Vitalidade da vagina – Ginecologista esclarece maiores dúvidas

Carolina Arrabal, ginecologista formada e graduada na Universidade Severino Sombra, tira dúvidas em relação à vitalidade da vagina e a Menopausa.

 

Maitê Proença andou gerando polêmica, após surgir na web falando sobre a vitalidade da sua vagina. Assim, algumas dúvidas em relação ao assunto surgiram por muitas mulheres que se encontram na fase madura.  

 

“A minha Vagina? Eu me relaciono com ela. Eu sei que ela está ali, eu olho pra ela e faço exercícios para ela. Exercícios de contração diariamente, inclusive quando estou malhando.” Na semana passada, a atriz Maitê Proença, causou comoção nas redes sociais ao responder uma pergunta de um seguidor em seu perfil no Instagram questionando como ela fazia para manter a “juventude da sua vagina”.

 

 

Por isso, convidamos a Dra. Carolina Arrabal, ginecologista graduada e membro titular do ISCG (International Society of Cosmetogynecology) e ESAG (European Society of Aesthetic Gynecology), para respondeu algumas das principais dúvidas com base em seus estudos avançados no universo da ginecologia estética e funcional. Confira!

 

É possível trazer vitalidade a vagina? Como?

 

Sim, hoje é possível. Em todas as fases da vida da mulher, temos tecnologias voltadas especificamente para mucosa vaginal e pele da vulva. Tecnologias que antes estavam disponíveis somente na dermatologia foram adaptadas exclusivamente para a ginecologia.

 

 

Como as mulheres costumam lidar com a sua vagina durante toda a vida – da menarca até a chegada da menopausa?

Fonte: Reprodução

Acredito que hoje (mais especificamente nos últimos 5 a 10 anos) muito melhor do que já lidou. Porém, ainda temos muito a melhorar. Desde a “descoberta ” de como ela é, do ato de iniciar a menstruação, vida sexual e reprodutiva há muito tabu em cima da vagina.

Pouco se fala sobre a anatomia da vulva e vagina. Vejo, ainda que muitas mulheres aprendem sobre essas regiões ou a veem pela primeira vez, aqui no meu consultório, por exemplo. Isso precisa mudar!

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O que é a síndrome Urogenital? Quais são os principais sintomas e como podemos tratar?

 

 

 

 

Síndrome Urogenital da Menopausa é um conjunto de sinais e sintomas desenvolvidos a partir da queda do de produção de estrogênio. Isso fica mais acentuado após a menopausa, mas alguns sintomas já podem iniciar antes, menos intensos.

Os mais comuns são:  

 

  • Secura vaginal;
  • Dificuldade de lubrificação mesmo quando a mulher está excitada;
  • Dor durante a relação ou até ao urinar;
  • Sensação de ardor na região vulvovaginal;
  • Flacidez da vulva e vagina;
  • E até incontinência urinária e infecções de repetição.

 

Não há necessidade de todos estarem presentes. Eles variam de mulher para mulher.Os tratamentos disponíveis hoje são muitos e variam de aplicação de estrogênio tópico a uso de laser e radiofrequência.

Quais são os principais tratamentos atuais na fase da menopausa, quando acontece o temido “fim da fase sexual”?

 

Eu não considero a menopausa o “fim da fase sexual”. Eu acredito que isso é o que ficou estigmatizado, mas a menopausa está longe de ser o fim dela! Afinal, aumentamos a expectativa de vida das mulheres e também a qualidade de vida. Sexo faz parte disso. Existe tratamento hoje para todas as mulheres tanto as que podem fazer reposição como as que não podem.

 

Vitalidade da vagina – Fonte: Reprodução

 

Você realiza “laser para terapia vaginal”? Se sim, ele também pode ser utilizado para reposição hormonal?

 

Laser para tratamento de sintomas da menopausa é considerado hoje o “padrão ouro” para tratamento da síndrome urogenital da menopausa. Reposição hormonal não tem relação com laser. São coisas diferentes.

A vantagem é que mulheres que não podem fazer reposição hoje tem a opção de resolverem suas queixas com laser, com melhor resultado que o uso de hormônio local.  

 

Fonte: Reprodução

 

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Realmente existem exercícios que ajudam a manter vitalidade vagina? Funciona? Podem ser feitos em casa?

 

Em entrevista recente, a atriz Maitê Proença contou que faz alguns exercícios para melhorar o tônus da vagina. São os conhecidos “exercícios de Kegel” ou “pompoar” não são a mesma coisa, mas ambas as técnicas são exercícios de fisioterapia Pélvica para fortalecimento do assoalho pélvico (musculatura).

Podem sim ser feitos em casa e sim, funcionam. Melhoram e mantém a saúde genital. Deveriam ser ensinados às mulheres desde início da vida sexual. Porém, para início aconselho que seja orientado por ginecologista ou fisioterapeuta pélvica após avaliação.

 

  • Enquanto isso, leia: Cuidados Íntimos – 10 inimigos (que você nem imaginava) da sua região V.

 

Fonte: Reprodução

 

Quais são os outros procedimentos além dos destacados, que costuma indicar para suas pacientes?

 

 

Na menopausa indico laser genital, uso de lactobacilos específicos para vagina, uso de lubrificantes naturais ou a base de água, fisioterapia pélvica e hormonioterapia. Tudo individualizado e voltado para cada paciente após avaliação.  

E a melhora, acontece em quanto tempo?

 

Depende do tratamento. No caso do laser Vaginal, a partir de 20 dias após a 1ª aplicação, a paciente já começa a notar melhora. No caso de uso de “estradiol” tópico (local) não há melhora antes de 8 semanas de uso.

Se for uso de “hidratantes” vaginais disponíveis hoje, o efeito é fugaz. Ajuda, mas costuma durar por 1 a 3 dias, sem muita diferença na qualidade da mucosa.  

  • Enquanto isso, leia também nosso super especial de Infecção urinária – Como tratar, causas e sintomas.

 

 

Vitalidade da vagina – Fonte: Reprodução

Você indica cremes e lubrificantes para “hidratar” a vulva e vagina? Existem em farmácias?

 

 

 Não uso como primeira opção na menopausa porque eles geralmente não resolvem o problema. Ajudam a amenizar nos sintomas iniciais somente. Gosto do uso de óleo de coco associado a alguns óleos essenciais e lactobacilos (mas não podem ser usados com preservativos). Existem sim, “hidratantes” vaginais disponíveis no mercado, a maioria a base de ácido hialurônico.    

 

 

Fonte: Reprodução

 

Por último, qual o recado para mulheres que ainda possam ter algum tipo de preconceito com o rejuvenescimento da vagina?

 

Apesar do “apelo comercial” do nome “rejuvenescimento íntimo”, eu não gosto muito de usá-lo, justamente porque ele reduz o que as mulheres sofrem na pré e pós menopausa apenas a um “capricho estético”.

Na verdade, é muito mais que isso: devolve a qualidade de vida e não é necessário ter vida sexual ativa para ter queixas genitais na menopausa. Para essas mulheres eu quero dizer: não acredite que se trata de rejuvenescimento.

Sim, melhora muito a “aparência” da vulva e a flacidez. Mas muito mais que isso: devolve o conforto de não ter dor ao usar calças mais justas ou a dor para ter relação, diminui as crises de infecção urinária pós menopausa, ajuda a tratar perda urinária, etc.

A lista de vantagens é enorme. O rejuvenescimento é uma consequência, para mim, das menos importantes.  

 

 

  • Enquanto isso, leia: Menopausa – remédios naturais para os principais sintomas.

 

Quem é Carolina Arrabal?

Carolina Arrabal desde sempre foi apaixonada por medicina. Graduada pela Universidade Severino Sombra, membro titular do ISCG (International Society of Cosmetogynecology) e ESAG (European Society of Aesthetic Gynecology), que são duas sociedades internacionais que Carol tem muito orgulho em fazer parte e praticar todas as técnicas que as associações utilizam – que é o que tem de mais novo e avançado no universo da ginecologia estética e funcional, Carol, como é chamada dentro do seu consultório, está sempre em busca do novo.  

 

Carolina Arrabal – Divulgação/ Márcia Fasoli

 

Artigo escrito pela ginecologista Carolina Arrabal, editado e ilustrado por Laila Lopes.

 

Colaboradores: Colaboradores do Fashion Bubbles
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