Identidade Brasileira na Moda – Década de 90

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Década de 90
Abertura do mercado para os importados e crise econômica ocasionada pelo Plano Collor, este é o panorama do início dos anos 90, quando o produto brasileiro sofria severa concorrência. O que desencadeou, segundo Érica Palomino:
“(…) a mais longa agonia do setor até então: entre1992 e 1997, pelo menos 773 empresas da área têxtil fecharam, e mais de 1 milhão de pessoas perderam o emprego.” (Palomino, 2002, p.81)
No mercado de luxo, lojas como a pioneira Daslu, aproveitaram a abertura do mercado, para trazer grifes internacionais para São Paulo.
A popularização das grandes marcas que de acordo com Joffily, apresentou uma curiosa mutação – grandes estilistas criando coleções exclusivas para uma determinada cadeia de lojas de departamentos. Já não são mais produções anônimas, mas com as etiquetas, até então mais caras, tornadas acessíveis para uma grande parcela da classe média, devido à escala de produção dessas lojas. É o sistema de licensing incorporado à nova maneira do vestir (estilo) à realidade do mercado consumidor.
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Em 1994, com a estabilização da economia o país volta a crescer, o que imediatamente se reflete na moda através de mega-desfiles – apresentações grandiosas e mirabolantes para mobilizar a mídia e gente famosa.
O estilista Lino Villaventura destacou-se como o mais brasileiro dos criadores. Assim como Walter Rodrigues. O estilista Ocimar Versolato, 1995 explode em Paris no prêt-à-porter.
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Em 94 , a marca Fórum volta-se para referencias da cultura popular – era a primeira vez que uma grande marca de difusão assumia valores brasileiros, levando a uma discussão a respeito da necessidade de uma identidade brasileira na produção do país.
Modelos brasileiras passaram a chamar a atenção no panorama internacional – culminando em Gisele Bündchen – a mais famosa delas. A beleza da mulher brasileira chamou atenção do mundo.
Apoiados na indústria têxtil, que se modernizava, os estilistas perceberam um potencial de exportação, sendo o primeiro deles Alexandre Herchcovitch.
“Na década de 90, Alexandre Herchcovitch com todo seu arrojo e estilo e tornou-se a maior personalidade da moda brasileira atualmente, lançando suas coleções tanto em Londres quanto em Paris. Por meio do academicismo da moda, uma francesa, presente anualmente no Brasil, muito contribuiu para a formação do profissionalismo da moda nacional: Marie Rucki do Studio Bertot-Rucki de Paris. À convite da casa Rhodia/CIT (Coordenação Industrial Têxtil), Rucki vem à São Paulo ministrar sua experiência e, nomes como Glória Coelho, Reinaldo Lourenço, Jefferson Kulig, entre muitos outros, dela foram alunos.
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A imprensa nacional muito favoreceu o fortalecimento da moda Brasileira.
Outro brasileiro que fez sucesso no exterior, em Londres foi Inácio Ribeiro com o nome Clements Ribeiro.
Na moda jovem local, o evento para novos talentos intitulado Mercado Mundo Mix, na primeira metade do anos 90, criou a identidade da moda jovem e alternativa.
No ano de 1996, por iniciativa carioca da Universidade Veiga de Almeida e do Instituto Zuzu Angel, foi criada a Academia Brasileira de Moda.
O profissionalismo e o reconhecimento da moda nacional atingiram significativas proporções ainda nos anos 90. O evento Phytoervas Fashion desencadeou o processo de lançamentos regulares de coleções publicamente por meio de desfiles; até então, só acontecendo a um público muito restrito nos showroons de cada marca. Transformou-se no evento Morumbi Fashion Brasil e, hoje sob a tutela de Paulo Borges, temos o grande acontecimento São Paulo Fashion Week, presente no calendário internacional da moda, que acontece duas vezes ao ano para lançamento das coleções dos grandes nomes e grifes da moda brasileira. E São Paulo passou a fazer parte do ranking dos lançadores internacionais de moda, juntamente com Paris, Londres , Milão e Nova York. Além dos desfiles do SPFW, temos também presentes os eventos Semana de Moda – Casa de Criadores, em São Paulo e Fashion Rio ( RJ).” (João Braga)
Em 2000, euforia total. Tanto o Brasil quanto o mundo a falar da moda Brasileira!
Leia Mais:
- Moda e Identidade Brasileira (parte 1)
- Moda e Identidade Brasileira (parte 2)
- Identidade Brasileira na Moda – Análise formal da roupa (1)
- Identidade Brasileira na Moda – Análise formal da roupa (2)
- Identidade Brasileira na Moda – Anos 10
- Identidade Brasileira na Moda – Anos 20
- Identidade Brasileira na Moda – Anos 30
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- Identidade Brasileira na Moda – Anos 60
- Identidade Brasileira na Moda – Anos 70
- Identidade Brasileira na Moda – Anos 80
- Identidade Brasileira na Moda – Anos 90
(este é um trecho do relatório final da pesquisa Moda e Identidade Brasileira, feito por Denise Pitta de Almeida, 2003, Faculdade de Moda da UNIP. Para o trabalho completo, contactar a autora, e citar a fonte é sempre simpático!)
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