Um ano sem Paulo Gustavo: relembre vida e carreira do artista

Trezentos e sessenta e cinco dias sem o humorista Paulo Gustavo em vida. Vítima da Covid-19, o ator faleceu no dia 4 de maio de 2021, aos 42 anos, em decorrência da doença, após dias de luta.

O eterno intérprete de Dona Hermínia deixou dois filhos, bem como o marido, o dermatologista Thales Bretas. Dessa forma, saiba como o humorista deixou sua marca na arte.

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Carreira: quem foi Paulo Gustavo?

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Nascido no dia 30 de outubro de 1978, Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros ressignificou a palavra artista. Além de ator, ele era roteirista, diretor, apresentador e, claro, humorista. Fazer o público rir era uma de suas especialidades.

Com “Minha Mãe É uma Peça”, primeiramente como um monólogo e depois como filme, ele decolou no cenário brasileiro. Interpretando Dona Hermínia, personagem baseada na sua própria mãe, dona Deia Lúcia, o ator conquistou diversos fãs e prêmios.

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Na televisão, se aventurou em “Sítio do Picapau Amarelo” (2007), como Delegado Lupicínio, “220 Volts” (2011-16), como ele mesmo e outros personagens, e “Vai que Cola” (2013-20), na pele de Valdo e Angel. E não parou por aí, afinal de contas.

Já no cinema, além de “Minha Mãe É uma Peça”, esteve em “Os Homens São de Marte… e É pra lá que Eu Vou” (2014) e “Minha Vida em Marte” (2018), como Aníbal.

Vida e amor: família, filhos e sexualidade de Paulo Gustavo

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Ainda na adolescência, Paulo Gustavo se assumiu bissexual. Em 2014, aos 37 anos, começou a se envolver com o médico Thales Bretas, com quem postava interações nas redes sociais.

Após um ano de namoro, entretanto, eles decidiram dar um passo a mais na relação: se casaram. A cerimônia aconteceu no Rio de Janeiro, contudo.

Dois anos depois, em 2017, foi o momento de decidirem aumentar a família. Porém, a barriga de aluguel que contrataram para gerar o fruto da relação sofreu um aborto espontâneo e Gael e Flora não vieram ao mundo.

Eles não desistiram e, enfim, no ano de 2019, se tornaram papais de Gael (usado o sêmen de Paulo) e Romeu (sêmen de Thales) através de inseminação artificial.

“Eu tento manter vivo e acho que um dia eles vão entender que o pai sempre foi uma estrela e agora está no céu, brilhando, por eles e pela gente”.

Ju Amaral, irmã de Paulo Gustavo, ao G1, pontuou a respeito dos feitos do familiar em vida:

“Através de seu humor inteligente, meu irmão trouxe à tona discussões acerca dos preconceitos que estão entranhados em nossa sociedade, tais como, o casamento homoafetivo e os muitos formatos possíveis de família, o racismo estrutural, o respeito à diversidade sexual, à diversidade religiosa”.

Que dia Paulo Gustavo morreu?

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Paulo Gustavo morreu no dia 4 de maio de 2021, quase dois meses depois de ser internado por conta de complicações da Covid-19.

Em 13 de março, ele se internou no Hospital Copa Star, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Durante o mês seguinte, teve uma piora relevante no quadro e precisou do auxílio de um “pulmão artificial”.

Um dia antes de vir a falecer, ele apresentou uma melhora considerável e, segundo informações do marido do ator, chegou a falar com o dermatologista. No entanto, na sequência, sofreu uma embolia pulmonar, piorando.

A morte do ator foi datada em 4 de maio de 2021, às 21h12, causada por morte cerebral.

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Mensagem de Paulo Gustavo

“Ai, gente, tanta coisa que eu queria dizer para vocês antes de ir embora. Eu vou tentar, tá? Olha, primeiro, vamos combinar que esse ano serviu para mostrar que a gente não vive sem a graça, sem o humor. O humor, ele salva, ele transforma, alivia, cura, traz esperança pra vida da gente. Essa pandemia deixou bem claro a importância da arte nas nossas vidas, vocês viram, né? Esse ano foi difícil? Foi. E foram as artes dramáticas, a música, o cinema, a dança, enfim, a cultura em geral, que nos ajudaram a seguir em frente tornando tudo um pouquinho mais leve.

Fico muito feliz e orgulhoso de ser artista e mais ainda da comédia ser tão forte em mim. Eu faço palhaçada, você ri, eu fico com o coração preenchido aqui. Eu me sinto assim, realizado de estar conseguindo te fazer feliz. Rir é um ato de resistência. A gente agora tá precisando dessa máscara chata para proteger o rosto desse vírus. E, infelizmente, essa máscara, ela esconde algo muito precioso para nós brasileiros: o sorriso. Ele tá tapado, tem que ficar tapado, mas ele existe. E ele não vai deixar de existir. A gente não vai deixar de sorrir, deixar de ter esperança.

(…) Vamos todos nos cuidar, cuidar da família, dos amigos, dos vizinhos, dos próximos, dos distantes, de todo mundo. Enquanto essa vacina tão esperada não chega para todo mundo, é bom lembrar que contra o preconceito, a intolerância, a mentira, a tristeza já existe vacina: é o afeto, é o amor. Então, diga o quanto você ama a quem você ama. Mas não fica só na declaração, não, gente. Ame na prática, na ação. Amar é ação, amar é arte. Muito amor, gente. Até logo!“

Vídeo

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