20 mitos e verdades sobre endometriose: Saiba tudo sobre a doença e como tratá-la!
Quer saber mais sobre endometriose? Então confere essa ótima matéria que confeccionamos com 20 mitos e verdades sobre o assunto!
Conheça 20 mitos e verdade sobre endometriose, além de mais informações sobre a doença, desde informações como sintomas até tratamentos.
Especialmente porque este ano, muitas famosas saíram do “armário da doença” e decidiram expor tudo sobre o quadro, como Anitta, Giovana Ewbank e Patrícia Poeta. Aliás, no mundo, cerca de 190 milhões de mulheres em idade reprodutiva sofrem de endometriose.
Além disso, esta é uma das principais causas de doenças crônicas e infertilidade feminina. Neste post, você vai conhecer tudo sobre a doença, como a causa, tratamento e a prevenção, além de ficar por dentro de 20 mitos e verdades sobre endometriose. Continue a leitura para saber mais!
Mitos e verdades sobre endometriose: O que é a endometriose?
Antes de você dar uma olhada e conhecer os 20 mitos e verdades sobre endometriose que listamos no final do post, há um longo caminho para ficar por dentro da doença. Especialmente, porque, um diagnóstico correto da endometriose requer tempo e informação. Por isso, vamos começar aqui do básico para que você fique por dentro de tudo sobre este quadro clínico.
Em termos simples, a endometriose é uma doença caracterizada pela presença do endométrio, o tecido que ajuda a revestir o interior do útero, fora da cavidade uterina. Ou seja, é quando a presença do tecido em outros órgãos da pelve, como as trompas, ovários, intestinos e bexiga, por exemplo.
E por que isso é uma complicação? Porque, bem, todos os meses, acontece que o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele, fenômeno conhecido como ovulação. No entanto, quando a mulher não está grávida, no final deste ciclo, o óvulo descama e é expelido durante a menstruação da mulher.
Uma das teorias que ajudam a explicar o aparecimento de endometriose é que, um pouco desse sangue da menstruação acaba por migrar no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, assim, causando a lesão endometriótica.
Contudo, as causas desse comportamento interno do útero ainda seguem desconhecidas, mas é sabido que há um risco maior de desenvolver endometriose por questões genéticas, por exemplo, se a irmã ou mãe da paciente sofrerem com o quadro. Também é importante ressaltar que a doença pode atingir mulheres desde a primeira menstruação, podendo se estender até a última – isto é, antes da menopausa. Contudo, o diagnóstico correto acontece por volta de quando a paciente atinge a faixa etária dos 30 anos de idade.
Segundo estimativas, a endometriose não é uma doença rara. Por exemplo, hoje em dia, ela afeta cerca de 6 milhões de brasileira. Também de acordo com informações da Associação Brasileira de Endometriose, por volta de 10 a 15% de mulheres no ápice da idade reprodutiva, entre os 13 aos 45 anos, podem desenvolver a endometriose e há 30% de chance de que as mesmas fiquem estéreis, isto é, fiquem impossibilitadas de terem filhos.
“Uma das primeiras explicações para a causa da endometriose foi a teoria do ‘fluxo retrógrado da menstruação’ – quando o tecido do endométrio que deveria ser eliminado com o fluxo sanguíneo pelo colo do útero vai no sentido contrário, ou seja, do útero para as trompas e para o interiores da cavidade pélvica e abdominal”
Rodrigo Hurtado, da clínica Origen BH e professor do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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Quais são os sintomas da endometriose?
Os principais sintomas do quadro de endometriose são a dor e a infertilidade da paciente. De acordo com estimativas, de 100% das mulheres acometidas pela doença, 60% têm dor e infertilidade, 20% têm apenas infertilidade e as outras 20% têm apenas dor. Os sintomas mais comuns da endometriose são:
- Dificuldade para engravidar e infertilidade;
- Dor pré-menstrual;
- Fadiga crônica e exaustão;
- Cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação;
- Dor difusa ou crônica na região pélvica;
- Dor durante as relações sexuais;
- Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação;
- Sangramento menstrual intenso ou irregular.
É importante ressaltar que a dor da endometriose pode ser manifestar como uma cólica menstrual intensa, por isso, muitas pessoas acabam por não diagnosticar o quadro corretamente. A dor pélvica/na região abdominal está diretamente ligada à relação sexual.
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Mitos e verdades sobre endometriose: O que detecta endometriose?
O diagnóstico da endometriose é feito por meio de uma consulta com um ginecologista e a partir de exames solicitados pelo profissional. De acordo com especialistas em endometriose, o diagnóstico da doença pode levar até 10 anos para ser feito, o que não é a condição ideal, se enquadrando como a maior dificuldade em relação ao quadro, já que as dores da endometriose podem ser confundidas com outras doenças, sejam por dores menstruais comuns como a síndromes intestinais, por exemplo.
Por isso, dar visibilidade ao assunto e orientar mulheres a observarem o comportamento do próprio corpo são fatores essenciais para que mais pessoas recebam o diagnóstico no início da doença. Sendo assim, o acompanhamento ginecológico é uma regra, com os exames anuais sendo essenciais para o diagnóstico de diversas patologias. Aliás, e quando o assunto é endometriose, envolve até mesmo o planejamento familiar, já que a doença pode causar infertilidade e ela vem de forma silenciosa.
Somente a partir da análise do resultado dos exames, a especialista poderá aconselhar qual o melhor tipo de tratamento. O primeiro passo para tratar a endométrio envolve o bloqueio do hormônio estrogênio por meio de anticoncepcional, progestógenos ou análogos do GnRH. Além disso, outra linha voltada para diminuir as dores pélvicas é o uso de analgésicos e anti-inflamatórios.
Lembrando que o tratamento da doença é extremamente importante para que ela não evolua para uma endometriose profunda. Neste caso, os sintomas são mais severos e a mulher fica incapacitada de realizar atividades rotineiras.
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20 mitos e verdades sobre endometriose
Chegou a hora de conhecer alguns mitos e verdades sobre a endometriose. Aqui, o Fashion Bubbles selecionou 20 afirmações verdadeiras e outras afirmações disseminadas por meio de crenças populares, mas que não correspondem com a verdade dos fatos em relação à doenças. Isso porque, ainda que o quadro seja bastante comum entre mulheres, o desconhecimento sobre seus sintomas é capaz de confundir muitas pacientes. Conheça-os a seguir:
20. Exercícios físicos podem ajudar a controlar a endometriose
Verdade! Durante as atividades aeróbicas e de alta intensidade, como treinos funcionais e corrida, por exemplo, o corpo libera um neuro-hormônio conhecido como endorfina, que provoca sensação de bem-estar. Além de promover mais felicidade, a liberação de endorfina também ajuda a inibir a produção de estrógeno, hormônio diretamente ligado à endometriose.
Como consequência, praticar atividades físicas pode auxiliar no tratamento da doença, pois, além dos benefícios oferecidos pela liberação de endorfina, elas ainda vão contribuir com a melhoria geral do sistema imunológico de uma paciente.
19. A histerectomia cura a endometriose
Mito! Conhecida como a cirurgia que remove o útero de uma mulher, a histerectomia não ajuda a curar um quadro de endometriose. Embora no início do século XX muitos acreditassem que uma causa poderia estar ligada a outra, isso mudou hoje em dia.
Naquela época, muitos médicos acreditavam que a doença tinha apenas uma causa, a parte do endométrio, que não descia pela vagina e subia pelas tubas uterinas em direção ao abdômen, causando as dores em uma paciente.
No entanto, o surgimento e o aparecimento da doença ganharam outras causas ao longo do tempo. Logo, é incorreto afirmar que uma cirurgia de remoção do útero é o suficiente para curar a doença. O que a cirurgia pode fazer, na verdade, é tentar remover outros focos da doença, que se espalham pelo organismo.
18. A endometriose pode causar infertilidade
Verdade! Uma triste realidade é que quando a endometriose não é tratada, é possível causar infertilidade em uma paciente, isto é, impedir a possibilidade de uma mulher engravidar.
Por isso, tenha atenção redobrada com os sintomas do quadro, especialmente quando eles saírem do padrão do seu ciclo menstrual. Caso encontre dores e outros sintomas comuns, como fluxo menstrual maior que o normal, procure um ginecologista imediatamente!
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17. A endometriose é uma doença silenciosa e não apresenta sintomas
Mito! Como falamos de alguns sintomas no último tópico, é muito importante ressaltar que a endometriose não é uma doença silenciosa: os seus sintomas aparecem em diferentes graus.
Além das dores e aumento do fluxo menstrual, como mencionados anteriormente, outros sintomas para se ter cuidado envolvem a dificuldade para engravidar, alterações intestinais durante a menstruação, desconforto durante a relação sexual (que se manifesta com uma dor no fundo da vagina), dores abdominais, entre outros.
16. A endometriose pode atingir outros órgãos
Verdade! Caso a endometriose não seja tratada, e de maneira adequada, existe a possibilidade dela progredir e se infiltrar em órgãos vizinhos ao aparelho reprodutor da mulher, como ovários, bexiga, intestino, entre outros.
Além de uma eventual infertilidade, quadros de dores crônicas representam sinais de que a endometriose está se alastrando pelo corpo de uma paciente.
15. Mulheres jovens e mais novas não podem ser atingidas pela Endometriose
Mito! Embora muitos acreditem que a endometriose só afeta mulheres em uma faixa etária mais velha, a partir dos 30 a 40 anos, por exemplo, isso não deve ser levado a sério.
Adolescentes e jovens mulheres na faixa dos 20 anos não são consideradas mais velhas e estão suscetíveis a ter de lidar com a doença. Aliás, para muitas mulheres, os primeiros sintomas da endometriose já aparecem durante a adolescência, mas, infelizmente, muitos médicos acabam por diagnosticar erroneamente o motivo das dores e, desta forma, são diversas as mulheres que só obtêm o diagnóstico correto durante a fase adulta.
A própria Anitta, aos 29 anos, já falou publicamente sobre a forma como lida com a doença para o programa Fantástico, da Rede Globo: uma prova essencial para mostrar que o quadro não aparece somente em mulheres mais velhas.
14. A saúde hormonal pode desencadear a endometriose
Verdade! Sim, isso é verdade e sua explicação se deve à forma com que o estrogênio é secretado pelo ovário, movimento crucial para o desenvolvimento da endometriose.
Também produzido pelo tecido gorduroso, esse hormônio também pode favorecer uma piora do quadro de endometriose.
Outros fatores de risco que se destacam são o estilo de vida da mulher, queda do sistema imunológico, predisposição genética, alteração no fluxo menstrual, entre outros.
13. A dor da endometriose se manifesta sempre da mesma forma
Mito! Para iniciar esta conversa, é importante ressaltar que as cólicas da endometriose nunca vão surgir na mesma intensidade.
Cada ciclo menstrual, por exemplo, faz com que a dor “passeie” pelo corpo, ora aumentando, ora se estendendo para outro órgão próximo.
Aliás, às vezes, a dor da endometriose aparece com o sintoma daquela pequena pontada. Noutra, parece que ela está rasgando o seu corpo por dentro.
12. Exames de imagens são essenciais para se confirmar o diagnóstico
Verdade! Exames de imagem são essenciais para um diagnóstico correto da endometriose. Alguns dos principais procedimentos para identificar o quadro incluem a ressonância magnética e a ultrassonografia transvaginal, ambos que ajudam a localizar lesões de endometriose profunda.
Além disso, as imagens ajudam a indicar o melhor tratamento para combater a doença.
11. Câncer de ovário e endometriose estão relacionados
Mito! Não existe comprovação científica para essa afirmação. Embora a endometriose possa aumentar a chance da mulher desenvolver um tipo pequeno de cisto, também conhecido como endometrioma – que pode ou não ser maligno, o tratamento da endometriose não funciona como uma forma de prevenir o câncer de ovário.
10. O meio ambiente pode contribuir para o desenvolvimento da doença
Verdade! Você sabe o que são os disruptores endócrinos? Basicamente, são os agressores ambientais, substâncias cuja presença no meio ambiente pode ter se intensificado nas últimas décadas, podendo ser encontrados na água, ar e alimentos. E como isso impacta na endometriose?
Bem, um desses agentes, a dioxina, que é liberada durante a incineração de lixo, cigarros e resíduos industriais, está relacionado à endometriose. Assim também como o bisfenol A (BPA), expelido quando um dos tipos de plástico mais comuns, o policarbonato, é aquecido.
Outros agentes ligados à endometriose também estão os pesticidas, metais pesados e conservantes alimentícios. Então, sim, esses agentes naturais podem contribuir para prejudicar o sistema imunológico, especialmente do trato reprodutivo que, por sua vez, aumentam a sensibilidade e inflamações inerentes à endometriose.
9. A menopausa cura a endometriose
Mito! A diminuição dos níveis hormonais pode, sim, amenizar a endometriose. Contudo, os focos da doença ainda vão permanecer no corpo da mulher, mesmo quando ela entrar na menopausa.
Já no caso de uma reposição hormonal, algo muito comum entre mulheres na menopausa, esses focos poderão retroceder o quadro da doença, ajudando a abrandar a dor, diminuir o inchaço e amenizando os sintomas. Mas isso não significa que a doença seja curada.
8. Anticoncepcionais podem ajudar a “mascarar” a endometriose
Verdade! O uso contínuo da pílula anticoncepcional pode ajudar a encobrir a existência da endometriose. Aliás, muitas vezes, esses remédios são indicados por médicos para auxiliar no tratamento da doença e no controle dos sintomas.
Contudo, existem muitos danos e contra-indicações do uso de anticoncepcionais, por contribuírem como outras complicações físicas, com a trombose, por exemplo.
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7. A única opção de tratamento para a mulher com endometriose é a cirurgia
Mito! O tratamento contra a endometriose pode ser feito com algumas alternativas que vão além da cirurgia, como o anticoncepcional, mencionado anteriormente.
Eles ajudam no bloqueio do fluxo menstrual e, consequentemente, também ajudam a minimizar as dores durante o maior período em que há seu aumento. Agora, para quem realmente está determinada a tratar a doença por meio de cirurgia, existem alguns procedimentos menos invasivos, como a laparoscopia e a cirurgia robótica.
6. É possível confundir a endometriose com a síndrome do intestino irritável (SII)
Verdade! Isso pode acontecer durante uma fase inicial da doença, pois seus sintomas podem ser facilmente confundidos – já que são bastante similares.
Por isso, durante o diagnóstico para endometriose, é importante verificar se a dor pélvica se trata, de fato, de uma endometriose, já que pode ser um problema intestinal, ou até mesmo um problema urinário. Contudo, os exames complementares, como a ressonância magnética e o ultrassom, podem matar de vez por todas essa charada, ajudando a distinguir um quadro do outro.
5. A endometriose é uma doença rara
Mito! Hoje em dia, a endometriose é uma das doenças mais comuns, com mais de 80 milhões de mulheres do mundo inteiro devidamente diagnosticadas com o quadro.
O que pode contribuir para parecer que a doença é algo mais raro que o normal, no entanto, é porque muitos profissionais de saúde não conseguem diagnosticá-la adequadamente. Isso, infelizmente, está diretamente ligado aos valores da cultura ocidental, que durante muitos séculos banalizaram e reprimiram alguns aspectos referentes à saúde íntima da mulher.
4. A endometriose pode atrapalhar a vida sexual de uma mulher
Verdade! É comum que muitas pacientes com endometriose constantemente se queixam de dores durante as relações sexuais, em especial, na parte mais profunda da vagina. Isso acontece porque os focos avançados do quadro estão mais conectados ao ligamento do útero sacro, localizados na parte de trás do útero, quando em contato com a parte superior da vagina. Já a intensidade da dor pode levar a uma interrupção do ato sexual.
Contudo, esses incômodos se encontram mais presentes quando a paciente está próxima do período de menstruação.
3. É muito fácil diagnosticar com sucesso a endometriose
Mito! Não é nada fácil diagnosticar a endometriose, como mencionamos anteriormente em algumas partes deste texto. Aliás, segundo estimativas, é possível que um diagnóstico correto do quadro demore até cerca de 8 anos para acontecer. Além disso, o diagnóstico demorado se destaca como uma das primeiras dificuldades da vida reprodutiva de uma mulher. É muito comum ver uma mulher reclamando de cólica, dores abdominais fortes, dor para evacuar e urinar, e durante atos sexuais. Por isso, se um médico não estiver com a devida atenção, é provável que ele faça o diagnóstico errôneo da doença.
2. A endometriose não tem cura
Verdade! Infelizmente, não existe cura para a endometriose. Contudo, quando o quadro é diagnosticado criteriosamente e com cuidado, existem maneiras de mapear o comportamento da doença, tornando possível a possibilidade de indicar uma boa cirurgia, assim, ajudando a ressecar todos os focos da doença. Existem muitas mulheres que passaram por uma cirurgia nas mãos de bons profissionais que obtiveram uma cura provisória durante muitos anos.
Para encerrar a seção com os mitos e verdades sobre endometriose, veja só qual é a última informação chave sobre o quadro a seguir.
1. É impossível reverter a endometriose
Mito! Embora a endometriose não conte com uma cura exata, ela pode ser superada com um bom e adequado tratamento clínico, capazes de controlar os sintomas com medicamentos indicados, ou com cirurgias – como mencionamos anteriormente.
Contudo, o que ajuda a diagnosticar e tratar corretamente o quadro é pensar que todas as mulheres são diferentes e a doença pode se manifestar de maneiras diferentes, o tratamento diferencial é primordial – assim como o tratamento do quadro da forma mais apropriada para uma paciente, conforme as orientações do médico responsável.
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Mais uma vez, é importante relembrar que quaisquer dores e incômodos, é indicado consultar um ginecologista de confiança. Agora que você conheceu os principais mitos e verdades sobre endometriose, visite a seção de saúde do Fashion Bubbles. Lá, você vai encontrar outras postagens informativas e importantes como esta!