Pink tax: como funciona o imposto rosa e por que mulheres pagam mais caro que homens

Você pode até não ter ouvido falar sobre pink tax, mas certamente já sofreu com ela. Confira aqui o que é imposto rosa e como ele funciona

Fonte: Canva/ Montagem: Luiza Mazon

Quem nunca ouviu que as mulheres gastam muito mais que os homens, não é mesmo? De certa forma, essa ideia é verdadeira. Porém, não por vontade própria, mas devido à pink tax, ou imposto rosa. Se você já foi ao supermercado e comparou o preço de um mesmo produto na cor rosa e azul, sabe do que estamos falando.

Isso porque os artigos considerados femininos são, quase sempre, mais caros que os considerados masculinos. A seguir, confira mais sobre como funciona a pink tax e por qual razão as mulheres pagam mais caro que os homens pelos mesmos produtos.

O que é pink tax?

Renata Abalém, advogada especialista em Direito do Consumidor, explica que a pink tax nada mais é do que a prática de cobrar mais caro por artigos femininos.

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Uma pesquisa da ESPM, de 2017, mostrou que as mulheres pagam, em média, 12,3% mais em produtos idênticos àqueles direcionados ao público masculino, “apenas por serem rosa”.

E os percentuais variam de acordo com a categoria de produtos, chegando a 23% extras nos itens de vestuário bebê/infantil “de menina”, 27% no corte de cabelo, 26% em brinquedos, 17% no vestuário adulto e 4% em produtos de higiene.

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Como funciona a pink tax?

Apesar de apelidada de imposto rosa, a pink tax não é uma taxa. De modo geral, é uma aplicação de preços mais altos para produtos semelhantes, com pequenas adaptações ou embalagem, para mulheres. Ou seja, o público feminino quase sempre paga mais caro por uma mercadoria apenas por ela ser “destinada às mulheres”.

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Infelizmente, a advogada especialista em Direito do Consumidor conta que, atualmente, ainda não existe punição em casos como tais.

Somos adeptos do “livre mercado”. De forma que a cobrança a maior de um produto por outro “diferente”, ou mesmo igual, é legal”, afirma a profissional.

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Por que existe pink tax?

Segundo a pesquisadora Alara E. Yazicioglu, partindo de um contexto histórico, a atribuição de cores nos produtos com base no gênero masculino ou feminino teve início no século XX, com as indústrias de roupa infantil.

Assim, elas se valeram desta prática para aumentar o consumo dos seus produtos e evitar que as roupas infantis fossem reutilizadas por novas crianças. Essa ideia foi prontamente aceita pela sociedade e reflete na economia atual.

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Contudo, é complexo apontar um motivo pelo qual a indústria cobra um maior valor por artigos femininos. Entretanto, essa razão pode estar relacionada ao fato de que, no passado, as mulheres eram responsáveis por fazer as compras de casa.

Fonte: Canva (adaptada)

Dessa maneira, o comércio se adaptou à ausência do público masculino no mercado de venda. Então, reduziu o preço dos artigos destinados aos homens, mesmo possuindo funcionalidades idênticas, tanto para atraí-los, quanto para continuar ganhando dinheiro em cima das mulheres.

Atualmente, o mercado ainda utiliza essa prática, reforçando a codificação de cores dos produtos com base no gênero. Ou seja, a ideia de que produtos rosas são para mulheres e azul para homens. A partir disso, encarece as mercadorias destinadas ao público feminino, técnica conhecida como pink tax.

Além disso, a indústria conta com abordagens agressivas de marketing, lançando cada vez mais produtos ultra direcionados ao público feminino. Assim, reforça o estereótipo de que mulheres são mais “gastonas” e normaliza que elas paguem mais caro nas mercadorias.

Soluções para acabar com o imposto rosa

Para Renata Abalém, advogada especialista em Direito do Consumidor, deveriam existir políticas de proteção às mulheres. Ou seja, o governo, ONGs ou até mesmo as próprias empresas poderiam falar mais sobre a pink tax, que é um fenômeno mundial, estudado e coibido em vários outros países.

Ainda, a profissional destaca que políticas públicas de educação e paridade, juntamente com normas protetivas e divulgação abrangente, são cruciais para reduzir o endividamento feminino.

Ademais, para ela, é importante denunciar propagandas enganosas e ações de marketing que exploram o empoderamento feminino para promover o consumo excessivo.

Conclusão

Agora que você já sabe tudo sobre pink tax, com certeza vai reparar mais na diferença de preço dos produtos destinados ao público feminino e masculino. Além disso, ainda sabe mais argumentos para desmitificar a ideia de que as mulheres gastam mais que os homens.

Enfim, se deseja saber mais sobre economia e finanças, não deixe de conferir nossa categoria sobre o assunto. Lá você encontra matérias sobre golpe do pix, criptomoedas, imposto da Shein e muito mais!

Luiza Mazon: Estudante de Jornalismo pela Unesp Bauru, apaixonada por literatura, escrita, decoração, reality show e futebol.

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