.
Após entrar na corrente sanguínea, ele faz ligamentos no organismo a fim de chegar em outros hormônios presentes nos músculos e na pele. Em seguida, diversas reações químicas acontecem e podem favorecer o ganho de massa muscular, queima de gordura e aumento de testosterona.
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Quanto dura o chip da beleza?
Os efeitos do implante duram, em média, de 8 a 10 meses, dependendo da quantidade aplicada e absorção de cada corpo. Contudo, vale ressaltar que esse hormônio não é produzido naturalmente pelo organismo.
Além disso, os efeitos do chip da beleza podem começar a aparecer nos primeiros sete dias após o implante.
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Quais são os benefícios do chip da beleza?
Como explicamos anteriormente, o implante popularmente chamado de chip da beleza foi desenvolvido para tratamento de doenças. Assim, entre os seus benefícios está o auxilio no tratamento da endometriose.
Entretanto, atualmente, o uso está majoritariamente atrelado a diversas condições, como déficits hormonais, diminuição do desejo sexual, indisposição, sangramento uterino aumentado, cólicas menstruais, entre outras diversas doenças.
Inclusive, também pode trazer mais qualidade de vida, melhorar a aparência da pele, cabelos e unhas, além de colaborar com a perda de peso e o ganho de massa muscular.
Assim, a aplicação do chip da beleza acontece com anestesia local, através de uma micro incisão, já que os tubos de silicone têm tamanho pequeno.
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Quantos quilos perder com o chip da beleza?
Apesar de não existir estudos que indiquem quanto o chip da beleza emagrece, existem relatos de mulheres que dizem ter ganhado massa muscular mais rapidamente com o implante.
No entanto, é preciso lembrar que, uma vez que o implante é retirado, a hipertrofia muscular reduz e o indivíduo volta a engordar normalmente.
Quem não pode usar o chip da beleza?
Apesar de falarem muito sobre os possíveis benefícios do chip da beleza, existem pessoas que não devem entrar em contato com esse produto.
A Dra Ana Maria Larotonda Vieira Crosera, ginecologista e associada da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), explicou que pessoas com predisposição ao câncer de mama devem evitar os implantes.
Ademais, a médica também indica que esses implantes sejam evitados enquanto não existem evidências científicas comprovando sua segurança.
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Para quem é indicado o chip da beleza?
Segundo o Dr. Igor Padovesi, ginecologista e obstetra pela USP, os implantes hormonais são essencialmente uma via de tratamento hormonal, utilizados principalmente para mulheres na menopausa.
Os hormônios administrados na forma de implantes também podem ser utilizados por outras vias, como na forma oral ou transdérmica. Porém, por serem implantáveis, sem depender de uso diário, tendem a levar a melhores resultados.
Ou seja, você não deve utilizar o implante hormonal apenas para fins estéticos. É importante consultar um profissional de saúde antes de realizar qualquer procedimento estético ou cirúrgico. Dessa forma, é possível avaliar os riscos e benefícios envolvidos e determinar se o tratamento é o ideal para cada caso em particular.
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Qual é o valor do chip da beleza?
O valor do chip da beleza pode variar dependendo da quantidade, tipos de hormônio e avaliação do profissional. Contudo, os valores giram em torno de R$ 3.000 e R$ 8.000.
Quais são os efeitos colaterais? Entenda os riscos do implante hormonal
O chip da beleza pode apresentar diversos efeitos colaterais, como:
- Acne;
- Aumento da oleosidade da pele;
- Queda de cabelo;
- Aumento de pelos no corpo;
- Mudança no timbre da voz;
- Crescimento do clitóris;
- Doenças no fígado;
- Riscos ao feto, se usado na gestação.
Inclusive, a cantora Flay compartilhou nas redes sociais o aparecimento de acne no rosto e relevou ter ganho 10 quilos após o procedimento.
Em meio aos efeitos colaterais, a ex-BBB alertou durante uma entrevista ao programa Fantástico da TV Globo sobre a falta de informações dos médicos em relação ao dispositivo.
“Nada disso foi passado na época para mim”, complementou a cantora. Em um vídeo publicado no Twitter, a influencer mostrou o resultado na pele e desabafou: “A partir de hoje chamem de chip da feira”.
Além disso, a cirurgiã plástica Renata Magalhães alerta que a pele pode ficar mais grossa, com acne, podendo ter aumento de pelos, alteração da fertilidade e queda do cabelo.
O chip pode trazer outros efeitos adversos, como possíveis alterações cardiovasculares, doenças hepáticas, transtornos mentais e de comportamento, além de distúrbios endócrinos.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) afirma que não há estudos que comprovem a segurança e a eficácia do implante de gestrinona. Do mesmo modo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) assegurou que não existe nenhum chip com registro sanitário válido no país.
Ademais, a indústria farmacêutica brasileira não produz esse produto. Portanto há preocupação quanto à garantia e ao controle de qualidade desses produtos.
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Conclusão
Embora o implante hormonal seja uma opção para muitas pessoas que buscam equilibrar seus sistemas hormonais, é importante entender que nem todos os organismos se adaptam bem a ele.
“É um controlador hormonal que precisa ser administrado de forma adequada. Caso contrário, em vez de ajudar a equilibrar os hormônios, pode desequilibrá-los e trazer efeitos adversos. É crucial que as pessoas não entrem na modinha de colocar o implante hormonal só porque todo mundo está colocando”, destaca o Dr. Ronan Araujo.
É necessário, antes de mais nada, consultar-se com um médico endocrinologista especializado. Afinal, cada indivíduo é único e tem necessidades específicas, sendo fundamental uma abordagem personalizada.
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Revisado e atualizado por Maria Esther Cortez
