Mulher cansada de sofrimento político.

As eleições te cansaram? Precisamos falar sobre o sofrimento político causado pós-eleições

Entenda como as relações foram afetadas após o resultado das eleições e veja como contornar o sofrimento político e manter a mente saudável

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O vencedor da eleição presidencial foi declarado. O alívio com o resultado veio para alguns e a frustração para outros. Porém, muitos seguem sentindo o impacto do sofrimento político e o esgotamento emocional e mental que todo esse período causou e segue causando após dias de inconformidade, negação, manifestações, paralisações, violência nas redes sociais e fora dela.

Diversos profissionais de saúde e Terapeutas relatam que os atendimentos se intensificaram nesse período. Muitas pessoas buscaram ajuda e manifestaram sintomas como angústia, dificuldade para dormir e se concentrar, respiração acelerada, taquicardia, estresse, ansiedade, tensão no corpo, irritabilidade, entre outros.

Você também sentiu algum desses sintomas? Sente-se esgotado, cansado  mental e fisicamente?

Fique atento pois esse cenário de polarização política impactou sim sua saúde mental.

Como a política afetou as relações?

Haja gestão da emoção para lidar com todo o estresse diante de tudo que aconteceu no Brasil durante a campanha eleitoral e principalmente após o resultado das eleições.

Para além da violência e agressividade que vimos acontecer nas ruas, há também uma violência simbólica nas relações familiares, amorosas e entre amigos.

Nesse período, acompanhei amizades de longa data que  foram desfeitas por divergência de opinião, laços familiares rompidos de forma abrupta e agressiva inclusive entre pais e filhos, relacionamentos amorosos viveram períodos conturbados de medo e angústia onde mulheres foram coagidas por seus companheiros para votar no candidato X ou Y.

Homem gritando com uma mulher.
Fonte: Canva

Além disso, muitos homens ainda não aceitam que suas parceiras tenham autonomia para decidir o próprio voto, lembrando que as mulheres conquistaram esse direito em 1932.

Muitos relacionamentos também foram desfeitos nesse período e muitos outros estão encaminhando para o fim pela falta de diálogo e intolerância por um dos parceiros não aceitar o resultado do processo democrático ou ainda culpabilizar seu ou sua parceiro(a) pelo resultado eleitoral.

A violência imposta também trouxe um sentimento de culpa para aqueles que deveriam estar sentindo sim um alívio, mas esse é sentimento  também é próprio de uma opressão e de relações abusivas onde a  vítima sente-se culpada por algo em que ela não fez ou foi manipulada a se sentir assim.

Sem falar naqueles que tiveram o direito de comemorar o resultado furtado pelo medo.

Como se recuperar desse período?

Já falamos aqui sobre como sobreviver ao período eleitoral, mas agora precisamos nos recuperar emocionalmente dele. É preciso restaurar nossa saúde e energia para torcer pela nossa seleção na copa, passar pelo período estressante de final de ano que vai exigir muito das nossas relações e estarmos inteiros e resilientes para celebrar a chegada de mais um ano.

Também precisamos repensar a forma de lidar com aqueles que mais amamos e que pensam de uma forma diferente, sem se sentir acusado ou ofendido pelo outro.

Sofrimento político não era uma pauta evidente nos consultórios mas agora essa realidade está posta e precisamos de restauração para sair desse estresse generalizado que afeta adultos, adolescentes e também crianças.

Veja abaixo algumas sugestões que podem ajudar a recuperar sua saúde mental e te ajudar a olhar pra frente com mais otimismo.

Mulher sem sofrimento político.
Fonte: Canva

1. Tente não cortar relações

É importante não nos isolarmos em uma bolha de iguais. Infelizmente deixar de seguir todos que pensam diferentes de nós não ajuda a enfrentar a realidade. Somos seres plurais e precisamos, sim, exercitar nossa empatia, tolerância e respeito ao outro.

Claro que podemos e devemos praticar o que chamamos de unfollow terapêutico. Como se faz isso? Deixando de seguir pessoas e perfis que disseminam fake news e ódio nas redes.

Mais do que nunca vale a pena evitar conflitos com quem amamos. Quem perdeu vive uma espécie de luto, que precisa ser elaborado.

Dessa forma, o espaço de escuta e acolhida também é importante. Esse sentimento de luto ajuda a pessoa a repensar o que foi perdido, o que precisa ser ressignificado e também levar a pessoa a novas possibilidades de enfrentamento frente a própria vida.

Saliento que cortar relações deve ser o último recurso.

2. Relembre os assuntos em comum

Busque assuntos e temas comuns para conversar com seus entes queridos.

Muitas pessoas dizem que não recordam das discussões saudáveis em família mas, sim, elas aconteciam. Porém, com suas divergências e não necessariamente com discussões fortes e rupturas.

A divergência nos leva a rever a nossa opinião e isso é saudável e nos tira da zona de conforto.

Três amigos sorrindo olhando para o celular.
Fonte: Canva

3. Pratique seu hobby preferido

Agora é o momento de fugir do excesso de informações que nos sobrecarrega e gera ainda mais ansiedade.

Sendo assim, busque por atividades terapêuticas. Exercite-se, leia, ouça música, assista filmes e séries mais descontraídas, alto astral e leves.

Além disso, convide amigos e familiares para jogos lúdicos e as crianças para brincadeiras coletivas e atividades ao ar livre.

4. Tenha uma boa noite de sono e mantenha uma alimentação saudável

Como sempre foi falado, para seu bem-estar, busque cuidar da qualidade do seu sono e da sua alimentação. Afinal, sabemos que a ansiedade e o estresse afetam o sono que por sua vez também afeta nossa relação com a comida.

Quanto menos dormimos, mais comemos para ter energia ou buscamos saciedade em alimentos que são ricos em gorduras e açúcar.

Restaurar o sono é fundamental para a qualidade da nossa saúde, da nossa vida e das nossas relações. Isso porque as noites mal dormidas impactam também na nossa tomada de decisão, capacidade de resiliência, soluções de problemas, criatividade e otimismo.

5. Preserve suas relações

Cuidar das relações é suma importância, as relações nos adoecem mas também nos curam. Sendo assim, invista nos laços emocionais e nos afetos que são importantes na sua vida.

Direcione sua energia para aquilo que é importante. Não tente mudar o outro, não tente convencer o outro, principalmente aqueles que você já sabe que não estão dispostos a ouvir. Afinal, isso pode causar sofrimento político.

Por outro lado, busque espaços para manifestar sua opinião mas não seja intolerante com a opinião do outro. Lembre-se que nenhuma opinião é composta de uma verdade ou razão absoluta. Nossa opinião está repleta de afetos e desafetos.

Grupo de amigos brindando com copos de café.
Fonte: Canva

6. Tenha empatia

Pessoas saudáveis emocionalmente também enfrentam problemas, também sofreram e sofrem muito com tudo que está acontecendo mas conseguem lidar de uma maneira mais saudável com suas frustrações, traumas e conflitos.

7. Busque ajuda

Não hesite em buscar ajuda caso não esteja conseguindo vencer esse sofrimento político sozinho. Lembre-se que um bom diagnóstico só pode ser realizado por psiquiatra ou psicólogo.

Conclusão

Não existe democracia sem saúde, não existe exercício de cidadania sem saúde mental, não existem relacionamentos saudáveis sem saúde, não existe saúde física sem saúde mental.

Faça a sua parte e cuide-se para se prevenir do sofrimento político e para que um novo ciclo mais saudável emocionalmente esteja presente na sua vida.

Sobre a colunista

Camila Custódio
Fonte: Divulgação

Camila Custódio é idealizadora do Consultório Emocional – @consultorioemocional nas redes sociais. Camila é Assistente Social, Terapeuta de Família e Casal, Terapeuta Relacional Sistêmica, Psicanalista e Coach. Além disso, é Especialista em Gestão da Emoção e Consultora em Desenvolvimento Humano.

Escreve sobre saúde emocional, relacionamento e empoderamento feminino para sites, revistas e blogs. Atende pacientes online de todo o Brasil e do exterior.

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